26 de dez. de 2012

Fight For Me! - Odeio Amar Você 3


Bom dia, meus bebês lindos! Como vão vocês? 
UAUEHAIEUAHE aqui venho eu com outra oneshot, dessa vez, como um especial de natal. Listen, eu sei que o natal foi dia vinte e cinco, MAS DEIXE-ME DIZER O POR QUÊ NÃO ARRUMEI ISSO ANTES.
A ideia dessa one é meio antigazinha, claro, mas como é um especial de natal eu tive que fazer com algo a ver com o natal. AOPSKAPSOK e tipo assim, eu tenho um problema seríssimo com pontualidade.
Nada comparado a Hayles, mas tenho.
O problema é que eu ia fazer isso há dez dias atrás POSKPASOKAS MAS AÍ ACABEI DEIXANDO PRA LÁ E EMPURRANDO COM A BARRIGA E VOCÊS SABEM COMO PROCEDE, DAÍ CHEGOU DIA VINTE E QUATRO A NOITE E EU AINDA NÃO TINHA NADA. Minha ideia era escrever tudo dia 24, mas eu passei o natal como uma bola de pingue-pongue, de lá pra cá. Fui pra bsb mais de três vezes, tipo, plmdds. E aí não consegui escrever. Toda vez que tentava, aparecia uma boa alma para puxar assunto e PFVR eu só queria ter ficado em minha casinha e escrevendo, porém não deu. E eu sinto muito. Aí ontem ao invés de escrever eu fui fazer ustream. Cantei um monte de coisa, rimos muito e enfim. It's this.
Essa one ficou linda e eu curti muito apenas ;-; ela deveria se chamar "All I Wanted" ou "All I Wanted Was You" porém eu sei que existem oito mil fanfics com esses nomes. Então, deixei "fight for me", que na tradução literal significa "lute por mim". Fofo, não? nhac :3
Seguinte, é uma oneshot de Odeio Amar Você. É, isso mesmo que você leu. OAV. This. Odeio Amar Você. Só que você só conhecerá os personagens caso tenha lido a segunda temporada da fanfic (aka Odeio Amar Você 2), então se isso ainda não aconteceu e o senhorito está apenas na primeira temporada, pode até ler essa one, nada ficará confuso. Você irá conhecer os personagens e tudo mais. Só que se você leu a segunda temporada, essa one vai ter mais... valor emocional, se você me entende. 
Não vai ter hentai. Desculpa, a classificação disso aqui é livre. Não ocorrerá nada mais do que algumas coisas tristes e fofas :3
Justo que vocês coloquem a música All I Wanted, da Paramore para carregar, por que vai ter certo momento que ela entra. Isso não é exatamente uma songfic, mas é como se fosse. Se você leu as OAV's, vai entender a diferença de uma cena de songfic e uma cena onde a música entra na história realmente. Creio eu que isso não se trata de uma songfic. Devo estar certa. Ou não. Dane-se.
ÇOPAKSPÃOK ANOS QUE NÃO FAÇO UMA NOTA GRANDE ASSIM, se fosse no Nyah! Cocôction elas estariam enormes, por que a fonte é bem maior e menos arrumada. Mas acho que falei tudo o que tinha para falar, não? Sim? Não sei. Quem sabe. Talvez. 
Pare de divagar, Sarah.
Também não vou revelar o ship principal, como me pediram ontem na twitcam, e apenas duas pessoas sabem desse ship. Vocês vão descobrir bem em breve.
Tudo bem, é isso *U* Nos vemos lá embaixo que Sarinha tem coisa para tratar com os senhores ♥ Boa leitura, boa viagem :3 





