29 de set. de 2013

Sobre a visão romantizada do amor adolescente

Fonte: We ♥ It
Nada a ver com o post, só tô com uma puta vontade de rever Gossip Girl. Queen <3




Eu sou adolescente, ora essa, e já diziam os adultos: "tudo é maior quando se é adolescente". Isso significa que, o quê, afinal? Que, por ser adolescente, eu supostamente deveria enxergar as coisas e situações sob uma perspectiva mais ampla que os outros nascidos antes de mim? Que, para mim, as músicas são mais altas? Que os livros são maiores? Que o choro é mais triste? Que a risada é mais engraçada? O ódio é mais rancoroso? E o amor, mais aterrador?
Então, eu nunca fui adulta, de modo que não tenho como responder qualquer uma dessas questões em teor comparativo. Se eu sinto mais do que meus pais, por exemplo, não sei. Não obstante, se existe algo que eu posso apontar em mim mesma e em certas pessoas de mesma faixa etária que conheço, é a constante expectativa que eu - e você, provavelmente - tenho sobre tudo. Escola, trabalho, a vida, amizade, amor, tudinho. Morria de ansiedade para entrar no Ensino Médio, por exemplo, e entrei, para então decepcionar-me. Queria amigos verdadeiros, e os tive, perdendo-os meses após. Desenvolvo opiniões e penso sobre coisas para caramba, e então mudo de ideia, porque a noção do que tá acontecendo agora é uma: as coisas mudam, e o "daydream" pede demais, mais do que eu tenho, e do que vou ter.
Assim, pelo tanto que eu li e assisti, por tudo o que aconteceu sob os meus olhos, e com um dedinho de influência dessa expectativa ansiosa que ocasionalmente toma de conta de mim, eu aguardava, mesmo que não assumisse para ninguém, que um sentimento aterrador me preenchesse quando eu passasse a amar alguém, da forma que uma mulher ama um homem (ou do que um homem ama outro homem, ou uma mulher ama outra mulher, conjugalmente falando, vocês entenderam meu ponto de vista).  E aí, taí, que não faz tanto tempo que isso aconteceu pela primeira vez e, adivinha?, aquele sentimento maluco e quase psicótico que as músicas e filmes e livros e etc. pregam não apareceu.
É engraçado eu dizer isso a vocês, mas eu sinto muito, parte do que escrevi naquelas fanfics era a mais pura romantização de um sentimento que eu nunca havia sentido, uma clara tentativa de se fazer acreditar em um protótipo literário completamente surreal. Sabe, você não se cega, e sua vida não muda tanto. Você ainda tem que estudar, por exemplo, e atualizar o seu blog. Ainda precisa lavar a louça do jantar e cuidar do seu priminho. Você ainda lê Harry Potter e ainda divide cola na prova de física. A diferença que se dá na sua vida é bastante clara, entretanto. A felicidade passa a te acompanhar. A calma, também, acompanhada de alguns medos, talvez. Ah, você passa a trocar mais mensagens de texto do que costumava. O tempo fica mais lento. As noites mais curtas. Os suspiros mais demorados. Você tem alguém com quem reclamar dos professores mais terríveis do colégio. Alguém pra abraçar forte. E, bem, a ideia torna-se acostumável, e quando tu se dá por si, indispensável.
Não tem algo que diga exatamente o que acontece, com a exceção de, talvez, a música "Wake Me Up", do Ed Sheeran. Porque nós sabemos e entendemos que ninguém entende de sentimentos como ele.
Eu amo, mas nem sabia que estava amando, porque a ideia polida de amor que eu tinha era mais louca do que a que eu sinto. E a calma de um beijo somada a euforia de um bando de palavras bonitas não tem absolutamente nada a ver com a ideia de coisa-louca-que-vira-tua-cabeça-de-cabeça-para-baixo que eu escrevi meses atrás. Sem poder estar mais feliz, eu admito, que é bem melhor. Só que mesmo depois de escrever durante anos sobre isso, e ler tanto, e ouvir tanta música, é esquisito que eu me sinta caminhando sobre um terreno completamente novo.
(Isso era para ser uma opinião e tornou-se uma espécie de confessionário, palmas para mim que não sei escrever textos profissionais para um blog que amo.)
Uma dica de amiga? Esqueça tudo o que você já leu. Nada daquilo é real. A realidade é bem mais confusa e confortadora. Quando chegar para você, me avisa, me deixa ficar sabendo, eu vou gostar de saber se você também chegou à conclusão de que tinha uma visão bobamente superficial da ideia de amor.
A conclusão desse texto, praticamente inexistente, é simples: talvez, bem, tudo seja mesmo maior quando se é adolescente. E a consequência de que o "meu primeiro ~amor~" está sendo tão gradativo, calmo e gostoso, talvez me faça acreditar que eu estou crescendo. 


