12 de jul. de 2013

[RESENHA] Charlotte Street, de Danny Wallace


Charlotte Street Título Original: Charlotte Street
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Páginas: 400
Skoob



Tudo começa com uma garota... (porque sim, sempre há uma garota...) Jason Priestley acabou de vê-la. Eles partilharam de um momento incrível e rápido de profunda possibilidade, em algum lugar da Charlotte Street. E então, em um piscar de olhos, ela partiu deixando-o, acidentalmente, segurando sua câmera descartável, com o filme de fotos completo... E agora Jason — ex-professor, ex-namorado, escritor e herói relutante — se depara com um dilema. Deveria tentar seguir A Garota? E se ela for A garota? Mas aquilo significaria utilizar suas únicas pistas, que estão ainda intocáveis em seu poder... É engraçado como as coisas algumas situações se desenrolam...
Sabe quando você tem expectativas enormes para um livro e, quando vai lê-lo, ele corresponde exatamente a sua ideia de perfeição?
Pois é. Não foi o que aconteceu com Charlotte Street.
Tudo bem, eu estava esperando maravilhas do livro e fiquei surpresa com o quanto desgostei dele. Fiquei a um passo de abandoná-lo e só não o fiz porque uma amiga do ♥ que o tinha amado me disse para seguir até o fim. Tá, olha, não me arrependi. Mas mesmo assim, gostaria de saber onde estava me metendo.
Naaah.


Porque uma coisa que eu odeio com relação à esperança — o que desprezo nela, o que ninguém parece admitir sobre ela — é que, de repente, ter esperança é a rota mais fácil para escapar da desesperança. 


Jason Priestley não o ator de Barrados no Baile, e sim o ex-professor de trinta e dois anos que mora em cima de uma loja de videogames que fica entre uma agência de notícias polonesa e lugar que todo mundo pensa ser um bordel, mas não é estava passando pela Charlotte Street quando aconteceu. Ele viu essa garota e a ajudou com as malas para entrar em um táxi, e acabou com a câmera fotográfica descartável dela. Após enfrentar toda uma guerra interior sobre revelar ou não as fotos, ele e seu melhor amigo Dev o fazem. As fotos tornam-se pistas para que Jason possa, novamente, ver A Garota e entregar-lhe sua câmera (ou suas fotos, tanto faz).
Olhando assim, parece uma história interessante — e de fato é. De início. Mesmo que muito confusa e cansativa, a narrativa de Danny tem seu toque de humor, prático e necessário para todo chick-lit. A história se passa em Londres. Isso fica muito claro, principalmente pelo número de piadas regionalistas que o autor inclui no seu texto. E Londres é sempre um bom cenário. Além disso, praticamente todos os personagens (com a exceção do Jason) são, de certa forma, apaixonantes. Mesmo A Garota que você mal conhece.
E, ainda assim, eu o marquei com duas estrelinhas no Skoob, porque... honestamente, ele mereceu. Foi uma leitura extremamente chata. A narrativa de Danny é confusa, desgastante e, por vezes, eu me vi a ponto de largar o kindle e esquecer aquele arquivo para sempre. O autor nos transporta de uma cena para outra sem mais nem menos, por muitas vezes os diálogos não tem o menor sentido e Jason é o protagonista mais irritante e autodegradante da história.
Ele basicamente passa o livro inteiro se lamentando por ter perdido sua ex-mulher, embora a culpa toda fosse dele (você entende isso conforme for lendo). Ele se lamenta pelo que aconteceu no trabalho, na rua, em sua casa, com sua ex-mulher, com a própria Garota, o tempo inteiro. Aaaaaaarrrrrgh.
E mesmo que os personagens secundários valham a pena (como Dev, Abbey, Zoe, a própria Sarah), o fato de a história ser de fato narrada em primeira pessoa e essa primeira pessoa ser um porre, torna o livro ruim. Embora o que mais me chateou tenha sido a narrativa desflexível, que me fez muitas vezes reler o mesmo parágrafo para entender o que estava acontecendo.
Não recomendo, mas as opiniões em geral sobre esse livro são muito divergentes. Digo, eu não gostei, mas pode ser que você ame, como uma boa parte das pessoas que o leram. Vai saber...
Um ponto positivo que esqueci de citar: o final do livro. Não que eu tenha ficado muito satisfeita, mas posso dizer que o que honestamente valeu a pena nessa leitura toda, foi o último parágrafo do último capítulo.
Um ponto negativo que esqueci de citar: a tradução. Não sei o que passava na cabeça de quem traduziu esse livro, mas, gente, REAIS em LONDRES?! Quem de fato leria um livro chamado CHARLOTTE STREET sem saber que a moeda de LONDRES é a LIBRA?! Pelo amor de Deus!
Se eu leria outros livros de Wallace? Sim. Mas, dessa vez, esperando o pior.



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