Não havia mais mundo, não havia mais terra. Não havia mais luz, não havia mais céu, não havia mais estrelas. Não havia mais música, universo, pessoas, importância. Não havia mais nada.
Tudo o que havia eram eles. Eles, seus corações palpitando com força e descontroladamente, suas mãos entrelaçadas, o arrepio que corria livremente pelos seus corpos. Seus pelos em pé, suas emoções à flor da pele. Naquele momento, só o que havia eram os dois, e o beijo carinhoso que trocavam.
Toda a preocupação, toda a consciência, todo o martírio do sentimento tão errôneo e tão incerto se dissipara. Toda a dor desaparecera. Enquanto seus lábios se tocavam, timidamente, suas mentes deixavam de lado o sentimento e os pensamentos do quão errado aquilo seria. Enquanto suas línguas se entrelaçavam, calmamente, eles decidiam deixar-se entregar. De corpo, alma, e coração. Entregavam-se àquele beijo, mas sobretudo, àquele sentimento. Àquele sentimento que os envolvia, corroia, comia, e fazia com eles o que bem queria. Àquele sentimento avassalador e substancial, sempre retraído, que agora estava livre para satisfazer-se. Que agora juntava seus corpos, unia seus lábios, fazia com que as mãos dele corressem lentamente pela cintura dela, provocava todos os arrepios e toda a profunda satisfação que ambos sentiam nesse exato momento.
Era ele. Era o sentimento. Era ele que fazia isso com Henry e Anna.
Ela entregou-se, absorta, sem nada pensar. Deus! Ela o queria! E isso não era atual, não! Era tão antigo. Céus, Anna o amava desde que tinha consciência de sua existência. Sempre o teve como o melhor amigo, mas sabia, desde os dez anos de idade, que o queria como mais do que isso. Por anos teve de retrair esse sentimento, essa vontade, mas como poderia continuar com essa farsa? Como poderia continuar mentindo para si mesma, para Henry, e para o resto do mundo? Como poderia? Como conseguiria?
Ela não podia. Seu coração era todo ele. Era seu nome que ela imaginava pouco antes de pegar no sono, era seu rosto que ela via quando acordava. Era seu abraço que a fazia se arrepiar. Era Henry. Sempre fora! Por mais errado e pecaminoso, era ele. O que ela podia fazer? Como ela podia não se entregar?
Como ela podia deixar de amá-lo, se seu coração era todo dele desde sua infância?
As mãos dele agora seguravam seu rosto, tomando-o inteiro, fortes. Henry não queria deixá-la ir, Anna podia sentir. Sabia que ele sentia o mesmo. Conseguir sentir pelo modo como ele tocava-a, pelo seus lábios pressionados contra os dela, pelas batidas mais do que rápidas de seu coração. Sentia suas línguas se entrelaçarem, lentamente, provando-se, conhecendo-se, milimetricamente. Ela enfiara suas mãos no cabelo dele, louro e meio encaracolado, sempre maior do que o normal, como um surfista bobo. Claro que seus olhos azuis davam-lhe todo o charme, e seu corpo magro e esbelto de um garoto de dezessete anos fazia-a suspirar. Mesmo assim, enquanto beijava-a, Henry não era para ela nada mais do que o garoto que ela amava. Não importava se ele um dos melhores guitarristas e pianistas que ela já vira, se era o quarterback do time de seu colégio, ou se quase todas as garotas que ela conhecia dariam tudo para estarem no lugar dela, nesse momento. Henry, agora, era apenas o Henry. O garotinho incrivelmente fofo que ela conheceu ainda muito criança. Que costumava assistir a Harry Potter, ou brincar de pique esconde com ela. O mesmo que abraçava-lhe e beijava-lhe a testa, prometendo que seu joelho ralado iria sarar. O único garoto que dissera-lhe que a amava na vida.
E provavelmente, o único que ela iria dizer amar de volta.
O desejo comendo-a, o sentimento tomando conta dela, o beijo ainda durou muito mais do que poderia. Até que seus pulmões, exaustos, imploraram por um bocado de ar, e tanto Henry quanto Anna pegaram-se incapazes de continuar em seu único lugar seguro. Foram brutalmente arrastados de volta para a realidade sufocante da culpa, do arrependimento, do errôneo, da verdade.
Henry e Anna eram primos. E isso não deveria ter acontecido.



