8 de out. de 2012

Capítulo 56

Please, give it me back. 'Cause I want your love...



AVISO: Este capítulo contém material impróprio para menores de 18 anos. A leitura fica a critério do bebê (ou seja, você mesmo). 



Um urso amarelo de semblante sorridente e simpático.
O desenho causou discórdia em Sophie, uma vez que para ela ursos são criaturas enormes e mortíferas, que destroem tudo o que veem pela frente, e a simples ideia de encontrar um assombrava-a mais do que tudo. Sinceramente, ela nunca iria entender por que os ursos eram uma representação tão fiel de um animalzinho simpático para as crianças.
Mas tudo bem, ela não questionaria sobre isso se colorir o desenho deixasse Henry ocupado.
E de fato deixou. Sophie estava em sua sala de aula e seus alunos haviam acabado de sair como um furacão pela porta, comentando sobre tudo o que aprenderam. Inclusive NJ — Sophie passara a chamá-lo pelo apelido quando ele ameaçou começar a chamá-la de Sra. Farro — e sua trupe. Ela separou-os mesmo dentro de sala, colocando um garoto em cada canto, mas isso não funcionou com Nicholas, que continuou atrapalhando sua aula e recusando-se a fazer o que ela propunha — mesmo que os outros meninos já estivessem inclusive tocando teclado. Por isso, Sophie decidiu ter uma pequena reunião com Nicholas, e descobriu algumas coisas que jamais imaginara que um garoto de treze anos passaria. Algumas coisas que mudaram completamente sua percepção sobre o menino e sobre a vida, em si.
Acontece que Nicholas sofrera um acidente de carro um ano antes e fora o único sobrevivente, pois era o único que usava o cinto de segurança. Seu pai e sua irmã, infelizmente, vieram a falecer. Sua mãe, que não estava no carro, entrara em depressão e passava por consultas psicológicas duas vezes por semana. Quando ela lhe pediu para aprender a tocar piano, Nicholas recusou inicialmente, mas seus avós insistiram tanto que ele aceitou ser matriculado na escola. Na realidade, ele sabia tocar o pouco que aprendera com o pai e a irmã mais velha — ambos eram músicos — mas não queria sentar-se ao piano da casa para ocupar um lugar que nunca fora dele.
Sophie o viu chorar naquele dia e deixou-se abraçá-lo tão forte como se ele fosse seu filho, como se sentisse sua dor. Passou mais de uma hora conversando com ele e convenceu-o a pelo menos tentar tocar o piano, pois, afinal, seu pai e sua irmã não fariam nada mais do que se orgulhar disso.
Na semana seguinte, Nicholas aparecera como outra criança, quase irreconhecível. Vestia uma calça jeans normal e tênis all star, e uma camiseta xadrez cinza. Sophie viu pela primeira vez o seu cabelo acobreado — já que ele estava sem boné —, em contraste com seus olhos escuros. E, além disso, em seu rosto, havia um sorriso.
Três semanas. Faziam apenas três dias que ela estava em Nashville e ela não entendia como havia se afeiçoado tanto por aquelas crianças, sem nenhuma exceção. A turma não bagunçava mais e a cada aula os alunos estavam mais avançados. Nove aulas, contando com a que acabara de passar, já os fazia tocar uma música com a partitura. Kayla, a mais nova da turma, aparecera com uma composição ainda hoje, fazendo Sophie quase explodir de orgulho.
Definitivamente, dar aulas naquela escola estava sendo uma experiência para os alunos, mas acima de tudo, uma experiência de vida para Sophie.
Hoje, excepcionalmente, os meninos conheceram Henry. Ninguém podia cuidar dele e, como ele só passaria a estudar depois da entrevista com a creche onde Anna estudava — Henry simplesmente não queria estudar em outro lugar —, Sophie o levou para a escola. Felizmente ela teve a ideia de pegar seus desenhos e seus gizes de cera antes de sair de casa, o que o fez passar basicamente a aula inteira quietinho, como Sophie pedira para ele fazer.
Graças a Deus Henry não era custoso como Matthew, por exemplo.
Agora Sophie estava apenas terminando de guardar suas coisas, depois de assinar a lista de chamada e preencher o diário. Henry estava sentado numa carteira ao seu lado, colorindo o urso de amarelo com uma força exagerada. Parecia imensamente concentrado e Sophie sorriu perante e expressão ocupada do filho, quase como se estivesse fazendo uma cirurgia. Mexeu em seu cabelo loiro e naturalmente bagunçado, atraindo sua atenção.
— Vamos embora? — perguntou ela, ainda com o sorriso no rosto. Henry assentiu prontamente com a cabeça.
— Aham — murmurou ele.
Sophie sorriu e deixou um beijo em sua bochecha, antes de se levantar e pegar suas coisas. Já ia ajudá-lo a descer da cadeira quando viu a silhueta de Dan parado na porta.
Red Soph, eu preciso de você aqui. Achei dois garotos fumando no banheiro e eles disseram que são da sua turma — Dan se explicou, aderindo sua nada comum expressão preocupada.
Sophie ergueu as sobrancelhas, não podendo estar mais surpresa.
— Quem são? — perguntou ela no mesmo momento, tentando imaginar os rostos dos meninos que há pouco assistiram sua aula.
— Paul e Riley Wilson.
Paul e Riley Wilson?! — Sophie exclamou mais alto do que deveria, abrindo a boca em pura discórdia. — Eles são meus melhores alunos, Dan!
Dan suspirou, dando ombros.
— Podem até ser, mas eu vi a fumaça, vi o cigarro na boca dos garotos e eles mesmos assumiram — disse ele, calmamente. — Vamos? Eu só preciso que você assine uma coisa, as mães deles já estão aqui e esse é o tipo de coisa que eu resolvo.
Deus! Paul e Riley! Os garotos que já se destacavam por que queriam entrar para a banda da igreja! Fumando! Isso era... inacreditável.
Sophie assentiu com a cabeça para Dan, ainda pasma, e se virou para o rosto confuso de Henry, encarando-a.
— Faz um favor pra mamãe? — ela perguntou ao filho, abaixando-se e encarando seu rosto perfeito e jovial. Henry assentiu com a cabeça. — Quero que fique aqui pintando o seu ursinho e não saia por nada, ok? Eu volto em um minuto. Mas preciso que você prometa que não vai sair daqui.
Henry assentiu com a cabeça.
— Eu não vou sair — disse ele, torcendo os lábios. Sophie sorriu e deixou um beijo em sua testa.
— Volto já! — ela gritou, seguindo Dan porta afora. Henry acompanhou a silhueta da mãe com os olhos até onde pôde e depois de ela sumir por completo, voltou sua atenção para o desenho. Guardou o lápis de cor amarelo na bolsinha e procurou o marrom para colorir o nariz do ursinho. Oh, não, a ponta estava quebrada. Henry julgou que se o focinho fosse vermelho, também seria bonito. Pôs-se a pintar, tão concentrado que não viu o rapaz de violão nas costas passando rapidamente pela porta da sala.
