23 de set. de 2012

Capítulo 49

Make no mistake, nothing is decided



A grande máquina imprimia o trabalho de Hayley.
Ela havia trabalhado dia e noite nesse projeto para a festa militar. Uma semana inteira apenas trabalhando, até mesmo em casa.
Ela queria terminar tudo logo de uma vez. Queria que o Coronel só olhasse, escolhesse o projeto e ela pudesse dar continuidade ao trabalho sem a necessidade de vê-lo. Hayley queria evitar ao máximo todo e qualquer contato com Josh. Até mesmo o visual.
Isso porque agora ela amava Jason. Josh era apenas o passado, pensava ela. O seu triste e doloroso passado.
Depois que todas as páginas foram impressas ela as grampeou em uma pasta dourada (típica de projetos da PP) e voltou para a sua mesa.
— Hayley, posso te pedir um favor? — Katt disse assim que ela colocou os papeis em sua mesa.
— Depende.
— Jeremy vai me levar pra jantar hoje e eu queria que você cuidasse do Luke. Tudo bem?
Hayley abriu um sorriso. O filhinho de Katt e Jeremy era uma figura. E a adorava.
— Tudo bem. Ele vai dormir lá em casa?
— Pode ser?
— Aham. — Assentiu. Organizava algumas canetas que estavam em cima da mesa quando uma idéia a atingiu. — Ei, Katt.
— O quê?
— Já que eu vou te fazer um favor, que tal você fazer um pra mim também? — Perguntou, com um meio sorriso no rosto.
— Ahn... ok. O que é?
— Hoje eu tenho uma reunião com... o dono da festa Militar. — Suspirou por um momento. — Enfim, não quero ir sozinha e você sabe, o Nicky só acompanha a primeira reunião...
— Quando é?
— As 3.
— Ah, Hayley, não dá. Eu tenho uma reunião com uma família que quer fazer uma festa de casamento. Desculpa.
— Ah... — Reprimiu os lábios, contrariada.
Hayley teria de ir sozinha a reunião. E isso a perturbava.
A idéia de ficar sozinha com Josh por qualquer momento a incomodava. Ela dizia não saber o porquê.
Mas convenhamos. Todos nós sabemos que é porque, simplesmente, ele pode ser uma droga irresistível. Ainda mais agora.
E mesmo que ela não pensasse jamais em ficar com Josh, a situação de ficar sozinha com o cara que ela odiava era perturbadora. Que diga ela própria há uns anos atrás num elevador.
— Quem quer café? — Alana interrompeu seus pensamentos chegando com uma prateleira com alguns copos grandes de plástico de café.
Hayley pegou o seu caphuchino e agradeceu.
— Ei, Ally, vem comigo na reunião com o Coronel Joshua Farro? — Perguntou.
— Quando?
— Hoje, às 3.
— Você vai ficar me devendo um favor. — Ela disse, sorrindo.
Depois de suspirar aliviada, Hayley também sorriu e levou o copo com o liquido quente à boca.
Com a Alana com ela tudo ficaria mais fácil, com certeza. E ela detestaria pedir a ajuda de qualquer outro promoter que não fosse Alana ou Katt.