— É mais ou menos uma tradição — a mulher de cabelos flamejantes explicava para sua filha o porquê de tantas travessas de mousse em cima de uma única mesa, com bastante paciência. — Desde que eu me entendo por gente, competimos para saber qual família tem o melhor mousse. Embora ninguém ganhe de verdade.
— Mas se ninguém ganha não tem por que continuarmos fazendo — Katt Nichole, onze anos de idade, deu de ombros. Seus olhos azuis demonstravam claramente a vontade dela de não estar ali, em pleno natal, arrumando a mesa dos mousses. Mas Sophie sabia que era melhor ela manter suas mãos ocupadas com a arrumação ao invés dos socos que costumava diferir nos primos gêmeos, Josh e Jason.
Não que eles fossem anjinhos, por que não eram. Estavam muito longe de serem.
A garota de quinze anos refletiu sobre isso enquanto tomava seu copo d’água, assistindo a cena. Sua própria mãe estava enrolada com os preparativos para a ceia, em sua casa, e logo chegaria com mais alguns pratos. A pequena Nichole reclamou mais algumas vezes, fazendo com que Sophie e a própria garota rissem. “Anna, se você rir de novo eu vou te bater!”
Anna riu de novo e tratou de seguir para a sala principal da casa dos Davis. Foi inevitável. Era sempre inevitável rir do mau humor súbito de Katt, estando ela irritada com seus primos, seu próprio irmão ou o resto do mundo. A garota estava sempre com raiva.
Coisas da puberdade, Anna refletiu. Logo, logo, ela se tornaria uma garota maluca e cheia de personalidade, como sua mãe, ou Julia, ou ela própria. Em alguns anos, a filha de Danna reconhecia que mudara muito mais do que planejara.
Embora ainda sentisse certas coisas que preferiria simplesmente não sentir.
Anna respirou fundo, sentindo sua pele se arrepiar mais uma vez, lentamente, enquanto todas aquelas sensações domavam-na como um todo. A lembrança assombrou sua mente outra vez, inevitável, e ela pegou-se novamente cheia de culpa e arrependimento. Ainda conseguia escutar a voz de Sophie, sua tia por parte de mãe, e sentiu-se suja ao saber que era o filho daquela mulher que ela beijara, sete dias atrás.
Uma semana. Uma semana inteira de remorso, de assombração, de tormenta. Sete dias e sete noites sem conseguir pensar em outra coisa senão no quanto aquilo havia sido errado.
E bom.
Anna passou a mão levemente pelo rosto, voltando ao mundo real onde estava inserida. Se não tratasse de se normalizar, todos saberiam que havia algo de errado com ela. Sobretudo com essa casa tão cheia como estava agora.
Os rostos das pessoas que estavam na casa dos Davis para comemorar o natal eram todos conhecidos, embora Anna não visse alguns há bastante tempo. Como seu tio de segundo grau, Erich, sua esposa, Claire (que, pelo que Anna sabia, era filha de um amigo da família de seus avós), e seu filhinho de três anos, Benjamin. Ou como Adam, outro amigo, mas provavelmente o adulto mais brincalhão ali. Ou como Joe, seu tio que não morava em Nashville. Ou como mais tantos outros tios, de primeiro e segundo grau, e primos, muitos primos. Anna via crianças por onde olhava, estando elas quietas ou correndo.
Era incrível. O natal sempre era perfeito para unir as pessoas.
— Bu! — Anna deu um pulo para o lado, incrivelmente assustada com aquela brincadeira boba. Mas ela sabia que seu coração não palpitava por causa da brincadeira em si, e sim por quem havia feito.
Henry agora a encarava, um sorriso divertido no rosto, o cabelo levemente bagunçado, uma capa de violão nas costas.
— De onde você surgiu? — perguntou ela, ouvindo as batidas de seu coração. Certo, precisava acalmar-se ou iria sofrer um infarto ali mesmo.
— Das sombras — Henry deu de ombros, entoando a voz como se a resposta fosse óbvia. Palhaço. Anna pegou-se sorrindo.
— Não tem graça — disse ela, embora seu rosto mostrasse o contrário. — Você me assustou.
O rosto dele, apesar de demonstrar todo o humor e malícia naturais da personalidade de Henry, ainda conseguia ser incrivelmente angelical. Anna aliviou seu sorriso, olhando seus olhos azuis e penetrantes, que lhe encaravam como se fosse exatamente com ela que ele queria estar agora.
— Feliz natal — murmurou ele, consideravelmente perdido, mas com um sorriso bonito pairando levemente no rosto.
Ela também sorriu.
— Feliz natal pra você também — respondeu, virando-se de súbito. Passou a mão pelo cabelo louro recém-cortado num gesto nervoso, quase desesperado. — Comprei um presente para você, e outro para Katt, ontem, com minha mãe. Estão na árvore.
Anna tentou controlar a respiração, enquanto apontava para um pacote de presentes azuis embaixo da enorme árvore sintética de natal. De alguma maneira, ela pôde sentir o sorriso de Henry por trás de si.
Os pelos de sua nuca se arrepiaram.
— Legal, vou abrir assim que der meia-noite. Acho que já sei o que é.
Com um sorriso no rosto, ela virou-se para ele mais uma vez.
— O que é, então?
— O jogo de cordas que eu queria. Fender 0.11? — chutou ele, um sorriso quase malicioso na cara, os olhos parecendo ir além dela, lendo seus pensamentos. Ele franziu o cenho e levou um dedo aos lábios, diante do silêncio da garota. — Não, espera. Você comprou palhetas também.