Intrigado por ter visto uma criança pequena e sozinha dentro de uma sala de aula, esse mesmo rapaz voltou e adentrou a sala, encontrando o garoto de cabelos loiros e olhos azuis focados colorindo um desenho qualquer. Franziu o cenho, sem se lembrar de quem seria aquela aula.
— Oi — disse o rapaz, com cuidado para não chocar seu violão incrivelmente valioso contra a parede. O garotinho virou o rosto e direcionou sua atenção ao homem de cabelos acobreados e grandes e olhos azuis como os dele. Exatamente como os dele, na realidade. — O que você está fazendo sozinho aqui?
Henry torceu os lábios.
— Mamãe diz que eu não posso falar com estranhos — disse ele, voltando sua atenção para o desenho.
O rapaz riu com vontade perante a sinceridade do menino tão pequeno. Quantos anos devia ter? Quatro? Cinco?
— Mas eu não sou um estranho! — protestou. — Eu sou Luke Davis, o diretor dessa escola!
— Mas eu não te conheço! — Henry respondeu em tom explicativo para o homem. — E a mamãe disse que eu não posso falar com estranhos.
Luke riu novamente, retirando o violão das costas e carregando-o com a mão.
— Certo — ele coçou a nuca. — Então eu posso ficar aqui e esperar sua mãe chegar para ela nos apresentar e eu deixar de ser um estranho?
Henry pareceu hesitar, mas acabou concordando.
— Pode ser — disse ele.
— E aí você fala comigo? — perguntou Luke outra vez.
— Tá — respondeu o menino, encarando o homem por mais alguns segundos antes de voltar a atenção para o desenho. Luke quis perguntar o que ele estava pintando, mas já sabia a resposta que iria receber, afinal, o garoto tinha sido bem educado. Sorriu. Se tivesse um filho algum dia, que ele fosse obediente como esse garotinho.
Sentou-se em uma cadeira, com o violão apoiado no braço.
— Se importa se eu tocar um pouco? — perguntou ele ao garoto novamente, que pareceu ter notado o violão pela primeira vez em seus braços e balançou a cabeça, negando, mas não retirou seus olhos de Luke.
Sorrindo, ele retirou seu violão da capa e pousou-o na coxa, deixando seus dedos passearem tranquilamente pelas cordas, enquanto ele improvisava. Fechou os olhos momentaneamente, sentindo o atrito das cordas do violão com seus dedos calejados, sentindo o som do violão entrar em seus ouvidos e penetrar sua alma. Abriu os olhos novamente, com a atenção no braço do violão, e passou a brincar com uma melodia qualquer na escala de fá. Mas seu sorriso só se ampliou quando ele viu que o garotinho havia descido de sua cadeira para ficar mais perto e vê-lo tocar. Agora ele devia estar a uns cinquenta centímetros do violão de Luke, olhando, atônito.
Luke finalizou seu improviso e viu o garoto sorrir abertamente, mostrando seus dois dentinhos inferiores nascidos pelo meio. Sorriu também, encantado pela espontaneidade do garoto.
— Você gosta de música? — perguntou a ele, fazendo-o hesitar um pouco. Com certeza, o garoto sabia que era errado falar com Luke ali, mas... já havia falado antes, não? Mesmo que parar dizer que não podia falar.
— Muito, muito — respondeu ele por fim, decidindo-se. Luke esticou sua mão para bagunçar o cabelo do menino.
— Sabe tocar alguma coisa? — perguntou ele, fazendo com que o menino apenas desse mais um sorriso.
— Mais ou menos — disse ele, fazendo também o símbolo com as mãos. — Mamãe me ensinou Parabéns Pra Você no piano.
Luke ergueu as sobrancelhas, ainda sorrindo.
— Sério? Isso é muito maneiro — disse ele, fazendo o garoto rir. — Se você quiser, eu posso te ensinar a tocar violão também.
Henry ergueu as sobrancelhas, feliz.
— Sério?! — perguntou ele, entusiasmado pela ideia, mas depois aderindo a sua expressão quase triste. — Mas eu acho que ela não vai deixar...
Luke piscou para o garoto, mexendo em seu cabelo novamente.
— Eu sou bem persuasivo — disse ele, causando confusão no garoto. — Vou convencê-la, pode acreditar. Só precisamos esperá-la.
Henry sorriu, esticando sua mão para tocar uma corda, e Luke deixou que ele desse uma batida nas primeiras quatro. Isso o fez rir sozinho, mas logo sua risada foi acompanhada pela de Luke, que estava cada vez mais encantado pelo menino.
— Noah? — ele se virou para a porta, vendo Tereza à sua frente. — Brian está maluco. Disse que precisa por que precisa da música e eu quase o mandei ir para o inferno ainda agora — ela bufou, mexendo em seu cabelo cacheado. — Não consigo mais resolver. Ele quer falar contigo.
Luke suspirou, coçando a nuca. A música de Brian. Luke já o estava enrolando em relação a essa música há quase um mês, por pura falta de inspiração. Brian tinha todo o direito de ficar maluco.
Olhou para o garotinho, que o encarava com uma confusão estampada no rosto jovial, e sorriu para ele.
— Eu volto já, ok? — disse Luke, fazendo o garoto assentir. Colocou a correia do violão nos ombros e saiu porta afora, fazendo com que Henry o acompanhasse com o olhar até onde lhe foi possível. Respirando fundo, ele foi até sua cadeira na mesa da mãe e segurou seu lápis de cor novamente, voltando a pintar o focinho do urso, e fazendo uma careta ao ver que a ideia de pintá-lo de vermelho não foi boa. Parecia que o nariz do ursinho estava cheio de sangue.
— Henry? — ele virou sua atenção para Sophie que subitamente havia aparecido na sala. Sorriu ao vê-la.
— Olha, mamãe — disse ele, virando seu desenho para que ela o visse —, parece que ele tá sangrando.
Sophie franziu o cenho.
— Por que você pintou o focinho dele de vermelho? — perguntou, enquanto tratava de pegar seus papeis e as demais coisas pela sua mesa. Colocou tudo na bolsa.
— Por que o lápis marrom quebrou a ponta — explicou-se ele. Sophie riu, fechando sua bolsinha de giz de cera e guardando-o em sua bolsa também.
— Pronto — disse ela. — Pegue seu ursinho de nariz sangrando. Nós temos que ir até a creche ainda hoje.
— A mesma da Anna? — perguntou ele, com um sorriso esperançoso no rosto.
— Sim — respondeu ela, sorrindo. Segurou a mão de Henry e começou a andar pela sala, até ver um case de violão no chão, que não estava ali quando ela saíra. — De quem é essa capa, Henry? — perguntou ela, estranhando.
— Um homem — disse ele. — Chegou aqui quando você saiu e tentou falar comigo, mas eu disse que não falava com estranhos, aí ele tocou violão e disse que ia me ensinar, e aí saiu.
Sophie encarou o filho, estranhando, mas suspirou e preferiu deixar o assunto de lado. Provavelmente algum professor de violão teria achado estranho ver um garoto sozinho na sala de aula. Sophie faria a mesma coisa se fosse ela. Falaria com Harry e John, os professores de violão, no dia seguinte.
Agora precisava conseguir um táxi bem rápido para não se atrasar para a entrevista de Henry. O incidente com Paul e Riley já havia tomado muito do seu tempo.



