28 de fev. de 2013

Meu Melhor Amigo Colorido


Bom dia :3 (Noite, tarde, sei lá que horas cês tão lendo isso UAHEUAEHUAEH) Como vão?
Então, não falarei muito aqui. A questão é que fizeram uma campanha no facebook para que essa fic, mesmo em seu texto original, fosse postada. Caso você não tenha lido-a no Nyah!, já vou avisando: isso foge totalmente a qualidade de escrita que você encontra nos textos atuais. Essa fanfic foi escrita como comemoração dos dias dos namorados de 2011 então perceba a responsa. Tem quase dois anos. UAEIHAIUEHAELIUHJA
E EU ESCREVIA BASTANTE MAL.
Mas ficou engraçadinha, e as leitoras adoram essa one, então aqui está :3 Se quiser reler, fique a vontade. Se quiser ler pela primeira vez, fique a vontade também.




Meu nome é Hayley Williams. E eu transei com o meu melhor amigo.
Tudo começou há um ano atrás. Eu tinha 16 anos, e tinha me apaixonado pela primeira vez por um cara. Ele era perfeito, realmente tudo o que eu sempre quis.
Neguei que gostava dele até a morte. Pois é, eu morri. Neste momento, toda a minha família e amigos estão jogando flores na minha lápide que está escrito:
“Aqui jaz Hayley Nichole Williams. Menos um fósforo aceso ambulante no mundo”.
Eu morri, mas para contar esta história a vocês, eu incorporei o meu hamster Teddy que está sentado na cadeira do PC digitando neste momento. Tive que dar sossega-leão, ou melhor, sossega-hamster no espírito do bicho. Se alguém aparecer e me ver, digo, ver o Teddy digitando, vai levar uma paulada na cabeça, pois, convenhamos, um hamster digitando uma história inútil no computador é bem estranho.
Ok, mentira, eu não morri. Nem sequer tenho um hamster.
Como eu ia dizendo, eu não neguei que gostava dele até a morte. Eu neguei até minhas amigas me ameaçarem de morte. Quando finalmente assumi isso, o mundo ficou colorido. Apareceram pôneis cor-de-rosa e gazelas azuis. Formou-se um grande arco-íris no meu mundo encantado.
Ok, nem tanto.
Mas bem, eu pensava nele 28 horas por dia. Toda e qualquer música existente me fazia lembrar ele. Quando eu pensava nele, parecia que haviam nove milhões de borboletas no meu estômago. Ou devia ser só a fome mesmo, enfim. Ele se tornou o centro do meu universo e eu passei a adorá-lo incondicionalmente. Eu não dormia pra pensar nele e quando finalmente dormia, eu sonhava com ele. Oh, santa Tartaruga!
Só tinha um probleminha...
Jake não me queria. 
Pois é, a menina ruivinha e imatura não era o suficiente para o primo de sua melhor amiga. Mas ela não deveria chorar por isso, certo?
Errado.
Chorei muito. Pensar nele doía. Eu não podia mais escutar música. Tudo me fazia lembrar ele e me deixava triste. Simplesmente porque o homem que eu amo não me quer.
Por que, Deus? Por que comigo?
Eu queria ele pra mim. Queria agarrá-lo, e não podia. E pra piorar toda a bagaça, estava sem dinheiro pra chocolate. Estava na merda, com toda a certeza.
Só havia uma solução: Virar freira.
No caminho para o convento eu encontro minha amiga — a Rebecca — com o seu namorado — o James — e um amigo do James. Esse eu não conheço.
Se eu não estivesse muito triste, eu diria que ele é um tremendo gato e que tem uma bunda de dar inveja. Mas eu estou depressiva demais pra pensar taradississes. (Ta-ra-dis-ses: s.f. Que tara, pervertisses. – Informação tirada do Dicionário Doido da Hayley).
— Oi Hayley! Tudo bem? — Becca perguntou.
— Não. — Respondi simpaticamente. — Oi James.
— E aí Hayles. Hmm... esse aqui é o Josh.
— Oi. — o gato, digo, garoto estranho disse.
— Olá.
— A gente tava indo tomar sorvete, quer ir com a gente? — Becca.
— Não, eu...
— AAAAAAAAA, QUE BOM! Vem amiga, eu tenho um quadrilhão de novidades pra te contar. — Ela agarrou meu braço e foi me levando.
Infelizmente, ela tinha mesmo um quadrilhão de novidades para me contar. Depois de 45 minutos de papo, ela finalmente parou para respirar. E aí, começou a agarrar o James. (Eu acho que a boca dela ficou seca, e como não tinha água...)
Chegando na sorveteria, James e Becca foram pegar os sorvetes. Josh chegou perto e disse:
— Hm, vem comigo pegar um milk-shake? Não gosto muito de sorvetes assim.
Bem, pelo menos, uma coisa em comum. Nós dois adoramos milk-shake.
— Ok. — concordei e fomos.
— Vou querer o de maracujá grande. — Dissemos ao mesmo tempo e nos entreolhamos. Rimos.
— Que massa, a gente falou ao mesmo tempo! — Dissemos ao mesmo tempo novamente.
— Menino! Para de falar a mesma coisa que eu! Credo. — Ele riu.
Pagamos o milk-shake e nos sentamos.
Ele pegou o celular e colocou uma música. Era Hear You Me.
— Aahhh, Jimmy Eat World! Você gosta?
— Gosto de todas.


*****



E assim começou nossa amizade.
A cada minuto que passava, eu descobria mais coisas em comum com Josh. Éramos fãs da mesma banda, gostávamos do mesmo sabor de milk-shake, tínhamos a mesma matéria preferida, gostávamos dos mesmos seriados, assistíamos aos mesmos desenhos, acessávamos os mesmos sites, tínhamos os mesmos conceitos e ambos havíamos sofrido por amor.
Aprendi a amá-lo como amigo.
Ainda me lembro de quando viramos melhores amigos para sempre.