***

— Ok, minha linda... Eu também te amo... Não, eu te amo mais... Eu tô dizendo! Eu amo mais... Eu amo mais... Tá bom, eu preciso trabalhar... Não! Desliga você!... Desliga você... Não, Dak, desliga você... Não, linda, desliga você... Desliga você... Não, desliga você...
— Ai, inferno! Desliga logo essa bosta! — Jeremy gritou irritado e Jason riu.
— Não, amor, é o Jeremy enchendo o saco aqui... não, vai, desliga você...
— Quer saber? — Jeremy foi para cima de Taylor e tomou o celular dele, desligando-o.
— Man! Porque você fez isso? Ela vai ficar achando que eu desliguei na cara dela! Me dá isso aqui.
— Não dou merda nenhuma. Vai trabalhar. — Jason gargalhou enquanto mexia em algumas freqüências no notebook que era embutido na mesa de som.
Taylor bufou e entrou dentro do estúdio, pegando a guitarra e fazendo o solo que eles haviam ensaiado.
— É amor demais, Senhor. — Jason finalmente disse, entre risadas. Jeremy riu também.
— Eu amo a minha mulher, mas isso é muito grude. Credo. E não acaba!
Jason fez que não com a cabeça, rindo.
Então o interfone tocou. Jeremy atendeu.
— Oi Kate... — Kate era a secretária deles. — ...Hm... Quem? Sério? Ah meu Deus! Manda subir! — Ele quase gritou, entusiasmado. Jason olhou torto, curioso. — Ok, Kate.
— O que é pra subir?
Jeremy ignorou a pergunta de Jason e se aproximou do microfone que permitia dar som ao estúdio.
— Ow, amante, sai daí. A gente tem uma ótima visita! — Ele disse e Taylor tirou os fones de ouvido e colocou a guitarra no tripé, saindo dali logo depois.
Jason decidiu não perguntar outra vez.
Logo a porta se abriu e Kate deu espaço para dois rapazes entrarem. Um, alto, tinha um bigode no rosto e um olhar brincalhão. O outro, tinha postura e corpo perfeito. E ah, um piercing no lábio.
— Zac! Cara, que saudade! — Jeremy gritou, praticamente pulando em cima do amigo.
— E aí, galego. — Zac disse, bagunçando o topete perfeito do rapaz. Logo depois eles pararam de se abraçar e Zac abraçou Jason. — E aí, cara, tudo bem?
— Tudo ótimo, fofinho. — Jason brincou. Mesmo com sua antipatia por Josh, nada mudara com Zac. Ele continuava sendo Zac, apesar de tudo.
— Ah, cara, fala sério. Estou magro. Magro e gostoso, é. — Jason gargalhou.
Josh já havia abraçado a Jeremy e Taylor, e então, por questões de educação, foi até Jason.
— Oi Jason. — Ele disse, sem sorrir.
— E aí, Josh. — Jason respondeu, apertando sua mão educadamente.
— Maaaan! É aqui que vocês trabalham? — Zac quebrava a tensão do momento com sua voz cômica. — Que chique! — Eles riram. — Posso testar a bateria?
— Vai lá. — Taylor disse e entrou com Zac no estúdio. Jason sentou rapidamente e ajustou os controles que deixavam o som ecoar não só pelo estúdio, mas pela sala inteira.
Zac batucou fortemente na bateria, até que parou. Falou com Taylor alguma coisa (que não deu para escutar, pois os microfones não estavam ligados, e sim, os instrumentos) e ele pegou a guitarra. Zac então bateu no tambor maior e Taylor começou a fazer o solo de That’s What You Get.
Os olhos de Josh brilharam com o som daquela introdução.
Quanto tempo havia que a Paramore não tocava...
E era tão provável que não tocassem nunca mais. Tudo por causa dele.
Balançou a cabeça negativamente tentando afastar os pensamentos de culpa.
— Nossa! Quanto tempo tem que eu não escuto essa introdução. — Jeremy disse, sorrindo de orelha a orelha.
— Dois. — Jason.
— Três. — Josh disse por último.
Terminada a introdução eles pararam e se aplaudiram. Jeremy se aproximou do microfone.
— Anos luz que eu não ouço isso, hein galera? — Ele disse e viu Taylor gargalhar dentro do estúdio. — Muito bom. Hey, saiam daí, vamos tomar um chopp.
Logo Zac e Taylor estavam fora do estúdio.
— Cara, eu não acredito que acertei o solo depois de tanto tempo. — Taylor disse para Zac.
— Eu nunca esqueci. Legal seria se a Hayles tivesse aqui pra cantar pra gente. — Zac.
— Vocês foram ótimos. — Jason disse, dando um tapinha no ombro de Zac.
— É, eu sei. — Zac disse rindo. — Mas e o chopp? Já vou avisando que estou sem dinheiro.
— Tudo bem, nosso sargento vai pagar, né não, Josh? — Taylor disse e Josh garalhou.
— Primeiro: Eu sou coronel. Segundo: Não. — Josh disse rindo e todos ali riram.
— É o coronel moderninho, olha só o piercing.
— Eu só não consigo parar de usar. — Josh riu de canto. — É lógico que eu tiro quando estou trabalhando, né.
— Ok, vamos? — Jerm.
— Certo, vamos. — Taylor disse e os rapazes saíram de um dos estúdios do prédio.
Isso porque sim, a gravadora deles era um prédio com vários estúdios. Digamos apenas que o negócio prosperou.
Mas mesmo assim Taylor, Jason e Jeremy não ficaram arrogantes. Haviam muitos funcionários na empresa e eles trabalhavam como qualquer um. Eram os chefes que todos gostariam de ter.
Jason, é claro, não estava totalmente a vontade com aquela situação. Afinal, Josh estava ali. Mas ele tentava não criar um clima tenso, então, sempre ria das palhaçadas de Zac e Taylor.
— Kate — Jeremy avisou a secretária que estava no balcão do térreo do prédio —, nós vamos dar uma saída, ok? Se o John não ficar sabendo, quem sabe uma certa secretária pode ganhar um reajuste no salário?
Jeremy era o rei do suborno à Kate. Ela sempre encobria as saídas dos 3 rapazes. John era o sócio da FueledByRamen.
Os cinco homens saíram do prédio e foram andando até o PUB que ficava a menos de 500 metros da gravadora. Entraram sorrindo.
Aquele lugar era geralmente freqüentado por Jeremy e Taylor, já que Jason nunca foi muito de beber.
Eles se sentaram em bancos de frente para um balcão.
— Hey guys. O que querem? — Disse a garçonete do outro lado do balcão.
— 5 chopps, por favor. — Jeremy respondeu.
— Eu não posso tomar, tenho que ir a uma reunião daqui a pouco. — Josh disse.
— Então... 4 chopps?
— Sim.
— Certo, 4 chopps saindo para os rapazes. — A garçonete sorriu e foi falar com um barman.
— Mas e aí, Josh, é verdade que você levou um tiro, cara? — Taylor perguntou interessado.
— É... mas foi só um no braço. Na verdade, eu me precipitei. Tinham matado meu melhor amigo e eu quis me vingar. Não estava bem protegido e levei um tiro. Mas eu me recuperei rápido. — Josh disse aparentemente sério.
Jason sentiu um frio na espinha a ele dizer isso.
Era a mesma situação que Hayley tinha descrito, num sonho.
— Puxa! — Ele exclamou. — Mas hein, Josh, você... Deve ter ficado bem irado, né. Tipo, gritado... matado todo mundo... chorado...
— É. — Josh finalmente sorriu. — Parece até que você estava lá. E é verdade, o Nate era o meu herói... ele ter morrido foi uma grande injustiça... Ele morreu por mim.
— Como assim? — Jason.
— Ele viu antes de mim que eu estava na mira. Então ele se atirou na minha frente.
— Uau, que história. — Taylor.
— Os chopps, meninos. — A garçonete disse, colocando os quatro copos no balcão. Todos, exceto Josh, pegaram um copo.
Jason, enquanto sentia o líquido gelado passar pela sua garganta, se sentia estranho. Era exatamente essa a cena que Hayley havia descrito no seu último pesadelo com Josh. Como ela teria visto aquilo?
Ele decidiu se calar. Josh ficar sabendo que Hayley havia sonhado com aquela cena exata não era uma boa coisa. Isso sem dizer que não havia explicação lógica para tal.
Josh, por insistência dos demais, continuou relatando sua estadia na guerra.
— E... você entregou o livro pra sobrinha do Nate? — Jeremy.
— Eu procurei por quase um ano até achar, mas sim, eu entreguei. Ela tinha 15 anos, apenas. Quando eu disse que era amigo do Nate ela sorriu e chorou ao mesmo tempo. Nunca ninguém me agradeceu do jeito que ela fez. Ele era muito especial pra quem realmente gostava dele.
— Agora, uma pergunta muito mais importante do que essa guerra: Zac, por que esse bigode, meu querido? — Taylor disse e todos riram.
— Deixa de inveja, T. Você está morrendo de vontade de ter um bigode sexy como o meu.
— Sensualidade do Mario Bros, ui! — Taylor.
— Tá certo, o Luigi aqui — Josh disse, arrancando algumas risadas — precisa sair. Eu tenho uma reunião.
— Oficiais?
— Na verdade não. Com os promoters da festa de nomeação a General. — Ele disse, orgulhoso.
— A Hayley é promoter... — Jeremy disse, pensativo.
— A Hayley é a promoter dele. — Jason disse dando um gole grande de chopp.
É lógico que ele detestou ter dito aquilo.
— Ahn. — Jeremy disse olhando para Jason. O “ahn” na verdade quis dizer “Mano, que grande merda, hein?!”.
— Ok — Josh tirou alguns dóllares do bolso e colocou no balcão —, vou indo. Tchau.
Ele apertou a mão de cada um dos rapazes e saiu do PUB.
— Cara, que péssimo. — Taylor disse.
— Mais um, por favor? — Jason pediu outro chopp. — Sim, T. É péssimo.
— Por quê? — Zac perguntou confuso.
— Ah, cara! Ele não sabe! Dude, Jason e Hayley são casados.
— Não somos.
— Moram juntos e se fazem de casados mesmo sem usar aliança. — Jeremy corrigiu.
Zac ficou tão surpreso que o metade do seu chopp caiu sobre o balcão. Logo a mesma garçonete veio limpar e deixar o chopp de Jason, que tomou metade do copo em um gole.
— Você e a Hayley são casados, man?
— Sim. Mais ou menos. Somos sim. — Jason disse.
— Nossa. É... realmente péssimo.
— Querem saber de uma? Eu confio na Hayley. Ela não quer o Josh e já deixou isso claro pra mim. Se ela tem que produzir a festa dele, numa boa. A palavra dela vale muito mais do que qualquer coisa. E outra que eu não me sentiria bem em deixar ela perder o emprego por conta de um ciúme meu.
— Ah, se fosse comigo e minha Dak, eu não deixaria.
— T., sem brincadeira, você é o marido mais grudento do mundo. — Jeremy.
— Sou grudento porque amo.
— Eu amo e deixo minha mulher ter a vida dela.
— Feliz sou eu que não tenho mulher. — Zac. — Hm... é, isso não fez sentido.
Todos riram.
— Ok, acho que não vou conseguir trabalhar mais hoje. — Jason disse, terminando seu chopp.
— Tudo bem, cara, a gente agüenta. Volta pra casa. — Taylor disse.
— Valeu, T.

[...]

Quando Josh entrou no salão de festa que Hayley havia proposto ele gostou do lugar. Era grande e espaçoso, havia um pequeno palco e as cores eram agradáveis. Uma música calma tocava ao fundo.
Seu caminhar compassado e sua farda que realçava (e como realçava!) seus músculos arrancavam suspiros de qualquer ser que possuísse olhos visse.
Avistou duas pequenas mulheres e reconheceu Hayley de longe pelo seu cabelo ruivo estridente.
Cumprimentou-as de forma militar.
— Boa tarde, Coronel Farro. — Hayley disse.
— Boa tarde, Coronel. Sou Alana, prazer.
— O prazer é meu, Alana. — Josh disse sério. — E como vai, Hayley?
Ela respirou fundo, reprimindo a vontade imensa de dizer “não te interessa”.
— Não te interessa. — Ela disse sem conseguir se conter.
Ele sorriu e, por um momento, ela se perdeu naquele sorriso.
É, fazia um tempo que ela não o via daquele jeito.
— Ela nunca deixou de ser brava assim, Alana? — Ele perguntou e a garota de olhos verdes fez que não com a cabeça.
— Coronel, estamos perdendo tempo. — Hayley disse impaciente.
— Certo, vamos ver os seus projetos.
Eles se sentaram numa mesa que ficava perto do palco principal.
— Eu imprimi algumas montagens de como ficaria esse salão se fizéssemos algo parecido com o primeiro projeto. Uma festa aparentemente simples, mas com muita sofisticação.
Hayley abriu a pasta e mostrou algumas montagens e anotações que ela havia feito.
Os olhos de Alana brilharam. Estava divino, afinal.
— Os garçons poderiam estar vestidos com alguns acessórios de soldados, o que acha?
— Gostei da idéia. — Josh.
— Valeu Ally, é uma idéia boa. — Hayley disse.
Amava isso em Alana. Ela sabia a hora de opinar. E sabia opinar direito.
— Então, Coronel, aqui neste palco teríamos uma banda que tocaria ao vivo. Mais tarde, quando a nomeação acontecesse, começariam os comes e bebes mais sofisticados e gostosos, e aí entra o DJ, para animar a festa e dar um ar descontraído. — Hayley terminou sua apresentação. Josh colocou uma mão no queixo. — E então, o que acha?
— Não gostei. — Ele disse sério. — Mas a idéia dos garçons é boa.
Alana abriu a boca, surpresa.
Hayley abriu a boca, indignada. Lutava fortemente para não xingá-lo.
— Como assim não gostou? Eu trabalhei a semana inteira nisso. Eu nunca trabalhei tanto num projeto!
— É, pois é. Mas eu não gostei. Estou pagando, Senhora Williams. Exijo que a festa seja do meu gosto.
— Infeliz. — Hayley disse. — Ok, e como o Senhor Coronel quer a sua festa?
— Quero com garçons tendo acessórios de soldados. — Ele disse, dando um meio sorriso.
— Olha, você está brincando com a minha cara. — Hayley disse, morrendo de raiva. — Eu não entendo por que diabos você quer que eu faça essa bosta de festa pra você sendo que você detesta tudo o que eu faço!
Josh sorriu largamente.
O agradava escutar a palavra “você” tantas vezes.
— Me desculpe, querida Hayley. Eu estava brincando. Gostei da idéia, pode colocar em prática.
Alana se segurou ao máximo para não cair no chão e rolar de rir.
Hayley sentiu ímpetos de atirar todo o projeto na cara do Coronel.
— Não me chame de querida. — Ela disse. — Pois ótimo que o Senhor gostou. Colocarei em prática logo. Agora vamos, Ally.
— Espere.
— Esperar o quê?
— Eu quero acrescentar algumas coisas. Poucas, eu juro.
Hayley respirou fundo.
Isso estava sendo um pesadelo.
— Certo. — Ela assentiu e se sentou novamente.
— Estou com sede. Alguém quer alguma coisa? — Alana.
— Posso tomar uma dose de wisky? — Hayley.
— Ahn... não.
— Me traz uma sprite. — Ela disse e Alana fez que sim com a cabeça, saindo.
— Então, Coronel, o que o senhor quer...
— Para de me chamar assim, ok? Você me conhece desde criança. E eu tenho algumas perguntas pra você, tipo, como assim você é casada? Como você teve a coragem de se casar?
— Eu não te devo nada de satisfações da minha vida. Mas sim, eu me casei, com alguém que realmente me merecia e me queria bem. Por que ele, diferente de você, cuida de mim. E quer o melhor pra mim também.