[...]




“O trio perfeito”, pensou Julia. Sorvete, água gaseificada sabor limão e uma notícia para ser redigida. Seu notebook já estava devidamente ligado, posicionado sobre a mesinha de madeira que Julia comprara outro dia para mobiliar o apartamento novo. Em seu iPhone, todas as anotações sobre um escândalo político que acontecera naquele mesmo dia na Inglaterra, e ela queria que seu site fosse de fato o primeiro a mostrar o ponto de vista popular em relação àquilo tudo. Julia era conhecida por colocar tudo em pratos limpos, sem medo de ofender ninguém ou levar um processo, defendendo o povo e não a elite Londrina. Não era por que ela estava fora da Inglaterra que ela não deixaria de fazer seu trabalho e manter sua reputação virtual.
Além do mais, quando escrevia, a cabeça de Julia se desligava do resto do mundo — principalmente de Nate. Certo, ela havia ficado muito mais do que animada por tê-lo visto três semanas atrás, mas não se podia ignorar a garota que estava ao seu lado. Claro que Nate teve casos enquanto ela estava na Inglaterra, uma vez que a própria Julia também tivera. A diferença era apenas que... bem, Julia não namorava ninguém como parecia que Nate namorava a tal da Lindsey.
Bem, que se dane, o próprio Nate não dissera que ela era apenas uma amiga?
E Julia não estava mesmo se importando com a garota. O problema era que toda vez que ela fechava seus olhos, Nate vinha à sua mente. O problema eram os sonhos que ela vinha tendo com ele. O problema era que ela sentia-se arrepiar do nada, estando onde estivesse, só de pensar no abraço que os dois trocaram há poucos dias.
Céus, que abraço perfeito foi aquele. Julia se arrependeu de não tê-lo beijado, mas se bem que isso seria demais para um reencontro daquela maneira. Ela estava muito surpresa e muito emocionada, eles estavam no meio da rua, e a loira azeda estava olhando. De qualquer maneira, mesmo três semanas depois, o abraço de Nate ainda estava presente nela. Ela ainda sentia as consequências, ainda sentia os efeitos. Se ela se esforçasse, conseguia sentir seu cheiro e fazer seu estômago revirar da mesma maneira que revirou naquele momento. Só era preciso um pequeno esforço e era como se Nate estivesse novamente com ela.
Desde aquele abraço ela vinha sendo bombardeada por cenas e lembranças. De quando eles se conheceram, do primeiro beijo no ringue, de quando ele disse que a amava por uma mensagem de texto, da primeira vez deles, de quando fizeram a tatuagem, de quando se despediram, de quando Sophie os fez falar um com o outro pelo telefone. Ao invés de escrever em seu diário à noite, Julia ficava pelo menos uma hora relendo seus diários de quando tinha catorze e quinze anos, sentindo como se fosse uma adolescente perdidamente apaixonada de novo.
Julia não era mais uma adolescente, mas não adiantava negar que ela ainda é perdidamente apaixonada pela mesma pessoa. Por mais que Julia tentasse esquecer para aplacar a dor, não adiantava. O amor que sentia por Nate era maior do que qualquer coisa.
Foco. Julia estralou os dedos e releu as anotações em seu iPhone, já digitando por conta própria alguns pensamentos críticos. Sentiu-se irritada da mesma forma que se sentira antes — nada a deixava mais irada do que gente rica roubando dinheiro de gente pobre —, e logo sua cabeça já estava completamente direcionada ao jornalismo. Colocou uma colherada de sorvete de creme na boca, tomou um gole d’água e continuou digitando, sem se preocupar com os erros que se desencadeavam conforme ela digitava. Quando pegava o pique, Julia continuava até o fim e só depois corrigiria e incrementaria. Não demoraria muito, uma vez que ela conseguia terminar um artigo bem rapidamente — destacou-se na faculdade por isso. Sua agilidade era algo digno de inveja.
Quando o sorvete acabou, Julia não se levantou para buscar mais. Continuou digitando e fazendo pouquíssimas pausas, apenas para reler uma frase ou outra, ou para montar uma linha de raciocínio e segui-la em outra ocasião. Visualizou o contador de palavras do programa e deixou um sorrisinho surgir em seu rosto ao ver que alcançara as duas mil e quinhentas em... vinte minutos? Era um novo recorde! Mas, para início de discussão — uma vez que, como um escândalo, o assunto ainda daria muito o que falar —, já estava mais do que bom. Corrigiu tudo por alto e enviou para Ryan, na Inglaterra, com uma nota de que ele precisaria corrigir uma última vez e postar urgentemente. Ainda com o sorriso vitorioso no rosto, ela estralou os dedos novamente e deixou o notebook ligado enquanto ia até a cozinha, tomar mais um pouco de sorvete — oras, uma jornalista que trabalha por conta própria merece ser recompensada.
Mas Julia só conseguiu tomar uma colherada até o interfone tocar. Bufou e saiu correndo, atendendo-o o mais rápido que pôde.
— Pronto — disse ela, respirando fundo.
Srta. Bynum, um rapaz está aqui, diz que quer te ver e é muito importante — disse o porteiro que Julia ainda não decorara o nome.
Julia franziu a testa, apoiando parte do seu corpo no balcão e procurando na mente que rapaz naquela cidade teria um assunto importante para tratar com ela. Poderia ser alguém do site, mas... Julia já tinha tudo sob controle. Quem poderia ser?
Ela tentou ignorar o nome que veio a sua cabeça.
— Quem é? — perguntou ela com o telefone pendurado.
Ele diz que é Nate Farro.
Julia quase deixou o interfone cair de suas mãos, sentindo um arrepio percorrer todo o seu corpo e seu coração parar de bater por um segundo.
— Nate?! — gritou. — Nate?! N-Nate, o que diabos Nate... Nate! Caramba! Nate! Manda ele subir!
Hum... certo, Srta. Bynum — disse o porteiro antes de desligar. Julia colocou o interfone no gancho e ficou ali, paralisada, sem acreditar no que havia escutado. Não, espera, Nate estava ali! Nate estava ali em seu prédio? Nate? O que Nate estava fazendo em seu prédio?!
O apito soou e, para Julia, foi como se tivesse recebido um soco. Nate estava à sua porta!
Correu até a porta, ela não podia negar. Seu coração ainda estava martelando contra o peito e ela não acreditava que Nate realmente estivesse ali, uma vez que ela estava pensando nele há menos de meia hora. Suas mãos suavam e tremiam quando ela abriu a maçaneta de uma vez, visualizando a silhueta tão perfeita daquele rapaz. Julia ergueu a sobrancelhas e abriu sua boca para pronunciar o nome dele, mas antes que ela pudesse fazê-lo, seus lábios estavam ocupados sendo beijados.
De repente tudo havia perdido a importância. Seu medo, seu coração acelerado, a garota com quem Nate estava, a notícia que acabara de redigir. Nada no mundo era relevante. Nada fazia a diferença. Tudo o que importava, para ela, agora, eram os lábios maravilhosos de Nate que estavam pressionados contra os seus, gelados de sorvete. Tudo o que importava era a dança envolvente que suas línguas faziam e o aperto que a mão de Nate exercia vorazmente em sua cintura. Tudo o que importava era que Nate a estava beijando, de novo, depois de tanto tempo.
Julia elevou suas mãos e segurou a nuca dele com força, correspondendo ao seu beijo à altura. Todos os pelos de seu corpo estavam arrepiados, todas as suas células haviam entrado em colapso perante a mais do que exagerada dose de prazer que o corpo dela emergia agora. Seu coração batia forte no peito como se estivesse à beira do ataque miocárdio, e seu corpo estava tão colado ao de Nate que ela podia sentir o coração dele acelerado também. Arranhou sua nuca, enquanto ele a beijava com urgência, empurrando-a contra a primeira parede e recostando-a nela. Seus lábios continuavam grudados, suas línguas continuavam se entrelaçando, e a cada movimento, Julia se viu querendo mais e mais.
