19 de fev. de 2013

[Resenha] As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky


As Vantagens de Ser InvisívelTítulo Original: The Perks Of Being A Wallflower
Editora: Rocco
Ano: 1999
Páginas: 223
Skoob



Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.
Já vou avisando que isso não se parecerá com uma resenha comum (não que eu escreva qualquer coisa normal), justamente por que eu ainda não estou mentalmente e emocionalmente pronta para falar sobre esse livro. Mas vou fazê-lo mesmo assim. Ainda não sei se gostei ou não da obra de Chbosky, por que estou tão devastada. E ao mesmo tempo em que quero abraçar o livro, quero jogá-lo na parede e chorar.
Meu Deus.
Antes de começar a falar do livro em si, deixe-me fazer um apelo ao Deus Das Capas De Livros. Querido Deus Das Capas De Livros, por que após a adaptação da obra para o cinema, o Senhor, em sua glória, não faz com que as capas continuem as mesmas? Por quê tens de unificar o poster do cinema a capa de Seu livro? Não percebes o quanto me chateia?
Tudo bem, parei. Mas sério, isso me deixa triste. A capa antiga de As Vantagens de Ser Invisível era a coisa mais linda, e eu não encontrei-a para venda, por que após o lançamento do filme todas as capas mudaram drasticamente. Não que eu tenha ficado chateada agora ter uma foto da Emma Watson e do Logan Lerman.
Só gostaria que isso não acontecesse.


Sam batucava as mãos no volante. Patrick colocou o braço para fora do carro e fazia ondas no ar. E eu fiquei sentado entre os dois. Depois que a música terminou, eu disse uma coisa:
"Eu me sinto infinito" 
E Sam e Patrick olharam para mim e disseram que foi a melhor coisa que já tinham ouvido.

As vantagens de ser invisível, no início, pode ser meio confuso, mas não é difícil de pegar. O livro é contado em cartas. Isso mesmo, cartas. Portanto, se você gosta de historinhas bem contadas em seus capitulozinhos bem separados, pode esquecer. O tipo de narrativa é completamente diferente do que você está costumado a ver por aí. O que não ofusca o brilho ou os sentimentos que vão se desencadear em você durante a leitura.
Mas voltando. Charlie, quinze anos de idade, é o escritor dessas cartas, e ele sempre começa com a data de escrita, e "Querido Amigo". Então, narra como foi seus últimos dias à esse amigo, que como deixa clara a sinopse, não se sabe se é imaginário ou fatidicamente real. Muito embora Charlie narre toda a sua vida e seus sentimentos da forma mais íntima possível (muito mais íntima que um diário), ele prefere deixar tudo no anonimato, e muda o nome dos personagens (ou seja, seus familiares e amigos) em suas cartas. O amigo que recebe suas cartas aparentemente não sabe quem ele é, por que quase ninguém sabe mesmo, mas poderia conhecer seus irmãos (ambos muito populares) ou os amigos que Charlie vem a fazer ao longo dos dias. Na realidade, bem no início, ao se apresentar, Charlie deixa bem claro que não quer que seu amigo descubra quem ele é de verdade. E diz que não há nada de mau nisso. 
Mas não foi isso que me devastou, embora eu tenha uma teoria sobre "Quem É O Amigo Misterioso De Charlie".  Mas não falarei sobre isso, por que meu papel aqui é dizer o que achei do livro, e não debater seus valores filosóficos com pessoas que nem sequer o leram. No caso, vocês, queridos. Mas se, por acaso, após a leitura do livro, os senhores quiserem alguém para debater os valores filosóficos do mesmo, estarei sempre a postos. 
Enfim. O que me devastou de verdade é ver o modo em que a vida de um garoto de quinze anos pode mudar. É ver todos os dramas familiares, que não são poucos, todas as complicações, todas coisas terríveis que acontecem e acontecem o tempo todo, mas que nós não damos tanta importância como deveríamos. De alguma forma, o Charlie percebe tudo isso, e sente tudo isso, e conta tudo isso em suas cartas. Ele é mesmo um garoto excepcional, e se preocupa com tudo e com todos antes de preocupar-se consigo mesmo.
Mas acho que essa é uma coisa que o psiquiatra esqueceu de contar a ele.
Eu tenho de parar de achar que o Charlie é uma pessoa real, por que isso me devastaria mais ainda. Não que eu ache mesmo. Só entrei na história para valer.
Devorei esse livro em seis horas, dois dias seguidos. Escrevi a frase mais eloquente dele no meu pulso, e juro a vocês, que se um dia eu decidir tatuar algo no meu corpo, será "I feel infinite" no pulso. Por que é disso que o livro se trata, e é assim que eu me sinto para valer, eu acho. Ser um adolescente. Sentir, pensar, tudo com muita intensidade e com muita voracidade. Sentir-se jovem, saber que seu espírito quer se libertar. Escutar uma mesma música um milhão de vezes e sentir-se bem com isso. Não sei o que estou falando. Mas sei o que estou sentindo.
Eu me sinto infinita.
Como Charlie, Sam e Patrick se sentiram no carro.
Como você provavelmente deve se sentir também.
Acho que não disse a vocês o porquê de estar devastada, mas acabei de decidir que não vou falar também. Essa provavelmente está sendo minha resenha mais pessoal, e talvez eu nem devesse postá-la por falta de profissionalismo.
Mas eu ainda estou tão atordoada. Perguntei para uma pessoa (oi, Wes) se ela havia ficado como eu e descobri que sim.
Então, ou nós dois somos extremamente sentimentais, ou é isso que a obra de Chbosky vai causar em todos vocês. 
Por fim... não vou dizer que é uma leitura obrigatória. Não sei ainda se é o livro que mais odiei ou se é que mais amei. Talvez um pouco dos dois. Minha cabeça ainda dói de chorar, mas eu choro muito. Ainda sinto os efeitos de me sentir infinita, e acho que vou me sentir infinita para sempre, por que nunca vi graça em ser limitada. Se acham que podem lidar com o livro, leiam. Se não, deixem de fora. Só tenham cuidado com o equilíbrio mental que ronda suas mentes, por que ele pode se esvair a pó, independente da forma que você entrar na história.
E eu entrei de cabeça.