*****



Estávamos na minha casa, na área, com o violão. Cantávamos qualquer música. Era legal cantar com Josh.
— Ô Josh...
— Que foi?
— Acho que o brigadeiro já ta pronto. — Eu disse.
Havíamos feito brigadeiro há um tempo atrás e ele estava na geladeira. Era fácil notar, pois nós dois estávamos completamente cobertos e sujos de chocolate. Quem olhasse, diria que tínhamos feito cocô um no outro.
Corremos até a geladeira como duas gazelinhas marrons felizes.
Cada um pegou sua colher e começamos a comer. Josh parecia que não comia há milênios.
— Hayles, se você prometer fazer sempre um brigadeiro assim, eu prometo ser seu melhor amigo para sempre.
Eu ri.
— É sério. Quer ser minha melhor amiga para sempre?
Eu sorri e disse:
— Está certo. Então seremos melhores amigos para sempre.
— Tá, vamos fazer um pacto.
— Hein?
— Você, Hayley Nichole Williams, aceita ser a Melhor Amiga Para Sempre de Joshua Neil Farro, e promete amá-lo e respeitá-lo e fazer brigadeiro para ele, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? — Ele disse compassado imitando voz de padre.
— Aceito.
— E você, Joshua Neil Eu Farro, aceita ser o Melhor Amigo Para Sempre de Hayley Nichole Williams, e promete amá-la e respeitá-la e se lambuzar com seu brigadeiro, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que morte os separe? — Ele disse da mesma forma, eu já estava rindo. — Aceito, seu padre gato. — Ele disse, falando consigo mesmo. — E no poder a mim investido, eu vos declaro Melhores Amigos Para Sempre. Podem comer o brigadeiro. — Ele pegou a colher e enfiou na boca e eu fiz o mesmo.



*****



E assim, Josh se tornou meu melhor amigo para sempre.
Ele era simplesmente a pessoa mais maneira que eu já havia conhecido. Ele era simpático, engraçado, bonito e, pra completar o pacote de perfeição, gostava da minha comida!
Se Deus fez um homem melhor que Josh Farro, guardou pra Ele.
Passamos a nos encontrar quase todo dia. Ele ia a minha casa, ou eu ia à dele, ou a gente ia a algum lugar. Ficamos muito amigos. Éramos mais grudados do que chiclete no cabelo.
Quanto à coloração da nossa amizade, bem, ela aconteceu de forma natural...



*****



— Qual é a graça de assistir um filme de terror onde o monstro não mostra a cara? Ah, fala sério. Isso não dá medo nenhum. — Essa sou eu, no tapete da minha casa, com a boca cheia de pipoca, reclamando do filme.
— Também acho. Se esse espírito invocasse essa mulher, e eles chamassem um padre pra exorcizá-la, e ela cuspisse um troço verde no padre, seria maneiro. — E esse é o Josh, dando o seu final perfeito para o filme.
Como disse, concordamos em tudo.
“Micaaaaaaaaaaaah!!!! Micaaaaaaaaaaaah!!!!”
— Isso tá chato. — Disse tomando um gole de refri.
— Está. — ele concordou. — Mas se eu não ver o filme todo, não vou poder dizer que ele é ruim, porque eu não sei o final. Então vou ver até o final, para poder tirar minhas conclusões. O que você acha Hayley?
— Acho que estão faltando mortes nesse filme.
— É, verdade.
Assistimos o filme até o final, reclamando e xingando o demônio.
— Ah, mano. Eu não acredito que nem mostrou o cara morrendo! — Josh disse decepcionado.
— Cara, isso não dá medo! Se mostrasse ela arrancando as tripas dele, aí tudo bem, mas nem isso! Poxa, que droga.
— Dois dóllares mal gastos.
Olhei para Josh e tinha um caroço de pipoca grudado em cima do seu lábio superior. Como ele não notou isso?
— Josh... — eu comecei a falar e fazer uma careta — ...tem uma... Ah, deixa eu tirar.
Engatinhei até ele, que ainda reclamava do filme e tirei o troço do rosto dele.
Foi aí que nossos olhares se encontraram.
— Hayles...
— Sim?
— Você tem olhos grandes...
— E você tem uma boca grande...
— Você tem dentes grandes...
— Você tem um piercing grande...
Não, não era a Chapeuzinho Vermelho e o Lobo vestido de vovó em seu mais perfeito diálogo. Era eu e Josh flertando.
Minha mão, que ainda estava em seu queixo, decidiu agir por si própria e não ouvir mais os comandos do cérebro de se retirar do rosto do menino. Ela puxou o queixo dele pra perto do meu, fazendo com que os nossos lábios se encontrassem. Seguindo o exemplo da mão, a língua também não obedeceu mais nada e fez o seu trabalho.
Não demorou muito e estávamos nos amassando ao som do trailer do filme.
A boca dele tinha gosto de pipoca.
Epa, a minha também!
House disse: “Você não consegue viver sem amor? Pense em viver sem oxigênio.”.
Eu gostaria de viver do beijo de Josh, mas meus pulmões diziam o contrário. Nos afastamos ofegantes.
— Uau. — Ele disse.
— Cara! Isso é errado! Nós somos Melhores Amigos Para Sempre, agora, viramos o quê? Fizemos um pacto, Joshua!
— Bem... eu gostei demais.
— É... eu também, mas...
— Você me ama? Amar mesmo, tipo... igual Romeu e Jullieta. Melhor, Bella e Edward! Melhor ainda, Jacob e seu muque!
— Não...
— Perfeito! Eu também não te amo. Mas eu te amo, entende?
— Sim, eu entendo perfeitamente! Eu também não te amo, mas eu te amo muito. Cara, eu amo não amar você!
— Exatamente!
— É...!
— Então, vamos continuar amigos, nos amando do jeito que a gente se ama.
— Amigos não se amassam, Joshua.
— Pára de me chamar de Joshua; Eu sei que amigos não se amassam... mas nós não somos só amigos... somos amigos coloridos.
Ergui uma sobrancelha.
— Amigos coloridos?
— É. A gente pode se agarrar de vez enquando. Mas continuamos Melhores Amigos Para Sempre.
— Então... Melhores Amigos Coloridos Para Sempre?
— É.
— Eu gostei. — Disse isso e mordi o lábio inferior.



*****



E foi assim que o meu Melhor Amigo Para Sempre se tornou o meu Melhor Amigo Colorido Para Sempre.
Nossa amizade não recebeu danos e nós não tínhamos o mínimo de culpa.
Caso você leia uma revista Teen, notará que naquela sessão onde meninas desorientadas perguntam para as psicólogas o que fazer, sempre tem um “gosto do meu melhor amigo, mas não quero estragar a amizade”.
UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊS, GATAS: Tornem-se amigos coloridos!
É tão simples.
Vocês não precisam ser namorados. Continuam amigos, nada muda. A única coisa que muda, é que quando os dois tiverem com vontade, se agarram. Eba!
Nada de brigas. Nada de DR’s. Nada de sofrimento. Nada de ciúme. Apenas pegação. Não é isso que você sempre sonhou?
Felizmente pra mim, Josh também concordava.
Nossa Amizade Colorida ia de melhor a espetacular, quando acontece uma tragédia. Essa tragédia é denominada JAUN. Josh Arranja Uma Namorada.



*****



Era uma segunda feira.
Amo esse dia tanto quanto amo chá de alho com limão.
Me levantei com dificuldade e me “arrumei” para escola.
E então, você, leitor, pergunta: Porque o “arrumei” ficou entre aspas?
Você considera jogar uma água na cara, vestir um uniforme amassado e calçar um All Star totalmente podre se arrumar?
Meu All Star é tão sujo que você não difere mais o pano da borracha. Não se acha os cadarços. E se você bater nele para tirar a poeira, pode pegar tétano. E eu nem falo das meias...
Vo inguau uma mindinga pa iscola. Un beiju.
Fiz quatro provas, sendo duas delas surpresas. Tenho total certeza que me danei toda em todas elas. E na ultima aula, a de Educação Física, foi determinado pela Sra. Campbell — uma velha de uns 50 anos que usa um calção de moletom e um boné sempre. À noite, para se divertir, paga cinco conto pras prostitutas bi da esquina do centro da cidade — que jogássemos queimado.
Acho que eu devia ter um imã pra atrair a droga da bola. Levei tanta bolada que não pude nem contar.
Foram no mínimo cinqüenta e sete mil novecentos e quarenta e duas boladas. Estava mais moída do que paçoca no fundo de pilão.
Ao sair do colégio, do nada, caiu um toró do inferno. Lá se foi o tratamento que eu fiz no cabelo um dia antes. Eu estava com tanta sorte que não me surpreenderia se a chuva fosse ácida.
Cheguei em casa ensopada, temperada, mastigada e digerida.
Com tanta coisa ruim acontecendo, eu pensei que não pudesse piorar, certo?
Errado.
Josh chegou a minha casa e finalmente eu pensei que algo pudesse melhorar.
Cumprimentamos-nos e eu troquei de roupa. Logo depois ele veio me contar da festa que tinha ido no domingo (não fui com ele porque mamãe não deixou).
— Ai Hayles, eu conheci uma menina muito legal. Ficamos na festa.
Não, eu não senti ciúmes. Isso faz parte da amizade. Mesmo ficando sempre, eu e Josh temos nossos casos a parte, e sempre contamos tudo um ao outro. Eu não sentia ciúme das meninas que ele ficava e nem ele dos caras que eu ficava. É uma hierarquia.
— Sério? Que maneiro, Josh.
— Hoje a gente se encontrou denovo, e eu pedi ela em namoro. Tô namorando, Hayley! Isso não é um máximo? — não. — Sinto que dessa vez vai ser diferente. Acho que com ela é diferente.
Droga.
Aí, você, leitor, deve estar se perguntando: Mas, Hayley, se você não sente ciúme, porque raios duplos você não quer que Josh namore?
Simples. Você deixaria seu(ua) namorado(a) ter uma amiga(o) colorida(a)?
Agora tem sua resposta.
— Ih... que foi? — Josh.
Pô, ele é meu amigo. Sabe quando eu fico triste. Ou quando não concordo. Ele me conhece melhor do que eu mesma.
— Nada não.
— Não mente pra mim.
— É só que... a sua namorada não vai concordar em você ter uma melhor amiga. Aí ela vai tomar todo o seu tempo e você vai sumir.
Eu comecei a falar e umas coisinhas quentes, salgadas e molhadas começaram a sair dos meus olhos.
— Awn, Hayles, não fica assim. Eu sou o seu Melhor Amigo Para Sempre, lembra? Eu fiz um pacto e eu não vou te deixar.
Vai sim.



*****



É, leitor. Diz aí se eu não estou frita, grelhada, servida e mastigada?
Josh, o meu Melhor Amigo Colorido Para Sempre, virou um Namorado de alguém.
Eu senti como se tivessem arrancado meus dedos com um alicate de unha.
Tá, nem tanto.
Mas eu me senti muito triste. Mais triste do que você quando seu irmão mais novo te obriga a assistir Lazytown ou Backyardigans.
O nome da garota de Deus era Jennifer. Ela era muito linda.
Mas ela me odiava.
E fingia para o Josh que gostava de mim, porque ela sabia que Josh gostava muito de mim.
Cada dia que se passava, Josh ficava mais tempo com ela e menos tempo comigo.
Para quem já está chorando, agora vem a pior parte:
Nós já não nos agarrávamos mais.
Eu estava carente e triste. Meu Melhor Amigo tinha me abandonado por uma garota falsa que merecia as trevas.
Precisava de um filme de terror.
Mas eu preciso do Josh pra ver o filme. AAAA. Deus, por quê? Por que tiraste meu único Melhor Amigo Colorido Para Sempre de mim?
Felizmente, não demorou muito para a Jennifer mostrar sua verdadeira face cobral (Co-bral: s.f. Que vem da cobra; De cobra. – Informação tirada do Dicionário Doido da Hayley) para Josh.
Infelizmente, ele ficou muito triste por perder Jennifer. E não tem nada pior do que um Melhor Amigo Colorido Para Sempre magoado.



*****



Era um sábado.
Coloquei o celular para despertar às três horas da tarde. Não estava a fim de dormir até as cinco da tarde. Tá pensando que eu sou o quê? Uma preguiçosa? É doido, é. Tenho que manter meus bons hábitos, entre eles, acordar cedo.
Porém Josh chegou às duas e meia e tocou o interfone da casa. Saí.
— Quem é que têm a audácia de me acordar as duas e meia da madrugada? — Abri a porta e Josh estava com o olhinho pequeno e inchado.
— Me desculpe, Hayley. Volta a ser minha Melhor Amiga Colorida Para Sempre? — Ele disse olhando para baixo.
Siiiiiiiiiiiiiim!!! Eu volto!!!
— O que houve com a Jennifer?
— Ela não presta. Hayley, você é a única menina no mundo que é verdadeiramente legal.
— Awn, Josh. — Fui até ele e o abracei. Ele chorou no meu ombro.
Aquela safada fez meu bebê chorar.
Que o cão a leve para sua casa.
Fiz ele entrar em casa. Enquanto eu fazia o brigadeiro, Josh me contava o que a vaca tinha feito para ele.
— Ela estava agarrada com o Andy, Hayley. E quando eu cheguei, ela não disse nada, e ainda xingou você! Eu não acredito, meu... Como eu fui burro!
— Você não foi burro, Josh. Isso acontece com quem se apaixona. É normal. Todo casal passa por isso. — Cheguei perto dele e acariciei seu rosto.
— Eu queria me apaixonar por você. Você é a única garota que presta.
Ri disso.
— Acho que eu não presto tanto assim... — disse e joguei brigadeiro no nariz dele.
E terminamos a tarde rindo, brincando, comendo, e beijando.



*****



Os meses foram se passando e a nossa amizade ia ficando cada vez mais e mais forte.
Eu já me sentia feliz novamente. Feliz como você, quando seu irmão mais novo cresce e em vez que querer assistir Lazytown ou Backyardigans, se oferece para lavar a louça.
Não era sempre que a gente se encontrava que nós nos beijávamos. Era só quando nós dois estávamos a fim. Josh ainda era meu melhor amigo e eu a melhor amiga dele. Nós fazíamos coisas de melhores amigos, não de namorados.
Acontece que nesse dia, aconteceu uma tragédia. Essa tragédia é denominada TMVMMACPS (tente pronunciar). Tirei Minha Virgindade com Meu Melhor Amigo Colorido Para Sempre.



*****



Estava em casa. Meu cabelo estava com o resto do tratamento que fiz para a festa da Becca — que foi um dia antes — e meu rosto com o resto da maquiagem também.
Acordei em cima de Josh que dormia tão profundamente que parecia estar em coma. Minha cabeça tinha uma leve dor e eu estava meio tonta.
Não devia ter tomado aquele ponche com gosto de álcool...
Ontem, as três da madrugada, eu e Josh saímos da festa. Era no salão do melhor colégio particular da cidade. Era grande pra baralho. Tinha muita coisa legal. Enfim, saímos da festa e como a casa de Josh fica perto de onde Judas perdeu os All Stars, ele decidiu passar a noite na minha. Chegando em casa nós só caímos na cama como dois adolescentes bêbados. Peraí, é isso que nós somos.
Me levantei e fui direto para o chuveiro. Estava cheirando a suor de todos os habitantes do planeta terra.
Peguei minha toalha e tomei um banho sem longo, sem me preocupar com o aquecimento global ou a conta de água da minha mãe. Ao sair do banheiro fui até o meu quarto com o corpo enrolado numa toalha. Ia pegar minha roupa.
Josh estava sentado na cama, com cara de sono, passando uma mão no olho.
— Bom dia. — eu disse.
— Já são mais de 8 horas?
— Josh, são duas da tarde.
— Ahn.
Ele fica muito lindo com cara de sono, vale frisar.
— Me dá um beijinho?
— Escova os dentes primeiro, vai. — Pedi e ele assentiu. Foi até o banheiro e voltou rapidinho. Eu estava com o corpo enrolado no roupão, apenas escolhendo uma roupa. Ele agarrou a minha cintura e começou a beijar meu pescoço.
— Você me deve um beijinho. — ele sussurrou no meu ouvido, o que me fez arrepiar.
Virei de frente e o beijei. O beijo começou a ficar urgente. Ele enfiou a mão por dentro do roupão e passou a mão pela minha cintura. Quando os pulmões pediram por ar, ele se desprendeu e começou a beijar meu pescoço. Suas mãos já tinham estado em todo o meu corpo nu por baixo do roupão, até que ele chegou a minha virilha. Ele começou a fazer movimentos com as mãos o que me fez gemer baixinho. Aqueles olhos castanhos penetrantes encararam os meus. Eles pediam permissão.
Eu apenas o puxei para outro beijo.
Josh com delicadeza tirou meu roupão, deixando meu corpo, ainda com partículas de água, à mostra. Me deitou na cama e começou a beijar meu pescoço, deixando mordidinhas e chupões. Foi passando a língua pelo meu corpo até chegar nos seios. Ele distribuiu beijinhos e começou a sugá-los. Gemi mais alto.
O contraste de sua língua com seus lábios e aquele piercing era simplesmente incrível.
Voltou e começou a beijar minha boca, com muito ardor. Eu tirei sua camisa e passei minha mão pelas suas costas, sem deixar marcas. Passei minha mão pela sua barriga e então, abaixando um pouco mais encontrei seu membro que já estava rígido dentro da calça. Apertei sem machucá-lo e ele gemeu.
Ele mesmo tirou a calça junto com a cueca ficando do jeitinho que veio ao mundo.
Nos beijamos novamente. Já não existia mais distância entre os nossos corpos. Estávamos colados.
Ele chegou aos meus ouvidos e disse:
— Não faço nada se você não quiser.
— Eu quero.
Ele sorriu malicioso e se desprendeu por um segundo para pegar a camisinha — que convenientemente estava no bolso de sua calça —. Encapou-se e me deitou novamente na cama.
Nessa hora uma pitada de medo me atingiu. Eu era virgem. E... ia doer.
Ele colocou o começo de seu membro dentro de mim, fazendo movimentos devagar. Quando ia enfiá-lo inteiro ele não conseguiu.
— Relaxa... eu nunca vou te machucar. — Ele disse baixinho.
Tentei me livrar de um pouco da tensão no meu corpo, e acho que funcionou.
Ele entrou dentro de mim por inteiro, fazendo uma dor enorme aparecer. Gritei. Estava doendo.
Ele beijou minha boca e disse que ia passar.
Fez outro movimento. Mais dor.
Na terceira vez, um líquido saiu. Algo misturado com sangue.
Ele trocou de camisinha e reiniciou os movimentos.
Só que dessa vez estavam muito melhores. Muito.
Parecia que havia um chama dentro de mim.
Ele fazia movimentos devagar e compassado. Eu queria mais.
Cada vez que ele entrava dentro de mim eu cravava minhas unhas nas costas dele.
Os movimentos passaram a ser maiores e mais rápidos. Com um tempo, eu já não sentia mais forças. Havia chegado até o meu limite.
E parece que ele também. Se desprendeu de mim e o esperma saiu dentro do preservativo. Ele tirou, amarrou e deixou num canto do quarto. Logo depois se deitou ao meu lado. Estávamos ofegantes.
OH MINHA SANTA PERNILONGA, O QUE EU FIZ?!?!?!
PONTE QUE PARTIU, ACABEI DE TRANSAR COM MEU MELHOR AMIGO.
ISSO NÃO É CERTO, MEU DEUS, ISSO NÃO É CERTO. Ai, minha nossa senhora das meninas dos cabelos tingidos, EU VOU PRO INFERNO!
Já era errado agarrar meu melhor amigo, mas agora, eu FIZ SEXO COM ELE. Oh minha santa mãe Joana, oh my Gosh.
E o pior de tudo: EU AMEI. EU QUERIA MAIS. Eu quero mais. NÃÃO! Oh Deus. Eu não presto, eu sou a pior pessoa do mundo.
— Oh... — Josh — ...eu... eu... nós... fizemos?
— É... — eu disse com um semblante apavorado. — Josh, isso não é certo... era pra gente se beijar de vez enquando... isso faz parte do protocolo de amizade colorida?
— Talvez... o que haja entre a gente não seja mais apenas amizade, Hayles.
— Como?
— Acho que estou me apaixonando por você.
Éar... isso muda muita coisa.
— Você se apaixonou por mim?
— Não transaria com alguém por quem eu não estivesse apaixonado. Por mais que eu confie em você... Você... sente alguma coisa por mim alem da amizade?
— Se você fosse apenas meu amigo eu jamais ficaria desse jeito com você. Mas... eu não quero que você pare de ser meu amigo.
— Nossa relação de amizade não precisa mudar. Fizemos um pacto. Mas no pacto não dizia o que aconteceria se nós nos apaixonássemos.
— É...
— Hayles?
— Eu.
— Eu amo você. Muito.
Me virei na cama e me apoiei em seu peito nu.
— Eu também te amo. Muito. — O beijei calmamente. Pela primeira vez no dia. — Eu não consigo ver minha vida sem você, sem a sua amizade, sem as suas palhaçadas, sem os teus beijos...
— Então vamos fazer isso durar para sempre.
— Melhores Amigos Coloridos Para Sempre. Eu te amo.
Eu sou Hayley Williams, e eu transei com meu melhor amigo.
Ele é Josh Farro. Meu namorado, amante, confidente, companheiro. Mas acima de tudo, meu Melhor Amigo. E eu o amo.

27 de fev. de 2013

[Resenha] Morte e Vida de Charlie St. Cloud, de Ben Sherwood

Título Original: The death and life of Charlie St. Cloud
Editora: Novo Conceito
Ano: 2004
Páginas: 296
Skoob




Um coração dividido entre dois mundos. Em uma pacata vila de pescadores da Nova Inglaterra, Charlie St. Cloud cuida dos gramados e monumentos de um antigo cemitério onde seu irmão mais jovem, Sam, está enterrado. Após sobreviver ao acidente de carro que tirou a vida de seu irmão, Charlie recebe um dom extraordinário: ele consegue enxergar, conversar e até mesmo brincar com o espírito de Sam. É neste mundo místico que entra Tess Carroll, uma cativante mulher treinando para navegar sozinha ao redor do mundo em um veleiro. O destino faz com que seu barco seja apanhado por uma violenta tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua bela e incomum ligação os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações.


Acho que, desde que o filme saiu, eu venho querendo ler este livro. Minhas sinceras desculpas a quem ainda não assistiu a adaptação cinematográfica, mas eu honestamente achei muito linda, e quis logo de cara saber da onde tinha vindo tudo isso. Vocês sabem. O livro é sempre melhor.
Então, há umas duas semanas, eu fui à Livraria Leitura, no Pátio Brasil Shopping. Estava NA promoção. De trinta reais, caiu para vinte, e eu fui pagar, linda, leve e feliz, quando tive a melhor surpresa de sempre:
Eles erraram a etiqueta. O livro custava R$ 9,90.
Quase abracei o vendedor enquanto chorava em seu ombro (mas me controlei), e, como tinha trinta reais no bolso, ainda comprei Um Porto Seguro (do Nicholas Sparks, esse mesmo que vai sair filme ainda esse ano), e falarei sobre ele também em breve.
Por que agora é vez de Morte e vida de Charlie St. Cloud, o livro que inspirou o filme que me fez parar de ver Zac Efron como Troy, e que eu devorei em uma aula vaga de matemática e menos de uma tarde.


O que você faria se a vida lhe desse uma segunda chance?