Céus, como aquele beijo estava sendo perfeito. Todo o corpo de Julia estava entregue a ele, e toda a sua mente também. Deus! Ela estava beijando Nate! Seu Nate, estava ali, beijando-a, depois de sete anos! Sete anos que ela esperara por esse momento, em que ela voltaria a ter os lábios do único homem que amava para ela. Os lábios, o rosto, o corpo, e o coração. O momento em que ela saberia que nada mudara e que o amor que ele sentia por ela ainda era tão forte quando fora antes. Enquanto Nate segurava sua cintura com firmeza e acariciava seu rosto com uma delicadeza tênue ao mesmo tempo, Julia sentiu que tudo estava em seu lugar. Que a razão pela qual ela voltara para Nashville estava ali. Que todos os anos angustiantes de espera não apagaram o que havia entre ela e Nate, e que mesmo que eles estivessem longe um do outro, jamais estariam separados.
Que nada mais podia afetar o amor que sentiam um pelo outro.
Nate mordeu o lábio dela quando seus pulmões não aguentaram mais e colou suas testas, sentindo sua respiração desregulada se misturar com a dela. Segurou o rosto dela com as duas mãos, acariciando a bochecha com o polegar, apenas roçando seus lábios com gosto de sorvete. Conseguia sentir o hálito doce de Julia, sua pele macia e arrepiada, seu cabelo hidratado. Conseguia sentir sua respiração desregulada e gostava de saber que quem causava isso era ele. Podia ver a tatuagem no braço dela que agora também segurava sua nuca e apertava com uma força exagerada, mas deliciosa. Além de tudo isso, conseguia sentir que ela o queria tanto quanto ele a queria.
Sorriu de orelha a orelha, tentando controlar sua respiração, ainda roçando seus lábios e segurando seu rosto com mais firmeza.
— Eu te amo — disse ele de repente, abrindo os olhos chocolate e encontrando os globos verdes e brilhantes daquela mulher tão perfeita. Viu que ela prendera a respiração, e lhe deixou outro selinho nos lábios, mordendo-os mais uma vez, sentindo-se perfeitamente bem. — Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo... — Disse ele, alternando as palavras nos beijos que deixava em sua boca. Ela agora sorria como ele, correspondendo aos seus selinhos, passando as mãos pelos seus cabelos relativamente curtos, extasiada pelo contato que eles mantinham e pelas suas palavras. — Eu nunca deixei de te amar, nunca — ele provou de seus lábios mais uma vez, beijando-os calorosamente, sentindo cada um dos gostos que eles continham. Chocava suas línguas e entrelaçava-as lentamente, apenas para mostrar o quão apaixonado ele era. Finalizou seu breve beijo com dois ou três selinhos molhados, sem soltar o rosto daquela mulher que ele amava mais do que tudo. — Eu nunca parei de pensar em você. Mesmo que eu tentasse. E, Julia, caramba, você não sabe o quanto eu tentei! Depois de uns anos, eu... droga, eu quis esquecer! Eu quis acabar com aquele sofrimento de não te ter, e te querer tanto, e... meu Deus! Eu não consegui! — ele a encarou com o olhar quase desesperado, fazendo-a engolir seco e deixar sua boca entreaberta. Nate retirou uma mão de seu rosto e deu um tapa na parede que estava atrás dela. — Eu não consigo, Julia... não consigo não te amar. E a tua simples presença nessa cidade nesses últimos dias já... virou minha vida de cabeça para baixo! Eu... eu... te amo. É isso. Eu te amo. Eu te amo com tudo o que eu sou. Eu te amo com tudo o que eu já fui. E eu vou... eu vou te amar para sempre... para sempre — ele finalizou, ainda encarando-a e respirando pesado. Não conseguia desgrudar seus olhos dos olhos dela. Não conseguia quebrar o contato visual com aquela que ele sempre amara, e sempre amaria. Enquanto seus olhares estavam sincronizados, Nate sabia que estava dizendo a verdade, que estava fazendo a coisa certa em aparecer de repente no novo apartamento de Julia só por que não aguentava mais saber que ela estava tão perto e não estava com ele. Isso era inaceitável. Se Julia estava perto, deveria estar com ele. Julia era dele. Da mesma maneira que ele era inteiro e completamente dela.
Mas o contato visual daquele amante desesperado se aliviou quando no rosto da morena se formou o sorriso mais sincero e feliz que ela já havia dado em sua vida. Sua mão direita, que segurava a nuca do rapaz anteriormente, passou a acariciar os traços perfeitos do rosto dele. Julia acompanhou com os olhos o caminho que a ponta de seus dedos fizeram, da mandíbula barbeada de Nate até sua bochecha e as maçãs de seu rosto, tocando com muita cautela, apenas para sentir sua pele junto à dela. Seus dedos continuaram seu caminho, passando pelo seu queixo e em seus lábios carnudos, moldando-os muito devagar, sendo substituídos pelos lábios da própria Julia posteriormente. Ela pressionou seus lábios contra os de Nate muito lentamente, para ter a certeza de que não estava tendo um sonho ou uma alucinação, de que seu Nate estava realmente ali, deixando-se beijar por ela logo depois de assumir que... a amava.
Julia provou de sua boca, saboreou seus lábios, deliciou-se em sua pele e degustou de sua língua. Muito devassamente, muito voluptuosamente, muito sensualmente. Acima de tudo, muito sentimentalmente. Pois apesar de todo o desejo que ela sentia por Nate, superava-se o amor que envolvia seus corações e selavam suas almas. Era por isso que eles não conseguiam ficar longe um do outro. O amor que os abrangia não se contentara apenas com o coração — ele os envolveu mentalmente, carnalmente e espiritualmente. Conforme os lábios de Nate estavam sobre os seus, Julia nunca teve tanta certeza disso. Ela nascera para ele. E ele para ela.
Tão lentamente como começou, o beijo que Julia dera em Nate se finalizou, selado uma dezena de vezes por lábios que não queriam se separar. Seus dedos trêmulos ainda passeavam pela pele atrativa de Nate, sentindo-o, usufruindo-o. Quando ela finalmente conseguiu parar de beijá-lo, encarou-o, não se importando se seus olhos estavam brilhando mais do que o sol. Sorriu com toda a inocência e perversão, com toda a paciência e pressa, com toda a delicadeza e hostilidade. E mesmo que seus olhos, seu sorriso e todo o seu corpo demonstrassem a mesma máxima, ela fez questão de deixar com que as palavras roucas fossem proferidas pela sua garganta:
Eu te amo — disse ela muito vagarosamente, fazendo surgir um sorriso no rosto dele, como se fosse a primeira vez que ele escutasse tais verdades. — Eu sempre te amei. Não houve um só dia, um apenas, que eu não pensasse em você e não fantasiasse o dia em que nós estaríamos juntos de novo — Julia segurou seu rosto com a ponta dos dedos novamente, olhando cada traço de seu rosto tão mudado, dando-se conta de que suas próprias bochechas estavam sendo molhadas por lágrimas fujonas. Deixou uma risada escapar. — Você é um chato que conseguiu me prender completamente a você, e mesmo sete anos depois, Nate, caramba, eu sou apaixonada por você. Completamente. Inteiramente. E... vai ser pra sempre assim.
Nate sorriu, envolvendo sua cintura e colando completamente os seus corpos, sem quebrar o intenso contato visual que ele exercia com a garota que amava. Colocou uma mecha do cabelo negro e ondulado dela atrás de sua orelha e sentiu a pele macia de seu rosto com as costas da mão, calmamente. Juntou suas testas e roçou seus lábios, sentindo seu corpo se inundar de desejo e se entorpecer de paixão.
— Seja minha — sussurrou ele, sem separar seus lábios. — Para sempre.
Julia segurou sua nuca com firmeza e puxou levemente seus cabelos.
Eu sempre fui sua — sussurrou ela. — E sempre serei. Infinitamente.
Então, com um sorriso, Nate retomou os lábios de sua Julia para ele vorazmente, devorando sua boca e saboreando de seu gosto único e vicioso. Apertou mais ainda o corpo dela contra o seu, acabando com qualquer milímetro de distância que existia entre eles. Sugou seus lábios, entrelaçou suas línguas numa dança lasciva, fez com que seu desejo por ela se tornasse algo quase alucinante. Tocou sua pele, sentiu seu sabor, cheirou seu perfume, ouviu as batidas de seu coração. Pensou pela milionésima vez na vida que estava apaixonado e que jamais se apaixonaria por outra mulher senão ela, Julia, a dona de seu coração, a dona de sua mente, a dona dele, simplesmente. Era ela. Apenas ela.