P.S.: Baseada na ideia de visão romantizada do amor, adivinha quem começou a escrever um novo livro? Gostaria de saber nos comentários o que vocês pensam sobre o assunto e como é/são o/s relacionamento/s de vocês. Quero saber se meus argumentos têm algum fundamento! Mesmo se você não comentar com frequência no blog, deixa tua história aqui, vou adorar conhecê-la. Se não quiser se expor nos comentários, manda pra blogcontextuando@gmail.com, e um dia eu faço um grande post expondo e comentando nossos amores-não-esteriotipados (caso você não queira se expor, só avisar, não divulgo nome nem nada) :3
P.S.S.: É a primeira vez que eu escrevo sobre meu namoro aqui e tô meio envergonhada. 
P.S.S.S.: Se você é o Daniel, amor, não fique paranoico por causa desse texto. É sério. Tu ainda me mudou pra melhor e adicionou cor ao meu preto e branco ♥


11 comentários:

  1. Sarinha sempre arrasando nos textos.
    E sim, você está certa. Os amores reais, não têm nada a ver com os amores de livros e/ou filmes. Conto de fadas não existe. Na verdade, os "contos de fada" de livros e/ou filmes, é só um sonho de como um amor deveria ser, um sonho que nem sempre é realidade.
    Beijos <3

    ResponderExcluir
  2. Só tenho uma coisa a falar: If this is love, then love is easy! Eu posso não ser experiente nesse assunto, afinal, nunca amei. Amei, amei, aquele sentimento arrebatador? Não, apenas umas borboletas na barriga. E não é por que o amor não é aquela coisa clássica que os filmes dramatizam e os livros nos fazem sonhar, com as músicas para gamar, que ele não é bom. Garanto que não deixa de ser muito, muito bom. E garanto que se o sentir um dia, vai ser único. Ou normal. Mas não vai deixar de ser legal. Enfim, você entendeu. (:
    p.s.: não fique envergonhada, você é a melhor. ♥ te amo, linda. beijão!

    ResponderExcluir
  3. Abaixo a estereotipação do amor! hahah

    Obrigada, viu, linda? <3

    ResponderExcluir
  4. Lu, infelizmente, o negócio é que se você nunca sentiu, não sabe como é. Eu vim entender isso agora, sabe? Eu me sinto bem filha da mãe com todas as coisas que vivia escrevendo e pregando, mas decidi que nunca mais vou andar em cima da linha socialista de amor, e espero que você também não. O amor é doce, fácil, tranquilo. Tem a coisa das borboletas sim. Mas não é aquela coisa louca também ahahah e quando tu sentir, acredite, vai ser bom dms <3
    Obrigada!

    ResponderExcluir
  5. Exatamente isso, cara! A gente tem que aceitar as imperfeições, a gente tem que ter em mente que vão ocorrer erros (e dos grandes, enormes e gigantescos) e que é justamente assim que tem que ser. Cara, vou falar a verdade: eu amei uma pessoa de um jeito tão idealizado, tão, tão fantasiado que eu podia jurar que eu estava dentro de um livro. E, meu Deus!, como doeu o tapa na cara que eu levei quando a pessoa cometeu um erro, como foi estranho e angustiante vê-la fora do pedestal que eu a coloquei, e como foi difícil deixar de ser alheia às imperfeições que ela tinha. Mas pra ser muito sincera mesmo, o jeito com que eu a amo agora é tão real, é tão verdadeiro, que eu me pergunto se antes foi tão bom quanto eu pensava. São as dores, a espera, a força em correr atrás, o frio na barriga o tempo todo, todas as dúvidas, todas as incertezas que tornam cada sorriso, cada riso, cada carinho, cada palavra tão mais sincera e honesta, e tão mais doce, que eu sinto que é como se eu estivesse experimentando o amor só agora. Eu sofro, mas eu amo e sou amada verdadeiramente em todos os caminhos tortuosos que esse sentimento traça, e não há absolutamente nada que possa substituir isso. Eu sei agora que tudo isso é puro, é genuíno porque é imperfeito. E eu vejo a diferença ao parar pra pensar que, na maioria dos livros/filmes/séries, eu não vejo muita luta na conquista pelo amor, às vezes parece que ele já está estampado nas primeiras páginas, e uma parte é tão previsível... Sei lá, pra mim, amor não é assim...
    E bem, é desse jeito mesmo, esses sentimentos que eles insistem em descrever como eternos e mimimi, eles acabam por fim. Não para sempre, mas diminuem de intensidade gradativamente. Sei lá, sei que estou confusa, sei que estou apaixonada, sei que estou lutando por essa pessoa, e sei que é o maior amor que eu já experimentei. :)

    ResponderExcluir
  6. Incrível, isso, incrível mesmo. Ó, toda a felicidade do mundo pra ti <3 e obrigada de novo por vir aqui, seríssimo <3

    ResponderExcluir
  7. Daniel Santana Oliveira30 de setembro de 2013 às 10:50

    Muito lindo seu texto minha fofa amei ele, assim como te amo muito, não tenho palavras bonitas para descreve o que achei de seu texto (principalmente depois de ler essa maravilha =3, ele me deixou sem palavras, fez as poucas palavras que conheço fugirem da minha mente) mas queria expressar aqui o quanto eu gostei dele. Te amo muuuuiiitttoo ♥ ♥ ♥

    ResponderExcluir
  8. Te amo seu lindo <3 obrigada por vir aqui!

