10 de ago. de 2013

[RESENHA] O Teorema Katherine, de John Green

http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/294316/O_TEOREMA_KATHERINE_1370641525P.jpgTítulo Original: An Abundance Of Katherines
Editora: Intrínseca
Ano: 2006
Páginas: 300
Skoob

 

Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.
Vamos lá. Desde A Culpa É Das Estrelas, John Green se tornou uma espécie de diva literária — o que, para falar a verdade, eu acho super merecido. Ficou bastante claro pela minha resenha NADA A VER de ACEDE que eu fiz por aqui: aquele livro mudou minha forma de ver o mundo em relação a algumas outras coisas. E, pelo que parece, mudou a de outras pessoas também, de modo que o livro se tornou absolutamente popular. (JÁ EXISTEM ATÉ HATERS PSEUDO-INTELECTUAIS!!!! ORA, O QUE É UM LIVRO COM UMA GRANDE BASE LEITORA SEM HATERS PSEUDO-INTELECTUAIS, MINHA GENTE???)
É claro, óbvio, evidente que eu quis ler os outros livros dessa diva literária que se propagou John Green. Depois de Will & Will (maravilha de nome que a Galera Record deu à versão brasileira, hein? Quer dizer, pronuncie. Uiu i Uiu. Uiu i Uiu. Uiuiuiu. Uiuiuiuiuiuiuiuiu...), finalmente consegui minha cópia de O Teorema Katherine, e...
Li tudo em um dia.
Christ!



“É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir.” pg. 141

Colin gosta de Katherine → A Katherine também gosta de Colin → Eles ficam juntos → Katherine termina com Colin.
Esse mesmo ciclo se repetiu — pasmem dezenove vezes na vida de Colin Singleton desde seus oito anos de idade, quando sua total ineficaz capacidade sociológica não foi o suficiente para que sua primeira namoradinha (a Katherine I) "se apaixonasse" por ele. O x da questão, entretanto, está na última Katherine que partiu seu coração pouco depois de ambos se formarem no ensino médio (afinal, mesmo sendo um menino-prodígio-nerd-supremo-das-galáxias, Colin se formou no tempo de qualquer outro adolescente normal). Para curar a dor, ele e seu melhor amigo, Hassan, partem numa road trip e acabam numa cidade minúscula do Tennessee: Gutshot. É lá que Colin tem o "momento eureca" de sua vida: criar um teorema baseava graficamente quem daria o fim em um determinado relacionamento. Quem seria o "Terminante" e quem seria o "Terminado". Com isso, ele seria, então, o gênio que tanto almejava ser, e teria sua Katherine XIX de volta. Naaaah.
("Naaaah" não conta como spoiler, né? Que bom.)

Já adianto que esse livro não tem absolutamente nada de ACEDE — então, se você for lê-lo com a expectativa de morrer de chorar e encontrar um milhão de referências filosóficas para levar para a vida, esqueça. Vamos levar duas coisinhas em conta: a) uma obra é sempre única; e b) este livro foi escrito SEIS ANOS antes de A Culpa É Das Estrelas. É bem possível que a Srta. Hazel Grace sequer passasse pelos sonhos de John Green nessa época.
Assim como toda obra do nosso vlogbrother (ao menos, toda que eu já tenha lido), este é um livro que trata sobre assunto nerds, contando a história da vida de pessoas igualmente nerds — e, isso, é claro, deixa com que o livro seja muito engraçado. Muito engraçado mesmo. Do estilo, ter que segurar uma gargalhada enquanto estiver lendo.
Existe uma interatividade muito divertida e perspicaz, também, de autor para leitor. Sendo o livro narrado em terceira pessoa, o John literalmente conversa com a gente pelas notas de rodapé, seja explicando um exemplo matemático, continuando um argumento de Colin que Hassan não o deixou terminar ou simplesmente acentuando a chatice do protagonista. Sendo bastante sincera, tem quase uma nota de rodapé por página, muito embora isso não dificulte a leitura de forma alguma. Deixa bem mais divertido, aliás. 
Falando em divertimento, é justo dizer a você que todos — absolutamente todos, mesmo os "mauzinhos" — os personagens são lindamente construídos além de serem muito espirituosos. Hassan, melhor amigo de Colin, é facilmente o meu personagem preferido da trama. 
Eu também li uma porrada de resenhas sobre esse livro e, se havia uma coisa que 99% delas tinham em comum, é: todo mundo de-tes-tou o Colin ("chato", "egocêntrico", "egoísta" etc. foram adjetivos comumente usados). Ao contrário de todo mundo, como sempre, eu o amei. Foi meio difícil não se identificar um pouquinho com ele, porque suas frustrações indiretamente se ligaram às minhas, talvez liguem-se às suas. Isso sem dizer que ele é absurdamente inteligente. Absurdamente inteligente mesmo.
Quanto à narrativa, existe sim uma semelhança semântica entre essa e outras obras do Mister Green. Mesmo que você só tenha lido A Culpa É Das Estrelas e adote este livro como a segunda leitura do escritor, vai ter certeza de que, é, O Teorema Katherine foi escrito por John Green.
A diagramação também ficou lindinha e eu praticamente não encontrei erros. Vale a pena dar um crédito à tradutora, que fez um trabalho muito bom até mesmo com os anagramas (que devem ter sido uma porcaria para se reproduzir, já que ela teve de manter o sentido e também a gramática certinha ao passar do inglês para o português). Na realidade, é difícil achar um livro da Intrínseca em que eles não tenham trabalhado direitinho.
Para terminar, marquei o livro com cinco estrelinhas no Skoob, mas queria mesmo ter marcado quatro e meia (quando o Skoob vai admitir as meias estrelinhas, Jesus?!?!?!). O Teorema Katherine é brilhantemente escrito, vamos admitir, mas não é nem de longe a melhor obra de John Green (ainda que eu não tenha lido Cidades de Papel ou Quem é Você, Alasca? Pois é.).

Se estiver precisando dar umas risadas e devorar um livro em algumas horas, posso garantir que O Teorema Katherine não vai fugging[1] decepcionar você.




[1] Vá ler o livro para entender, sitzpinkler. 





Um comentário:

  1. Faz tipo uma década que li e não consegui comentar, que feio não mereço ganhar sorvete ): mas sua resenha ficou mt linda s2s2 eu tb gostei do colin! bullying com colin isso, não é? usifhajfk enfim! eu tb amodorei as notinhas de John <3 socorro, sua resenha ficou muito mordível e linda, mas não sei o que dizer. apenas amei, ok? <3 beijocas, obg pela resenha. c:

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