Take me back to the place where I loved that girl for all time.
Why must life just take away...
Every good thing one at a time?
I want it back, well, yes I, I want it back, yes, I want you back. Please, give it me back.
‘Cause I want your love.
(Me leve de volta pro lugar onde eu amei aquela garota o tempo todo;
Porque a vida tira... Cada coisa boa de uma só vez?
Eu quero isso de volta, bem, sim, eu, eu quero isso de volta, sim, eu quero você de volta. Por favor, me devolva.
Por que eu quero o seu amor.)




O beijo de Nate conseguia ser a coisa mais lúbrica que ela jamais havia experimentado. Sim, seus lábios quentes — que porventura já haviam esquentado os dela — continuavam lá, causando aqueles arrepios tão deliciosos que Julia só sentia com ele. Sua língua, perfeita, prosseguia com seus movimentos luxuriosos e carinhosos ao mesmo tempo, de modo que as lágrimas de felicidade que desciam pelo rosto dela ficassem mais fadadas a cair. Mas além de tudo isso, Nate a beijava com todo o corpo e todo o resto. O corpo dele pressionava o seu contra a parede, suas mãos fortes seguravam sua cintura como se nunca mais quisessem soltá-la, e Julia percebeu que ele estava completamente entregue a ela. Chorou, não por estar com ele ali, e sim por estar finalmente com ele ali. Não acreditava que finalmente encontrara-o e pertencia a ele da mesma maneira que ele a pertencia. Não acreditava que mesmo após sete anos, Nate cumprira sua promessa de esperar por ela e nunca deixar de amá-la, e além disso, a própria Julia cumprira sua promessa de voltar e amá-lo infinitamente.
Então ela entendeu. Entendeu que não precisava cumprir promessa nenhuma, por que ela simplesmente não tinha nenhuma escolha. Amava Nate mais do que ela podia aguentar, e viver o resto de sua vida sem ele estava fora de cogitação. O amor que eles tinham desde quando eram apenas crianças prevaleceria a tudo, à distância, ao ciúme, aos que os queriam separados. Como na tatuagem que ambos tinham no braço.
Domada pelo desejo, Julia deixou que sua perna esquerda se elevasse e abraçasse a cintura de Nate quando ele recostou mais ainda seu corpo contra a parede e passou a beijar e sugar, mais deleitavelmente, toda a extensão de seu pescoço que ansiava desesperadamente pelo seu toque. Arranhou sua nuca por instinto, suspirando incessantemente por causa dos lábios quentes e maravilhosos de Nate que prosseguiam com seus movimentos no pescoço dela. Mais do que tudo agora, Julia precisava de Nate, tão perto dela quanto fosse possível. E até impossível! Ela o queria de uma maneira absurda, precisava dele de todas as formas, desejava-o em proporções inimagináveis. E mesmo antes de Nate segurar sua coxa com a mão, prendendo-a definitivamente contra o seu quadril, Julia já sabia que ele precisava dela da mesma maneira que ela dele.
Logo os lábios dela estavam preenchidos pelos dele novamente e ela abaixou sua perna. Enquanto o beijo decorria lascivo, as mãos de Julia percorriam toda a extensão dos ombros largos e da nuca de Nate, devorando-o, cheia de desejo. Sentiu-se derreter em seus braços quando as mãos de Nate tocaram-na por baixo da camiseta que usava, queimando sua pele de puro desejo, e logo Julia já estava sem sua camiseta. Tratou de procurar a abertura da camiseta dele, cessando o beijo por um segundo para retirá-la, e Nate jogou-a por cima dos ombros antes de envolvê-la com seus braços fortes e maravilhosamente definidos.
Não havia sensação mais alucinante do que a de suas peles tocando-se. Julia sentiu a barriga definida dele contra a sua, seu tórax forte pressionando os seus seios, seus ombros tão largos embaixo de seus dedos, que os exploravam alternadamente. Sentiu vontade de beijar cada partezinha de seu corpo, de tocar cada pedacinho e de provocar nele o mesmo efeito que ele provocava nela quando a beijava do jeito que fazia agora. Queria queimar sua pele como ele fazia quando a tocava. Queria senti-lo tão perto dela quanto fosse possível, e não o queria apenas uma vez. Queria de novo, e de novo, e de novo, até que todo o seu desejo e toda a sua vontade dele estivessem satisfeitas. Mais do que já quisera qualquer outra coisa na vida, Julia queria Nate dentro de si.