Esse é um livro sobre perdas, milagres e segundas chances. Charlie St. Cloud é um milagre; ele voltou a vida depois de um acidente de carro. Não tinha mais pulso, ou batimentos cardíacos, e a morte estava quase certa quando o bombeiro o ressuscitou. Porém, antes de voltar a respirar, Charlie fez uma promessa ao seu irmão mais novo, Sam: ele nunca o abandonaria.
Sam, como vocês já devem imaginar, morreu. Mas Charlie foi abençoado com o dom de ver o espírito do irmão mais novo - e, consequentemente, de alguns outros mortos também -, e cumpriu sua promessa veementemente por treze anos. Todo dia, ao pôr do Sol, os irmãos St. Cloud encontravam-se na floresta para praticar arremessos de beisebol e comentar sobre o RedSox, dois fanáticos pelo time que eram. Charlie termina do ensino médio, é claro, forma-se e se torna um paramédico, mas prefere trabalhar no cemitério para ficar mais perto do irmão. No decorrer da história, ele tem 28 anos. Mas Sam está estacionado nos 12 desde o dia do acidente.
As coisas começam a mudar quando Tess Caroll, uma garota de gênio forte que tem sua própria empresa de velas (de barco, é claro), aparece repentinamente em seu cemitério, ao lado do túmulo do pai. Essa garota, incrível como é, planeja até mesmo fazer um tour pelo mundo sozinha no seu barco. Charlie, apaixonando-se, se vê preso a dois mundos, e é obrigado a escolher um deles.
Então o.k., vamos falar sobre opiniões. Pra mim, esse não é um livro cinco estrelinhas (classifiquei no Skoob como quatro), por que... não sei, simplesmente não é o melhor livro do mundo. Sem desmerecer, é claro, a escrita de Sherwood, por que eu posso garantir que a narrativa é simplesmente divina. Os detalhes da cidade, e termos técnicos relacionados a barcos, são inúmeros e você percebe que o autor pesquisou e se esforçou para fazer um bom romance. E, bem, fez. Embora por algum motivo não tenha conseguido me encantar completamente, e tudo o mais. Acho que meu gosto literário está ficando mais aguçado com o tempo.
O livro também remete muitas crenças (o autor conversou e leu livros médiuns antes de escrevê-lo, pelo que consta nos agradecimentos), muitas questões que você com certeza já pensou sobre, mas que por acaso pode não ter uma opinião formada; ou, já pensou tanto, que tem uma crença pronta e centrada dentro da mente. Caso você seja muito religioso, é aconselhável esquecer alguns parâmetros e mergulhar no texto, por alguns minutos. Ou você não aproveitará nada em absoluto.
Apesar dos pesares, Morte e vida de Charlie St. Cloud é mesmo "como um grande romance deve ser" (Nicholas Sparks), afinal, contém todos os fatores procurados pelas leitoras em massa desse estilo de romance: um herói sensato e sexy, bastante tragédia, drama, e um romance impassível, vulnerável e profundamente arrebatador (além de algumas cenas mais quentes, vale frisar). E, não vou negar, eu adoro esse tipo de romance que classificam como "água-com-açúcar" ou "mulherzinha" (termos banais e pejorativos, na minha opinião, mas alguém perguntou?). Este livro lembra muito o estilo e escrita de alguns outros do Nicholas Sparks, justamente pela densidade e dramaticidade da história toda. Gostei muito sim, por que é uma história bonita que envolve mais do que um simples romance não-tão-jovem, mas também um relacionamento entre irmãos que vai além do nosso mundo corpóreo. O ritmo de leitura é extremamente agradável, quer dizer, eu li 220 páginas em três horas. É um daqueles livros que não dá para cansar, e que você realmente pensa que sua vida depende de finalizar no mesmo dia.
Também é um pouco triste, e me arrancou algumas lágrimas, sim.
Mas no geral, foi uma boa leitura. A diagramação está muito boa, e é uma história bonita e muito bem escrita. E, vamos falar sério, não há nada melhor do que pegar um livro e devorá-lo sem vergonha nenhuma, não é?

P.S.: Vocês já sabem, já sabem. Eu tive que sublinhar algumas frases desse livro, à lápis, em que os personagens discutem sobre a validade da vida. É tudo bastante reflexivo, e eu gostei muito.
Mas vamos as palavras da vez:
"Sensato (ao mesmo tempo em que é insensato), esperançoso,  de certa forma libertador.
(Você sabe, onde eles dizem que há um tempo e uma época para cada atividade sobre a terra. Tempo para chorar e rir, para amar e odiar, para buscar e para desistir. - Ele fez outra pausa. - Confie em mim, Charlie. A Bíblia está errada. Não há época para cada coisa na vida de um homem. Não há um momento certo para cada atividade.)
A vida existe para se viver."

22 de fev. de 2013

Contos De Um Casal: Wake Me Up





A primeira coisa que pensei quando acordei, hoje, 22 de fevereiro de 2013, uma linda sexta-feira, foi:
"7H00 DA MANHÃ, MERDA, VOU ME ATRASAR"
E depois eu me lembrei que era aniversário da Iza.
Eu não me atrasei, obrigada por me perguntar.
E EU FIQUEI PENSANDO NISSO DEPOIS QUE ESTAVA NA ESCOLA, SABE. É claro que eu já tinha pensado sobre isso há muito tempo, e já tinha feito uma pequena oneshot de aniversário para ela. Não estava pensando, sei lá, no que fazer para ela, por que isso já havia vindo a minha cabeça um tempo atrás.
Estava pensando no quanto ela era especial, mesmo.
Por que ela é, sabe? AÇPSOKASOP Me perdoe se você não é um leitor que se inclui no "fandom" da OAV, e etc., e não tem intimidade com o pessoal lindo de lá. Mas Izabela é mesmo uma das primeiras leitoras que tive, desde... sei lá, sempre. Ela comentava para mim lá no Nyah! quando a OAV não era nada. Sempre muito fofa, e linda, e meiga, como ela sempre foi.
Ela é assim, sei lá. Incrível. Eu outro dia estava conversando com.... alguém.... (acho que a Sofia) sobre isso. Iza é provavelmente a pessoa mais fofa que eu já conheci. Não importa o tempo. E ela se tornou muito especial para mim por que na minha leitora mais dedicada, eu encontrei uma amiga indispensável e uma pessoa linda.
Ainda que tenha uma estranha tendência a shipps gays. É, ninguém é perfeito.
ÇPASOKÇPQJWÇSOIAJÇIJ MASSSS eu a amo mesmo assim e achei justo fazer algo de aniversário para ela. Digno. Aliás, era o mínimo que eu podia fazer, sabe, só por conhecê-la <3
Por isso... aqui estamos.
Isso é um conto dedicado a ela, inspirado na música Wake Me Up, do Ed Sheeran. Portanto, se vocês, amores, quiserem escutar a música conforme forem lendo, não proíbo, tá? 
E o que mais eu tenho que falar? Bem, divirtam-se.
E Iza, feliz aniversário :3




Estive pensando no modo que como sempre abominei as pessoas que faziam tatuagens com os nomes de seus namorados ou namoradas. Entendia, é claro, e acreditava no amor. Mas sempre achei um exagero. Quando me deparava com um desses casos, geralmente, eu olhava, desdenhava, e pensava o quão errado e permanente aquilo era. Não estou dizendo que o relacionamento das pessoas que se tatuavam acabaria logo, mas... e se acabasse? O que isso poderia acarretar? Não é... arriscado demais?
Eu não sabia de nada. Que idiota.
Acontece que a tatuagem é só uma dessas coisas doidas que fazemos quando estamos amando. Não que amar já não seja loucura o suficiente, é claro. Você e eu sabemos que sim.
Mas, por sorte, agora eu sei com mais intensidade.
Enquanto meus olhos se abriam e eu encarava seu rosto perfeito e rosado, seus olhos brilhantes e vivos, seu cabelo desgrenhado pela noite de sono, e seus lábios vermelhos vivos, denunciando que ela acabara de escovar os dentes, pensei o quão sortudo era. Sou sortudo por saber sobre o amor com mais intensidade. Sou sortudo por tê-la, agora, olhando para mim, com um sorriso em seu rosto. Sou sortudo por ter sido acordado por ela, tantas vezes. Sortudo por amá-la mais do que tudo, sortudo por ser amado de volta. Sou sortudo por poder abraçá-la, beijá-la, e dizer ao mundo que aquela era minha garota. Minha mulher. A que eu amava, mais do que tudo.
Pensei, com um sorriso, vendo-a, que eu deveria marcar minha pele com o seu nome. Não seria sacrifício nenhum. Ela já estava em mim, de qualquer maneira. Permanentemente.
— Bom dia, dorminhoco — disse ela, sem deixar de sorrir, sentada em suas próprias pernas, passando as mãos pelo meu cabelo fino e desgrenhado. — Por favor, não me olhe assim.
— Assim como? — perguntei, sentando-me em sua cama e bocejando involuntariamente. Seus dedos saíram do meu cabelo, mas, honestamente, por mim eles poderiam continuar por lá.
— Assim fofo — disse ela, pondo-se em minha frente. Sorria, abertamente, sem nada a esconder, mostrando toda a sua felicidade. Sorria com todo o corpo, toda a alma. Toda ela. — Você é muito fofo, sabia?
Ah, eu sabia. Sorri para ela, enquanto, sem medo, ela me abraçava delicadamente, pelo simples prazer de ter seu corpo junto ao meu. Eu sabia muito bem do quanto eu era um rapaz fofo. Na realidade, ela fez questão de me dizer isso mais de uma vez.
Fui levado ao dia de nosso primeiro encontro. Depois de muito tentar e finalmente conseguir fazer com que ela aceitasse meu pedido, saímos, e estávamos nos divertindo bastante. Quando eu olhei para seus olhos, e sorri, pensando mais uma vez que estava na companhia da garota mais incrível que existia naquela cidade, ela sorriu para mim, simplesmente, e disse que eu era fofo.
Lembro-me de pensar que havia, definitivamente, perdido a garota. Não, ela não iria querer ficar comigo de qualquer maneira. Quando uma garota diz que você “é um fofo”, ou “um amor”, não queira sair da amizade, por que não vai acontecer. E, poxa, eu fiquei chateado. “Fofo” é uma qualidade que homem nenhum gosta de ter. Esse é o tipo de coisa que você diz a um cachorrinho.
Contei isso a ela. Sorrindo, ela me falou que eu era fofo como um cachorrinho.
Foi quando eu pensei que já era para mim. Sem chance. Definitivamente havia perdido toda e qualquer oportunidade que tinha de namorar aquela menina.
Mas, no fim da tarde, quando o céu ficava rosado e o vento batia calmo em nossos rostos, seus lábios tocaram os meus. E, segurando meu rosto com cautela, ela me disse que amava cachorrinhos.
Isso me fez rir. E, estranhamente, soube me apaixonaria perdidamente por aquela menina.
Agora, alguns anos depois, enquanto ela me acordava, fazia também questão de relembrar o apelidinho. Não havia como retirar isso dos lábios dela, era impossível. Chamar-me de fofo era o que ela mais gostava de fazer. Sorrindo, como sempre, ela olhava dentro dos meus olhos, tocava minha barba rala cautelosamente, sentia o gosto dos meus lábios, vagarosamente, e sussurrava que eu era fofo como um cachorrinho.
— Fofo? — disse eu, a voz saindo mais rouca do que o comum, o humor sempre presente.
Ela deu uma risada gostosa, tangível. Senti seus lábios beijando meu pescoço.
— Como um cachorrinho — ela não deixou de dizer, lindamente. Suas pernas enroscavam-se nas minhas, seu cheiro se misturava ao meu. Naquele momento, éramos completamente pertencentes um ao outro. E eu amava aquilo. — Um cachorrinho lindo, com os pelinhos da cabeça bagunçados, por que acabou de acordar depois de ter passado a noite toda se mexendo como um peixe fora d’água e puxando a coberta — ela sorriu mais uma vez, embora sua voz tivesse um pequeno toque de acidez. Não era a primeira vez que ela reclamava dos meus hábitos ao dormir. Sempre me mexi muito, desde pequeno. Esse era um fato que minha mãe já tinha esclarecido a ela.
Mesmo assim, minha garota não parecia infeliz, ou com raiva de mim. Seus lábios foram pressionados contra o meu pescoço, lentamente, enquanto seus braços encontravam um ao outro em minhas costas. Senti-me arrepiar, como sempre desde que nos apaixonamos. Não importava quanto tempo se passasse, sempre me sentirei dessa forma. A sensação, o arrepio, a paixão. Tudo de uma vez. Um sentimento único, eufórico, sempre presente. Fora assim há quatro anos, quando nos conhecemos, e era assim agora. Algo dizia lá dentro de mim que seria assim para sempre.
O que tínhamos era forte demais para dissipar-se com o tempo.
— Como você pode cheirar tão bem logo de manhã, hein? — ela perguntou, respirando fundo, o rosto ainda colado ao meu pescoço, e beijando-me sem parar. Ri. Minha menina, como eu, sempre foi louca por carinho, por contato. Sempre sentimental, romântica, apaixonada. Nunca teve meias palavras ou meios desejos. Dizia o que penava, fazia o que queria.
E ela me queria. Eu era seu cachorrinho fofo e cheiroso.
Eu a queria por que ela era ela, simplesmente. A garota que fora feita para mim. A metade da minha metade. Não importa o quanto isso soe clichê.
Esse é o tipo de coisa que só se entende quando se sente, meu amigo.