P.S.: Rabiscar livros rules. Vocês já sabem que faço isso.
Palavras da vez:
"Perturbador, sentimental, bonito.
(Eu me sinto infinito).
Eu realmente me sinto infinita agora." 

8 comentários:

  1. Pare de rasbicar livros, sra Sarah! :o
    licença, vou anotar o nome do livro porque EU PRECISO COMPRAR ESSE LIVRO! Parece ser perfeito, e com essa resenha, sei que vai mexer comigo. "Ele se preocupa com todos antes de se preocupar com ele mesmo". Já me identifiquei aí, sos.
    Comoassim. Preciso ler este livro e POR QUE A CAPA É ASSIM, AF, hashtag chateada apenas.
    Obrigada pela resenha, mother of OAVlovers, vou ler com ctz <3 amei <3

    ResponderExcluir
  2. Meu deus essa sua resenha me deixa emocionada pois já li 2 vezes esse livro, e não tem como apos você ler e não se sentir infinito.
    Não foi só você que ficou devastada, a obra de Chbosky deixa qualquer um assim!!

    Foi assim que Charlie me conquistou com suas cartas ! eu adoraria saber a sua teoria de "quem é o amigo misterioso de Charlie"
    Adoraria ter com quem debater sobre o livro!!! serio, me procure.

    ResponderExcluir
  3. NÃO CONSIGO ASOPKQÇPOWKAS e eu gosto. Se algum dia alguém pegá-los, e ver minhas análises e o que eu sublinhei, vai pensar tipo "nha isso foi da mãe/tia/avó/bisavó". Sabe? É como deixar meu legado nas coisas que mais amo no mundo.
    Só rabisco os livros que gosto.
    ÇOAKSÇAOISJKOAISJK SIM, AF, MAS NATS, AI ): nao sei.
    hashtag chateada com o deus das capas apns
    obrigada por ler e comentar, sempre linda <3 love you

    ResponderExcluir
  4. Oi, Juh *u* puxa, super obrigada. MEU DEUS, EU PRECISO RELÊ-LO MAS NAO SEI SE DEVO POR QUE SINTO QUE MORREREI...?
    Eu me sinto infinita.
    EU SEI ):
    Ele me conquistou também, poxa. Ele conquista qualquer um ): me procure no facebook ou no twitter e vamos debater! A gente conversa sobre tranquilamente :3
    facebook.com/sarahmaltas ou @contextuando. <3 obrigada pelo coment, linda!

    ResponderExcluir
  5. cara CARAAAAAAAAA você me deu vontade de ler o livro denovo....e isso n faz sentido MAS ENFIM

    ResponderExcluir
  6. ai, mas leia, então a~polapl~paakslõapsk eu acho que vou demorar um pouco pra fazer isso. ou talvez não. slá OÇPASK

    ResponderExcluir
  7. Estou doida para ler, mas acho isso meio perigoso. Eu chorei lendo a resenha. APENAS com essa resenha. Talvez por te conhecer bem demais, talvez por já ter visto o filme e ele me ter abalado bastante. Talvez - ou com toda a certeza - porque "eu me sinto infinito" são as exatas palavras que descrevem o que eu sinto desde há muito tempo. Eu me sinto de facto infinita. Desde que me lembro. Mas eu nunca soube explicar isso para ninguém e, de algum jeito, Charlie chegou e, com poucas palavras, pôs meu mundo pessoal a nu.
    E se eu já o sinto tão perto de mim, não sei o que acontecerá se eu ler esse livro. Estou com medo, sinceramente. Porém, também sei que, quando o achar (ou quando tirar o dia para o ler no pc), não me conseguirei conter. Só vou procurar uma altura emocionalmente forte para isso. Entretanto, vou usar esse sentimento que Charlie me devolveu, de certa forma, para me inspirar.

    E sua resenha também. Se ela é completamente profissional, claro que não. Mas suspeito que nenhuma resenha que valha a pena ler o é.
    <3

    ResponderExcluir
  8. Oi Disqus, vc não vai comer meu comentário?!? Ainda tou bolada por ter comido meu comentário em Trucker, seu chato u.u

    SARAH, FINALMENTE VEIO A RESENHA DE TPOBAW <33333333333 Eu tou surtando com esse livro faz décadas, eu preciso ler urgentemente (e ver o filme), mas não consigo comprar nunca. ;-; Assim como SLP ;-;

    MAS AO MENOS EU DESCOBRI QUE ELE VALE TODO O MEU ENTUSIASMO PARA LÊ-LO <3333333 ok, eu quero ficar envolvida num livro assim, sabe? estou com saudades :/ E QUE RESENHA MAIS GATAAAAAAAAAAA, como sempre. ainda anseio o dia de te ver no new york times, vc sabe. sfps´fp obg por mais uma resenha, love ya ;*

    ResponderExcluir