How can I not even cry for such a big thing in my life?
The pain it takes the part of me.
Turn around and say goodbye.
(Como posso eu nem chorar por uma coisa tão grande na minha vida?
A dor toma uma parte de mim. Vire-se e diga adeus.)

I want it back, well, yes I, I want it back, yes, I want you back. Please, give it me back.
‘Cause I want you.
(Eu quero isso de volta, bem, sim, eu, eu quero isso de volta, sim, eu quero você de volta. Por favor, me devolva.
Por que eu te quero)



Logo aquela posição naquela parede os incomodou, e ainda com seus corpos colados e seus lábios grudados, eles começaram se locomover. Sem querer, Nate conseguiu fechar a porta, fazendo com que desta vez, Julia o pressionasse contra a parede. Ela sorriu marotamente e separou seus lábios levemente, fazendo-o encará-la com o mesmo sorriso. Julia beijou seu queixo e sua mandíbula sensualmente, seguindo com o seu caminho de beijos até o pescoço dele. Viu os pelos de seus braços arrepiarem-se quando seus lábios latejantes tocaram o pescoço de Nate, iniciando ela agora os movimentos que a alucinaram anteriormente. Preparou-se para deixar uma marca, enquanto seus dedos lentamente percorriam o peitoral de Nate, perfeito, até chegar à sua barriga rigorosamente definida, fazendo com que o desejo dela só se tornasse maior. A proximidade de seus corpos era máxima, e sua intimidade começou a pulsar quando ela sentiu a ereção de Nate já aparente. Deixou no pescoço dele uma marca ousada, arranhando seus ombros por instinto, e ficando na ponta dos pés para beijar sua boca deliciosa posteriormente. Novamente, ele segurou sua cintura com força e Julia não notou quando elevou suas duas pernas e o abraçou com elas, sentindo-o perfeitamente, desejando-o mais do que nunca.
Com o controle máximo da situação, Nate continuou a se locomover conforme devorava mais uma vez os lábios de Julia em um beijo lascivo. Chutou um bocado de coisas, fazendo-a rir enquanto beijava-o e recostou-a em uma mesa de madeira que estava localizada no primeiro corredor. Julia não parou de abraçá-lo com as pernas, enquanto todos os utensílios da mesa se estraçalhavam no chão, e Nate se recostou sobre ela para não parar de beijá-la. Quando ela já achava que seu desejo e sua ânsia não podiam ficar maiores, Nate tocou seu seio ainda coberto pelo sutiã, e Julia sentiu-se derreter apenas pelo seu toque que ao mesmo tempo em que era calmo e singelo, era quente e luxuriante. Seus dedos espertos alcançaram o fecho do sutiã, que ficavam logo na frente, e logo Julia já não tinha mais nenhuma peça de roupa na parte de cima de seu corpo.
Arranhou a nuca de Nate mais uma vez quando o sentiu começar a, muito sensualmente, massagear seu seio descoberto e ansioso por ele. Seus movimentos eram calmos e ao mesmo tempo apressados. Amenos e ao mesmo tempo, nocivos. Singelos e ao mesmo tempo, veementes. Seus movimentos eram uma confusão — uma confusão de sentimentos e sensações que ele causava na própria Julia. Sensações essas das quais ela só conseguia distinguir uma: o desejo de tê-lo. Esse sentimento do qual ela já lidava há muito, agora vinha com toda a força, latejando, pedindo, suplicando para ser realizado. Julia saboreava-se com a sensação de ter Nate tão perto de si e suspirava ao sentir seus dedos tão perfeitamente espertos massagearem-na com voracidade, por que tudo isso fazia parte de satisfazer o desejo carnal imensurável que ela tinha dele.
Logo os lábios de Nate separaram-se dos dela, descendo tranquilamente pela sua bochecha e pela maçã de seu rosto. Nate segurou o queixo dela com a ponta dos dois dedos que não a massageavam, levantando-o, deixando um beijo demorado e molhado ali. Beijou seu pescoço, todo ele, e desceu seus beijos para seu colo. Beijou entre seus seios, e beijou cada um deles sensualmente, fazendo Julia suspirar. Beijou sua barriga, cada pedacinho dela, beijou seu umbigo e beijou sua cintura. Com as mãos, ele rapidamente abriu seu zíper e logo a estava beijando ali. Ouviu-a soltar um gemido fraco e beijou a parte inferior de suas coxas, estalado e sensualmente, divertindo-se por deixá-la quase louca. Só cessou seus beijinhos por todo o corpo daquela mulher que ele tanto amava e queria quando iniciou os movimentos em seu ponto de prazer.
Julia não se preocupou em conter o gemido que saiu de sua garganta, conforme Nate continuava com seus movimentos maravilhosos e sua intimidade pulsava loucamente. Sua língua, tão esperta, contornava seu ponto de prazer com a maior voracidade e facilidade do mundo, rapidamente, incessantemente, luxuriosamente. Os músculos dela estavam contraídos e ela não notou quando segurou o cabelo dele com a mão, suspirando e gemendo sem conseguir parar. Sentiu que a temperatura de seu corpo havia se elevado e achou que aquilo não poderia ficar mais prazeroso, até ela sentir dois dedos de Nate tocarem-na e penetrarem-na sem aviso prévio. Seus gemidos ficaram incontíveis.
Céus, Nate... estava levando-a a loucura! Tudo bem que ela sempre fora louca por ele e sempre seria, mas aquilo era... maravilhoso. Maravilhosamente quente, maravilhosamente prazeroso, maravilhosamente sensual e maravilhosamente devasso. Julia já estava arranhando sua nuca novamente, enquanto gemia, sem conseguir parar. Os dedos de Nate prosseguiam movimentando-se dentro dela com a maior agilidade e os lábios perfeitos daquele rapaz continuavam a sugar seu ponto de prazer, até mesmo arranhando-o com os dentes, porventura. Isso a estava matando. Julia não tinha a que se agarrar e, perante o seu imenso prazer, não demorou muito para a primeira onda banhá-la e estremecer seu corpo, molhando a boca de Nate. Julia fechou os olhos, sentindo que ele não havia parado, ao contrário, deixara os movimentos com a língua ainda mais rápidos e torturantemente prazerosos. Logo ela já estava novamente tão excitada quanto podia, e Nate não parava, não parava de causar nela aquela sensação imensa de puro desejo. Ele realmente queria matá-la, não?
Julia gemeu alto quando sentiu que Nate tinha acrescentado mais um dedo à sua penetração e a arranhara de propósito. Merda, ela não sabia para onde devia dirigir sua atenção! Estava excitada demais, luxuriosa demais, apaixonada demais. Nate não parava com seus movimentos, sua intimidade pulsava, seu desejo saboreava e comemorava, sua paixão aproveitava e abusava. Seu corpo queimava por inteiro perante tal excitação. Sua mente não conseguia mais trabalhar corretamente e passara toda a responsabilidade para a sua emoção, que usava e abusava da excitação que Nate lhe proporcionava. E novamente, desesperada de prazer, o corpo de Julia estremeceu com um gemido pouco mais alto e chegou ao seu segundo orgasmo com... apenas uma oral de Nate. Sua respiração não podia ficar mais desregulada. Isso era possível?
Mesmo que fosse, mesmo ainda sentindo os efeitos de seu clímax, seu desejo não estava satisfeito. Pulava dentro dela, exigindo mais, exigindo ser servido, exigindo sua satisfação completa. Pronta para seguir suas ordens, sobretudo quando Nate levantou seus olhos e limpou os cantos da boca com os dedos, Julia puxou-o novamente até seus lábios e devorou-os sem nenhuma pena, sentindo seu próprio gosto, fazendo com que seu desejo pulasse de alegria. Arranhou sua nuca, seus ombros, seu peito. Devorou sua boca, sua língua, seus lábios, para depois, repentinamente, parar. Afastou Nate com os braços, fazendo com que ele a encarasse confuso, e desceu da mesa por conta própria. Aproximou-se novamente, beijando seu tórax sensualmente, e empurrou-o outra vez. Nate sorriu, entendendo o que ela queria fazer, e logo Julia se aproximou definitivamente e o deitou no tapete da sala, debruçando-se completamente por cima dele. Sentiu sua intimidade pulsar novamente com vontade ao fazer contato com sua ereção. Beijou sua boca de um jeito salaz e rápido, e desceu seus beijos para seu pescoço. Deixou mais uma marca ousada e foi engatinhando conforme o seu corpo, beijando seu peitoral tão perfeitamente definido mais uma vez. Beijou uma dezena de vezes a sua barriga maravilhosamente definida e gostosa e continuou seguindo até chegar ao caminho da felicidade. Lentamente, ela desprendeu os botões de sua bermuda, e não demorou nada e Nate já estava tão vestido quanto ela própria. Já pressentindo o que viria a seguir, Nate suspirou longamente e Julia sorriu com isso antes de envolver sua glande com os lábios.
A chama que havia dentro do rapaz queimou-o por inteiro, estraçalhando suas noções, carbonizando seus pensamentos lógicos e deixando como restante apenas ela, a chama, que representava sua excitação absurda e sua paixão colossal. Julia... Céus. Naquele momento, Nate não era nada, a não ser o homem que estava sendo completamente domado e controlado pelo prazer que Julia lhe proporcionava. Seus movimentos em seu membro eram precisos, ora rápidos, ora lentos, mas em todos os casos, torturantemente incríveis. Os suspiros escapavam de sua garganta e Nate não conseguia dizer nada que não fosse o nome daquela mulher descomunalmente gostosa pela qual ele era completamente apaixonado. Suas células pareciam explodir, uma a uma, de puro prazer. Seus sentimentos e suas sensações estavam apurados, seus pelos arrepiados, suas mãos trêmulas. Julia continuou com seus movimentos e instintivamente Nate começou a pressionar o quadril contra a sua boca, desesperadamente, fazendo com que ela achasse graça, pelo que pareceu. As mãos dela começaram a arranhar muito lentamente suas coxas, fazendo com que seus pelos se arrepiassem ainda mais. Nate já estava entorpecido de puro desejo, puro prazer, pura excitação. Céus! Como Julia se tornara tão perfeita?


How did you do it, females? It's always you do it, angels.
You always keep me on the run.
So, how did you do it, angels? Always you do it, females.
You always keep me on the run…
(Como vocês fazem isso, mulheres? Vocês sempre fazem isso, anjos.
Você sempre me mantém correndo.
Então, como vocês fazem isso, anjos? Vocês sempre fazem isso, mulheres.
Você sempre me mantém correndo...)




Lentamente, ela foi parando, fazendo-o suspirar em reprovação. Ainda encarando-o ela sorriu, limpando os cantos da boca exatamente como ele fizera, de modo que ele respirasse fundo e sussurrasse que era golpe baixo. Julia riu gostosamente — o que apenas o provocou mais — e se sentou em cima de suas pernas, sem cessar seu contato visual. O desejo dentro dela já estava implorando para o que viria a seguir, e ele basicamente tomara conta de seu corpo quando ela, sem cerimônias, sentou-se no membro de Nate, fundindo-os, fazendo-os gemer.
Julia continuou lá por alguns momentos, apenas sentindo o prazer descomunal que era ser preenchida por Nate. Sua respiração estava mais do que irregular e ela não conseguia parar de gemer, ao senti-lo completamente nela. Quando seus corpos estavam fundidos, como apenas um, Julia sentiu-se verdadeiramente completa. Seu desejo gritava e dava voltas em seu corpo, seu sentimentalismo gargalhava e chorava ao mesmo tempo, sua vontade pedia por mais de Nate até ser completamente atingida. Então, lentamente, alimentando a chama que havia dentro dela, Julia começou a rebolar por cima dele e deixou que os gemidos escapassem livremente de sua garganta.
Conforme ela prosseguia com seus movimentos de vai-e-vem, ambos gemiam e suavam, extasiados e realizados por estarem finalmente, depois de todos esses anos, juntos. Toda a distância e toda a dor que eles tanto sofreram haviam sido esquecidas. Tudo de ruim pelo que eles passaram desaparecera como num passo de mágica. Não havia mais mundo, não havia mais dificuldades, não havia mais preocupações, não havia mais nada senão seus corpos imensuravelmente apaixonados fundindo-se como um só. Não havia mais nada além de Julia movimentando-se para cima e para baixo sobre o membro ereto de Nate. Não havia mais nada além das mãos de Nate apertando suas coxas e suas nádegas com vontade conforme ela rebolava deliciosamente por cima dele. Não havia nada do mundo além dos dois, amando-se como nunca, no tapete da sala de um apartamento. Nada mais.
Querendo trocar de posição, Julia sentou-se por cima de Nate durante mais algum tempo, sentindo-o dentro de si com todo o corpo e toda a alma. Retirou-se dele rapidamente, deitando-se no tapete ao seu lado, e não demorou nada para ela senti-lo deitar-se em cima dela. Ele selou seus lábios, sem fôlego, apenas para provar seu gosto perfeitamente delicioso, e ergueu a coxa dela para cima, apoiando-a em sua cintura. Suada e ofegante, domada pelo desejo, Julia pediu para ter Nate dentro de si novamente entre suspiros. Pedido esse que foi atendido prontamente, arrancando dela um gemido e fazendo-a com que cravasse as unhas em suas costas tão maravilhosamente gostosas. Nate reiniciou os movimentos de vai-e-vem com vontade, penetrando-a com todo o desejo que lhe corroia, alimentando sua chama com tudo o que tinha. Julia mexia seu quadril contra o membro dele por puro instinto, arranhando-lhe as costas a cada estocada, e porventura mordendo seu ombro. Seu corpo suava, mas seu desejo clamava por mais. Quando mais os movimentos eram rápidos e fortes, quanto mais seus corpos se fundiam e suavam, mais aquele desejo desmesurável comia-a por dentro e exigia ser satisfeito.
Mas nada estava satisfazendo Julia mais do que ter Nate dentro de si como naquele momento. Seu corpo inteiro estava entregue a ele, e ela nada conseguia pronunciar a não ser o seu nome ou pedir por mais. As investidas de Nate continuavam, cada vez mais fortes e rápidas, cada vez mais deliciosas, cada vez mais extasiantes, cada vez mais incríveis. Os gemidos já escapavam da garganta de Julia como se tivessem vida própria e ela já não tinha mais noção de nada. Tudo o que importava era que Nate estava fazendo amor com ela como nunca fizera antes, com tanta destreza e tanta voracidade, tanta vontade, tanto desejo, tanta paixão, e eles não queriam parar.
Não demorou muito para eles atingirem o orgasmo e terem seus corpos completamente banhados pela corrente elétrica deliciosa que percorreu seus corpos com toda a liberdade. Mas mesmo cansados, Nate e Julia não queriam parar. O corpo deles estremecia, mas a vontade continuava lá, muito viva, pedindo por mais de cada um. Não conseguiram separar-se, por que não conseguiram aplacar todo o desejo de sete anos que corria pelas suas veias. Necessitavam um do outro muito mais do que seus corpos conseguiam aguentar. Se amavam muito mais do que carnalmente, ou emocionalmente. Se amavam espiritualmente. Se amavam com todo o ser.
Se amavam, e se amariam, infinitamente. Por que não podiam deixar de se amar.