De fato, ela o tinha feito. Três dias antes, Henry havia conversado com ela por mensagens de texto e dissera que quase comprara um encordoamento na loja de música, mas sua mesada havia acabado. Estava chateado por isso por que as cordas de seu violão já tinham mais de dois anos, além de não serem tão encorpadas como eram as Fender’s. Por isso, ao sair para o centro com Danna, alguns dias antes, ela sabia que esse seria o presente de natal que compraria para ele.
E também comprara duas palhetas brancas. Sabia que era sua cor preferida, quando, é claro, tratava-se  de palhetas. A questão maior era: como Henry sabia de tudo isso?
— Estive na loja hoje, Mike me avisou que você esteve por lá — ele disse de repente, como se estivesse adivinhando seus pensamentos. Ah, então era isso! Anna praguejou em pensamento. Michael! Ela iria matá-lo! — Me desculpe por estragar a surpresa.
— Não desculpo, não — disse ela, o tom hostil e ao mesmo tempo brincalhão presente na voz. — Vou matar o Michael. Aquele idiota.
— Ei, não suje suas mãos com o sangue daquele verme — disse Henry, fazendo-a rir ao mesmo tempo em que de súbito segurou suas mãos. Sem cessar seu sorriso, Anna sentiu seu corpo começar a tremer. Desde aquele beijo, era difícil tocá-lo amigavelmente como ela fizera durante a vida toda. Céus. O choque de suas peles era algo simplesmente surreal. — Vem cá.
Agora ele estava andando e puxava suas mãos para fazê-la acompanhá-lo, antes que ela pudesse se dar conta. Tropeçando em seus próprios pés, Anna quase bateu de frente com seu primo Josh, que corria de um lado para outro.
— Espera, para com isso — ela disse, alto, enquanto ele levava-a para a escada que dava o acesso à garagem. — Para onde está me levando?
Henry parou de repente e virou-se para ela. Seus olhos azuis estavam brilhantes, sapecas. Seu rosto estava levemente corado, tão lindo.
— Seu presente — disse ele, aquele mesmo sorriso apaixonante pairando nos lábios. — Vou te dar seu presente.
Anna forçou-se a não olhá-lo como fazia anteriormente. Largou suas mãos, correu os dedos pelos seus fios louros, sentiu o estômago revirar. O nervosismo agora tomava conta dela por inteiro, fazendo-a tremer completamente.
Não podia ficar sozinha com Henry na garagem. Simplesmente não podia.
— Escuta, não precisa fazer isso. Vamos voltar, sua mãe está precisando de ajuda... — disse ela, nervosamente, fazendo de tudo para ser breve e convincente, não olhar em seus olhos, controlar suas emoções, tudo ao mesmo tempo. Não podia sentir aquelas coisas! Não era certo!
— Não é algo material — disse ele, em tom apelativo. Embora ela não pudesse ver, sabia que seus olhos azuis deveriam estar implorando agora. — Por favor. É importante para mim que você ao menos escute.
Atordoada e perdida, Anna fechou os olhos por meio segundo. Não era certo, não deveria estar acontecendo, ela não deveria ceder, eles deveriam voltar para a sala onde havia meio mundo de pessoas que certamente os impediriam de fazer algo do qual se arrependeriam depois.
Mas ela olhou em seus olhos. E aquelas órbitas azuis, como o céu limpo de verão, como o mar mais claro e substancial, as mais bonitas que ela jamais vira, iam além dela. Penetravam-na. Pediam, imploravam, brilhavam incondicionalmente. Faziam-na acreditar que, se ele dissera que era importante para ele, de fato deveria ser.
E isso faria com que fosse importante para ela também.
Mesmo sabendo que se arrependeria, ela cedeu. Assentiu com a cabeça, viu seu primo sorrir e arrastá-la até a garagem equipada com alguns instrumentos musicais, enfim. A bateria de Miles — melhor amigo de Henry —, uma um teclado, uma caixa de som e um bocado de fios. Henry soltou sua mão e dirigiu-se até o teclado, procurando o fio que o ligaria até a tomada, e depois de algum tempo conseguindo plugá-lo em uma extensão. Ligou o teclado e, timidamente, Anna aproximou-se dele. A opção “piano” foi acionada.
— Eu... — Henry mantinha os olhos presos no instrumento. Começou a fazer um solo, poucas notas, mas ainda assim, perfeitamente melódico e lindo. Anna concentrou-se no som. — Eu compus... há pouco menos de uma semana. Não é muito grande, e eu ainda acho que uma voz feminina seria o ideal, com toda uma banda. Mas enfim. Por enquanto sou só eu. — Seus lábios esboçaram um sorriso nervoso, e ele finalmente levou seus olhos ao encontro dela. — É para você.
Anna sentiu os pelos se eriçarem e o coração bater mil vezes mais forte no peito. Simplesmente paralisou-se, sem saber o que fazer, o que dizer, o que sentir. Sua respiração estava desregulada enquanto ela tentava entender o que Henry havia acabado de falar. Ele... havia composto uma música para ela? Para ela?
As mãos dele, habilidosas por toda uma vida dedicada à música, recomeçaram a melodia por meio daquele teclado simples. Um arrepio percorreu toda a garota, sem piedade, principalmente quando a voz rouca de Henry começou a ecoar.