— Passei a noite inteira deitado na sua cama, do seu lado, no meio dos seus travesseiros e dos seus cheiros. Não poderia ser diferente. — Disse eu, passando minhas mãos pelos seus braços aparentemente frágeis (mas que na prática podiam fazer um belo estrago), pelas suas coxas descobertas enroscadas nas minhas. Seus lábios ainda estavam na extensão do meu pescoço, beijando-o com estalinhos, sentindo meu cheiro. Eu sentia seu coração batendo contra o meu. Sentia seus cílios agitando-se no meu pescoço. Sentia os arrepios, sentia a paixão aflorando dentro de mim. Sentia seus braços apertando minhas costas, só para sentir-se segura como eu me sentia ao seu lado. Coloquei minhas mãos em sua cintura, pequena, como ela, e minha. Tão minha.
Ela era tão linda, e amável, que eu não sabia como expressar o meu amor por essa garota. Não sabia dizer o quão grato ela por tê-la, simplesmente, abraçando e beijando meu pescoço agora.
— Ainda estou com sono — sussurrei, fechando os olhos e apenas sentindo o corpo dela junto ao meu, o que deixava meu corpo ainda mais entorpecido e minha vontade de dormir mais acentuada. Queria dormir, mas queria dormir junto a ela. Embora também não quisesse, por que isso me faria perder o tempo que tínhamos. Após o término desse domingo, ela voltará para a faculdade, e se passará mais uma semana inteira sem que eu não a veja. Eu terei de esperar a sexta-feira chegar. Então, a tomaria em meus braços novamente.
— Você é um preguiçoso — ela disse, retirando os lábios do meu pescoço para olhar-me, com os lábios comprimidos, a expressão de bronquear. — E um bagunceiro! Acha que eu não vi o que você fez no seu apartamento? Sinceramente, como você vive naquele lugar?
Eu ri, encolhendo meus ombros.
— Talvez ele só precise de um toque feminino — sugeri.
— Talvez ele só precise de menos roupas espalhadas em todos os lugares, vamos ser honestos — ela bufou levemente, mas não conseguiu representar o papel de garota brava e logo depois deixou-se rir. Deu-me um tapinha no ombro antes de jogar todo o peso de seu corpo sobre o meu, fazendo-me deitar novamente em seu travesseiros. Em cima de mim, beijou meu ombro, meu peito, sentiu o cheiro do meu pescoço, e o beijou de novo. Eu deixei-me dar uma risada até que ela se acalmou e aninhou seu rosto no meu peito. Passava os dedos lentamente pela minha cintura, como se desenhasse alguma coisa.
— Adivinha o que eu estou escrevendo — disse ela, ainda passando os dedos lentamente pela minha barriga. Sorri.
— Você sabe que nesse jogo eu sou bom — eu falei. — Só não me faça cócegas.
— Seja bonzinho e eu penso no seu caso — ela estava fazendo caso duro. Dei uma risada. — Tudo bem, vou começar.
Concentrei-me em seus dedos e na sensação da ponta deles na parte lateral do meu abdômen. Identifiquei um traço para baixo e três traços horizontais, e então uma curva. “Eu”. Logo depois, pude senti-la desenhar um “Te”, no mesmo lugar. A terceira palavra foi bem mais confusa, mas pude identificar a letra “O”, no fim de tudo.
— Eu também te amo, linda — disse eu, quando ela terminou de desenhar. Deixou-se dar uma risada, grande, perfeita como ela.
— Seu chato — resmungou, ainda que estivesse sorrindo. — Sempre acerta.
— Falei para você que era bom nesse jogo.
Fez-se uma pausa. Ela suspirou, abraçando-me com um pouco mais de força, de repente.
— É sério, sabia? — ela não se virou para me olhar nos olhos. — O desenho. Eu te amo. Muito. Sabe disso, não é?
Passei a ponta dos meus dedos nas costas dela, devagar, num gesto carinhoso.
— Claro — disse, meio confuso. — Você sabe que eu também te amo muito.
Então ela suspirou de novo. Nenhuma risada, dois suspiros em menos de trinta segundos. Preocupei-me, por que notei que ela estava imóvel, atordoada por algum motivo. Detestava e me amedrontava vê-la daquele jeito.
A última vez que ela perguntou se eu sabia que ela me amava, anunciou sua ida para o outro lado do país e terminamos o namoro durante um ano que durou mais do que uma vida inteira. O ano mais solitário e doloroso da minha vida. Machucava pensar sobre ele. Por um segundo, tive medo de reviver todo aquele inferno pessoal.
— Eu te amo — disse ela novamente. — Te amo tanto... tanto... que eu... quero viver minha vida contigo, sabe? Eu quero... construir meu futuro com você. Você sabe disso. Essa coisa... que eu sinto por você... sei lá, é muito mais especial do que qualquer outro sentimento que eu já tenha tido. Eu te amo.
Seu coração estava acelerado. Eu podia sentir as batidas descontroladas de seu peito contra o meu abdômen. Eu sabia que ela me amava, e já havíamos conversado sobre o futuro diversas vezes, mas ela nunca dissera nada daquela forma. Isso aquecia meu coração, mas enchia-me de medo.
— Sei disso — as palavras conseguiram sair da minha boca. — Já te falei que é contigo que eu vou viver, linda. Você sabe que sem você eu não sou nada, não é? Sabe que eu te amo. Meu futuro é ao seu lado. Não tem outro jeito de ser.
Ela suspirou, quase fungando.
— Acontece que esse nosso futuro pode começar agora — finalmente, ela virou seu rosto para mim. Seus olhos brilhantes agora estavam ainda mais brilhantes pelos indícios de lágrimas que queriam cair. — Eu acho que... acho que...
— O quê? — perguntei, confuso, assustado.
— Acho que estou grávida.
A notícia caiu sobre mim como um banho frio. Senti cada músculo do meu corpo endurecer, e involuntariamente apertei sua cintura com força.
Sempre pensei sobre isso. Sempre pensei em amá-la para sempre, casar com ela, construir minha família ao seu lado. No entanto, nunca passou pela minha cabeça a possibilidade de isso vir à tona, e acontecer agora, subitamente. Era algo que eu não havia imaginado.
Então eu sorri.




Well... minha sobrinha linda gostou?
AUEHAIEAHEIUAHE eu já tinha estragado toda a surpresa, né? Depois eu explico a vocês o porquê OPAÇKSPAOSK na verdade, podem me perguntar depois, é que eu estou sem tempo e não tenho como falar agora, pois é.
ENFIM. Também sei que o dia de postagem é sábado, mas isso aqui é algo próprio para a Izabela Silva, minha sobrinha fofa <3
Espero que tenha gostado :3
Quanto aos meus leitores do (Con), podem comentar aqui, nao proíbo! E, por favor, deem parabéns para a minha sobrinha.
Muito amor, 
Sarinha :3