I want it back, well, yes I, I want it back, yes, I want you back. Please, give it me back.
‘Cause I want your love…
(Eu quero isso de volta, bem, sim, eu, eu quero isso de volta, sim, eu quero você de volta. Por favor, me devolva.
Por que eu quero o seu amor...)




Notas Finais





HOW DID YOU DO IT BABES, ALWAYS YOU DO IT BABEEEEES YOU AAAAAALWAAAAAAAYS KEEP ME ON THE RUUUUUUUUUUUUUUUN.
Bela paródia que eu fiz agora, dizaí.
MAS SAIAM DE PERTO, BEBÊS, PQ SARINHA TÁ AFIADA. ELA ACABOU DE ESCREVER ISSO AÍ QUE VCS ACABARAM DE LER. E GERALMENTE, QUANDO EU ESCREVO PUTARIA, EU SÓ FALO PUTARIA. PQ MINHA MENTE ESTÁ A MAIS PURA PUTARIA.
Ainda não acredito que Julia fez o que fez.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH PAÇSOKA~PLKA~PAOSJA~PÇSOK~SKA~S´JOASÕPAJSÕKS SOS 
SOCORROOOOOOOOOOO AS´~APSLK~SP´´ASA´SPLA~SÁPLKSÁS
JULIA E NATE E NATE E JULIA ESTOU SURTANDO ELES FIZERAM ISSO MESMO não irei xingar nem falar putaria nessas notinhas VOCÊS VIRAAAAAAAAAAM APSLKA~POKA~SÓAKS
E TIPO, VOU FALAR MESMO, GOSTEI DESSE CHAP. EU GERALMENTE ACHO A LEITURA DA OAV MAÇANTE, MAS GOSTEI DESSE CHAP. GOSTEI DO HENRY LINDO ENCONTRANDO LUKE LINDO A~SÇPALKSÃPKPOKAL~SPASLK PFVR AMANDO ESSA CENA PRA SEMPRE ÃPSKLA´S]PAOLPÁOLSA E GOSTEI MT DO HENTAI. NAO FICOU ENORME, MAS FICOU FODIDAMENTE ups BONITINHA E AO MESMO TEMPO PERVERTIDA E ATÉ POÉTICA E MAIS PERVERTIDA AINDAAAAAAAA quantas vezes eu enfiei a palavra delicioso nessa hentai? hm, mts.
Meu Deus, me acalme. A~PSL~~SPLK~LKÃPSOL~PAOL 
Sinceramente, isso é pq eu já terminei de escrever. Nao queiram me pegar no processo.
Eu ainda não acredito que Julia fez o bola gato, cara ÃPSLKA~PSOLKA~LK EU NÃO PRESTO PRA ESCREVER ISSO, ACHO QUE É O MAIS NOJINHO, É. Mas fiz né pq né. MAS É NOJINHO, SAIBAM. Tanto que eu detalhei mais sentimento pq ah ah ah nojinho.
Tá, eu tenho que falar coisas sérias também.
SEGUINTE, SEMANA QUE VEM, É...........DIA DO PROFESSOR! 
Mentira, é aniversário da OAV também. No mesmo dia do professor.
ÃOLA~SKLSÕPALKS~POASLKÃPOSLK
DAÍ, OLHA, DIA 15 VAI ROLAR FESTINHAAAAA tá que nao é festinha. Se liguem.
Vou fazer uma twitcam, a partir das 18h e vai ser bem maneiro. Pretendo deixar spoilers rolando, se tu for anony pode perguntar na ask, vou tar de face aberto e td mais.
MÃS como não tenho twitter, irei pegar um emprestado. Pegarei, portanto, o twitto da Correria, então, SIGAM-NA (@iamnotsonaive), e segunda-feira a gente comemora. PEGUEM OS CHAPEUZINHOS DE FESTA.
E comentem pra mim. Mesmo que vocês estejam sexualmente exaustos.
;********************** BEIJOSHUAS BEBÊS.

2 comentários:

  1. Giovanna aqui.
    Aaaaaaiiiiii que perfeito!!!!! Henry e Luke. Luke e Henry.
    Finalmente eles se encontraram.
    E que fofos.
    Agora eu quero ver a reação da Soph. Quando ver que o filho conheceu o pai e não sabe. Kkkkkkkkkkkkkkk
    E NATE. E JULIA. E JULIA E NATE.
    FINALMENTE!!!!
    ~canta~
    Depois de sete anos. Askposasoaosoaoas

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  2. Renally Vasconcelos na area kkk,
    Sarah vc n tem noçao de como eu amo esse luke malvado (eu quero ele pra mim). Ainn Anna e Henry vão ser nosso proximo casal eles são perfeitos. Bj titia Sarinha!

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