    ResponderExcluir
  9. Olha, eu também faço parte do time das que nunca amaram de verdade. Já senti aquela coisa meio boba e também nunca fui de fato correspondida. Já sofri muito por causa disso e as vezes ainda me pego pensando sobre esses acontecimentos que nunca invadiram a minha vida.
    Muitas vezes pensei que o problema era comigo, mas eu percebi que cada pessoa tem o seu tempo certo para todas as coisas, principalmente para amar. Deixei de idealizar o príncipe encantado montado no cavalo branco porque percebi que os contos de fadas não existem.
    Uma vez, em uma conversa com a minha amiga sobre o assunto, eu fiquei me perguntando como é que seria quando eu conhecesse alguém que gostasse de mim de verdade. Onde eu o encontraria? Na fila do caixa no supermercado? Num ponto de ônibus? Ou na rua?
    A verdade é que não adianta ficar tentando adivinhar porque de uma coisa eu tenho certeza: Nada daquilo que vemos nos filmes de romance é real (pelo menos não na parte de você esbarrar com um carinha lindo de morrer na rua, trocar uma meia dúzias de palavras com ele e logo depois encontrá-lo no pub da esquina, por exemplo) Acho que o amor vem para cada um de uma forma diferente, mas como eu ainda não vivi isso, não posso afirmar nada com precisão.
    O que eu quero dizer é, que eu entendi onde você quis chegar, Sarah. Não existem pessoas perfeitas. Príncipes encantados também não. O amor verdadeiro, esse sim existe. Mesmo que eu ainda não tenha vivido isso.
    Esse foi o primeiro comentário Bíblia que fiz no seu blog, Sarah. Desculpe pelo enorme desabafo. Beeijos e muitas felicidades pra ti <3

    ResponderExcluir
  10. Vou falar um pouco sobre como era o amor adolescente na minha adolescência: eu sempre gostava dos errados e dos inalcançáveis, beijava meus amigos e continuava amiga deles.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Não namorei sério no meu ensino médio porque era uma nerd, mas as coisas melhoraram. Conheci meu marido em um trabalho temporário...ficamos juntos por 2 anos e meio, ficamos separados por 8 meses. E hoje estamos morando juntos. O sentido nisso? O amor, seja adolescente ou adulto, não tem regras (isso não é clichê).

    ResponderExcluir
  11. Primeiramente, seu texto ficou perfeito como sempre (morrendo de inveja de como vc escreve bem!). Enfim, tudo que vc falou faz sentido sim. Eu passei pelas duas coisas que vc citou. Aquele "amor" de filme que é aquela coisa chata que vc só pensa naquilo e tal, que foi com meus 14/15 anos, que tinha um garoto na minha sala e eu era apaixonada por ele, não foi aquela coisa gradativa sabe, assim que conheci ele, virei amiga dele e queria sempre conversar com ele, depois percebi que gostava dele, mas foi só paixão mesmo. Ele foi o primeiro garoto que fiquei e foi toda aquela euforia e tal, mas ele era um galinha e num queria nada comigo. Depois com meus 16 anos fiquei com ele 6 vezes ao longo do ano e na última percebi que as coisas não deviam ser daquele jeito, então jurei pra mim mesma que não ficaria mais com ele. Uns 3 meses depois fiquei com meu professor de matemática (SIM, PODE ASSUSTAR KKKKKK), ele era 5 anos mais velho que eu só, calma tá, não tem pedofilia aí USHAUSHAUSHA. Fiquei com ele por 3 meses e me sentia completamente bem com ele, e não era aquela coisa que tinha com o outro lá. Acabei largando ele porque ainda gostava do outro, e dois meses depois a gente voltou. Eu vi que eu tinha algum sentimento por ele, e num sabia o que era. Mais tarde eu percebi que isso sim era amor. Mesmo com todos os defeitos, mesmo com todas as implicancias das pessoas ao nosso redor, eu continuava com ele, e me sentia bem. Não é nada daquela coisa louca de filme, é algo calmo, bom, aconchegante. E tô aí há 1 ano e quase 6 meses com ele!!!

    Beijos e desculpa o comentário gigante UHSUAHSAA

    http://agarotaeotempo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir