22 de set. de 2012

Capítulo 12


I hate being stuck with you


— Não... Isso. Não. Tá. Acontecendo. — Hayley estava com a cabeça entre as mãos. Ambos estavam pasmos.
— Merda! — Josh.
— A culpa é sua! Mauricinho idiota! Argh! — Hayley gemia de raiva.
— Minha? A culpa é minha agora? Foram os seus amiguinhos imbecis que arranjaram tudo isso!
— Você dobre a língua antes de falar dos meus amigos!
— Mas foram eles que decidiram te arranjar um namorado.
— E Zac? O que ele fez? Eu nem sabia disso, você sabia. Idiota.
— ALGUEM ME TIRA DAQUI! — Josh ignorou a ofensa e começou a gritar alto e apertar o botão do térreo repentinamente. — SOCORRO! ME TIRA DAQUI! AAAAAH! — Josh continuou a gritar. As luzes do elevador acenderam, porém ele não começou a descer.
“Hayleeeeey, você tá beeem?” Uma voz fina e feminina vinha de cima.
— Eu vou te matar Sarah! Eu juro que vou te matar! — Hayley gritou de volta.
— Educada, você hein?! — Ironizou Josh.
— Eu tô falando com você por acaso? Te mete, garoto. — Ela disse bufando.
— Não tá falando comigo, mas eu to falando com você!
— Se eu não estiver falando com você, você não se mete aonde não é chamado!
Nessa hora o elevador deu uma mexida forte, fazendo tudo tremer.
— AI MEU DEUS! — Hayley gritou e se agarrou ao braço de Josh com força. Ele nem se importou, já que estava morrendo de medo também.
— Eu vou morrer... eu vou morrer... Ai Meu Deus... — Josh murmurava segurando mais forte o braço de Hayley. E foi nessa hora que ele percebeu que era o braço de Hayley.
— Ah garota, me larga! — Eles se afastaram bruscamente.
— Você não vai morrer, idiota. A gente não vai morrer. — Hayley “tentou” acalmá-lo.
— ME TIRA DAQUI! SOCORRO! — Josh passou a gritar novamente.
“Ei, me desculpem o transtorno. Eu sou o técnico desse elevador, estamos trabalhando para que vocês saiam daí. Mantenham a calma e não apertem os botões.” A voz de um homem veio de cima.
— Viu? Seu garoto bobo, você não vai morrer. Vão tirar a gente daqui. Imbecil.
— Cala a boca, pica-pau! — Ele provocou e ela o olhou como se fosse matá-lo, fuzilando-o com os olhos.
— Cala a boca você, Mario Bros! Ah, esse teu bigodinho de moleque que quer ser homem tá ridículo! — Hayley contornou e começou a gargalhar. Ele ficou completamente irado.
— Só não te dou um murro na boca por que eu não sou covarde.
— Ah, que lindo você, Josh. Com certeza eu te considero mais idiota agora!
— Ah, vai à merda! E presta atenção, eu não quero ser homem, eu sou um homem, ok?
— Homens não ameaçam mulheres. Você é um garoto ridículo. Nada mais que isso.
— E por que você acha isso?
— Porque você teve tudo o que quis na vida Josh, mas comigo não foi assim.
— E só por isso você acha que é melhor do que eu? Dane-se, Hayley. Eu tive tudo materialmente, mas isso não quer dizer que eu tinha tudo o que eu queria.
— Ah é? Então me fala: Uma vez, que alguém te negou alguma coisa. Uma única vez, que eu retiro tudo o que eu sempre disse de você.
— Quer mesmo que eu te diga?
— Quero.
— Uma vez isso aconteceu. Uma única vez um alguém me negou uma coisa, e eu daria tudo naquela época pra não ser negado.
— E quando foi isso, Josh? Quando? — Hayley já gritava com ele, que estava com o rosto queimando.
— Quando eu pedi pra você ficar aqui, e você foi embora! Foi quando eu perdi minha melhor amiga, e pedi, pedi de todo o coração pra ela ficar comigo e ela não ficou! Eu chorei, eu implorei, mas ninguém quis me atender o pedido. Você foi embora, e eu não pude fazer nada! Pedi, pedi você, mas você não veio. Essa foi a única vez que me negaram algo, e Hayley, foi a única vez que verdadeiramente eu não queria ser negado.
Josh soltou tudo de uma vez. Disse tudo o que estava escondido dentro de si mesmo há anos. Ele ainda estava triste... triste por perdê-la.
Hayley, por sua vez, mudou completamente a feição. Ela de fato não esperava que ele dissesse aquilo. Ficou pasma. Sentiu um nó na garganta. A imagem de Josh chorando lhe veio na memória como um raio. Seu rosto de ira e raiva deu lugar a uma feição de susto, tristeza.
— E aí, não vai retirar tudo o que você disse?
— N-Não. — Ela disse gaguejando, tentando parecer indiferente. — Eu não fui embora porque quis. Fui porque não tive opção. E você, invés de me ajudar, como o amigo que deveria ser, me abandonou. Não retiro nada do que eu disse. You (still) is a fool.
A cabeça estava dele estava cheia. Revelando tudo o que guardava para Hayley. Justo Hayley. Isso sem contar que eles estavam em um elevador suspenso, né?
— Não sou um idiota! Minha melhor amiga tinha ido embora, droga! — Ele voltou a ira.
— É sim! Você sempre pensou em você! Você não me ajudou quando eu fui embora, e muito menos quando eu voltei! — Hayley gritava muito alto.
— Sua mãe não te ensinou a falar baixo?
— O que a minha mãe me ensinou ou deixou de ensinar não é da sua conta. — Retrucou Hayley.
Dessa vez, o elevador deu outro tranco e desceu uns 2 metros rapidamente. Eles gritaram alto e Josh caiu. Hayley se segurou na parede, até o elevador dar outro tranco. Então, ela caiu sobre Josh. Ele gritou de dor.
Então ela, que estava de costas sobre o peito de Josh, rolou para o lado esquerdo, saindo de cima dele.
Ele rolou para a esquerda também na tentativa de se levantar, e para não machucar Hayley, ele passou o braço pelo seu corpo e apoiou no chão, ficando com os dois braços em volta dela, impedindo-a de levantar ou se locomover. Um fio de arrepio passou por ele, e por ela também. Então ele fez o mesmo com os pés, deixando Hayley completamente imóvel. Eles estavam há poucos centímetros um do outro. A respiração pesada de Josh batia no pescoço de Hayley. Ele olhava para o seu pescoço, levantou os olhos e passou a observar os grandes olhos verdes de Hayley, que estavam com um brilho diferente.
Ela olhava sem conseguir parar para a boca dele, com aquele lindo piercing. Mordeu o lábio inferior. Que visão mais linda, Deus!
Num extinto ele chegou mais perto. Hayley já sentia seu hálito fresco. A vontade de beijá-lo era quase incontrolável.
— Saia... de... perto... de... mim... — Ela sussurrou, quase sem voz. Ele não escutou. Ou melhor, não quis escutar. Estava focado nela, no seus olhos, no seus lábios.
Então ele, bruscamente deixou-se abaixar, levando os lábios dele aos dela. O beijo estava urgente, rápido. Eles não estavam pensando em nada. Só queriam continuar se beijando. Eram como se estivessem dopados por uma droga. Eles não queriam nada... apenas continuar usufruindo daquele sabor... daquele prazer. Como viciados... em amor.
Suas línguas se entrelaçavam, como se nunca mais quisessem se soltar. Ela estava com as mãos sobre sua nuca, puxando-o para si.
Não, eles não estavam raciocinando. Não estavam pensando. Não estavam sequer se importando.
Eles estavam arrepiados, completamente entrelaçados. Até que o ar, simplesmente sumiu. E por questões de sobrevivência, eles se desprenderam. Contra a vontade, ou o extinto.
Josh saiu de cima dela e se levantou. Seu cabelo estava bagunçado, e sua boca completamente manchada de batom de cereja. Ele levou as mãos à cabeça e ela ficou imóvel no chão. E foi nessa hora que eles perceberam a merda que fizeram.
Hayley colocou as mãos na boca, que também estava manchada e um pouco machucada pela intensidade do beijo. Não que tenha sido ruim, na verdade, foi muito bom.
Ela tentou falar, mas as palavras não saiam de sua boca.
— SAI DE PERTO DE MIM, SEU GAROTO NOJENTO! — Ela gritou, mesmo Josh estando a meio metro de distancia dela.
— EU NÃO TÔ PERTO DE VOCÊ! — Ele retrucou no mesmo tom, sem saber o que fazer. Na verdade, ambos ainda estavam meio aéreos.
— VOCÊ ME BEIJOU! QUE NOJO! — Ela começou a passar a mão na boca.
— EU NÃO TE BEIJEI, VOCÊ ME BEIJOU TAMBÉM!
— EU TE ODEIO! — Hayley gritou mais alto do que imaginava.
— EU TE ODEIO MAIS. — Ele disse.
Hayley enfiou a mão na bolsa e tirou um removedor de maquiagem e um espelho. Rapidamente tirou a mancha de batom do seu rosto, porém ele ainda estava vermelho.
— Me dá isso aí também! — Ele pediu.
— Não. — Ela respondeu.
— Ótimo, então você quer que todo mundo saiba que você me beijou?
— EU NÃO TE BEIJEI, SEU IMBECIL! VOCÊ ME BEIJOU.
— DANE-SE, ME DÁ LOGO ESSA MERDA! — Ele praticamente ordenou e ela entregou o espelho e o pedaço de algodão com um pouco de creme.
Ele passou rapidamente no seu rosto, limpando-o também.
— Meu rosto tá vermelho. Olha o que você fez, idiota! Eu odeio você.
— Não, eu odeio você! — Ele deu de ombros.
E então, finalmente o elevador começou a descer calmamente. Hayley soltou um suspiro aliviado. Finalmente sairia dali.

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