This town is colder now... I think it's sick of us. It's time to make our move...

A letra de Stop and Stare começou a ecoar no salão. Hayley indignou-se.
— DÁ PRA TIRAR ESSA MÚSICA, INFERNO?! — Ela griou irada e menos de 5 segundos depois, a música foi desligada.
— Não gosta mais dessa música, é?
— Não. Eu a odeio porque ela me faz lembrar de coisas que eu odeio.
— Ah, claro. Você deve ter uma música especial pro seu marido, né? Quem é esse príncipe, Hayley?
— Deixa de sarcasmo. — Ela revirou os olhos. — Como eu disse, eu não devo satisfação nenhuma da minha vida a você. Mas se você quer mesmo saber, eu me casei com o Jason.
Josh empalideceu.
— Com o Jason?
— Sim, você ficou surdo agora?
— Como você pôde se casar com o Jason?! Que filho da...
— Eu me caso com quem eu bem entender. Eu sou dona da minha vida já tem um bom tempo. Quer saber de uma? Eu nem preciso dizer isso pra você! Você me deixou! Foi pra guerra! Você queria o quê? Que eu ficasse o resto da minha vida esperando e sofrendo por você? Não, Coronel Joshua Neil Farro, eu não vou passar a minha vida inteira esperando pelo senhor.
— Eu tive que ir pra guerra, Hayley! Que droga! É o meu país, entende? Eu tinha que defender o meu, o nosso país!
— Ah, claro. O velho patriotismo. Mas sabe, Josh, você não estava defendendo bosta nenhuma! Qual era o propósito da guerra, me diz? Ter a riqueza de Israel na mão dos Estados Unidos. Ter todo o petróleo e a fertilidade da terra pra “nós”. Isso, Josh, pra mim é roubar. Então, é, você foi defender um país de ladrões!
Josh bufou.
— Não fale isso perto de mim. Eu tenho autoridade pra te prender por anti-patriotismo.
— Oh, sério? — Hayley gargalhou. — Pois então me prenda, Coronel Farro. Eu quero ver o Senhor me prendendo. Você faria isso? — Ela chegou perto dele. — Não, não faria. Por que o Senhor sabe que eu tenho razão. Então, quer saber? Você foi defender seu país, e eu fui viver a minha vida. Hoje eu sou feliz, amo o Jason, e o Senhor não tem nada a ver com isso.
Josh engoliu seco e abaixou a cabeça, afastando-se.
— Hm... Sprite? — Alana disse, meio sem jeito.
— Obrigada Ally. Vamos embora.
— Mas o Coronel não ía...
— Não. Ele já se decidiu. — Hayley garantiu e Josh a olhou sério.
Mas Alana tinha apenas uma certeza na cabeça:
Nada estava decidido.

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