Think of me when you're out, when you're out there. I'll beg you nice from my knees.
And when the world treats you way too fairly… well, it's a shame, I'm a dream.

All I wanted was you… All I wanted was you…

Pense em mim quando você estiver fora, quando você estiver lá fora. Eu irei te implorar de joelhos.
E quando o mundo te trata de uma forma tão razoável... bem, é uma vergonha, eu sou um sonho.

Tudo que eu queria era você... Tudo que eu queria era você...



A voz de Henry era encorpada, rouca, sentimental, provavelmente a melhor que ela já escutara. Anna sempre soubera que Henry era um dos melhores cantores que existiam, e já o escutara cantar outras tantas vezes, mas agora era tão diferente. A emoção estava tão presente em sua voz, seu teclado, sua melodia. Anna pegou-se arrepiada e emocionada antes mesmo da música atingir seu refrão, enquanto ouvia as palavras que ele cantava, embora muito baixo, quase desesperadamente para ela. Para ela. Aquela canção — provavelmente a mais bonita que ela já ouvira — fora composta para ela. Por que... ele a queria da mesma forma que ela.
E isso não era certo. Ela sabia que não era.
Mas eles não conseguiam deixar de sentir.



I think I'll pace my apartment a few times and fall asleep on the couch.
And wake up early to black and white re-runs…that escaped from my mouth…

Oh-Oh…

All I wanted was you… All I wanted was you…
All I wanted was you… All I wanted was you.

Acho que eu vou percorrer meu apartamento algumas vezes e cair no sono no sofá.
E acordar cedo para reprises em preto e branco... que escaparam da minha boca.

Oh-Oh..

Tudo que eu queria era você... Tudo que eu queria era você...
Tudo que eu queria era você... Tudo que eu queria era você.


O tom da música subira uma oitava no refrão, e Anna precisou retirar seus olhos dele para não deixar as lágrimas caírem. Precisou fechar os olhos, lentamente, e levar as mãos ao rosto. Precisou sentir aquela letra, aquela melodia, aquela voz, tocarem-na de dentro. Seu coração estava uma loucura dentro do peito. Sua mente estava paralisada. Suas pernas perdiam a força gradativamente. E, honestamente, ela não sabia mais o que fazer.
Tudo o que eu queria era você, ele gritava, repetia, cantava novamente, com um tom de angústia e desespero. O som do teclado ficava mais encorpado e forte, por que seus dedos martelavam as teclas com toda a sua agonia. Aquela música, nada mais dizia do que a verdade.
De todas as garotas do mundo, era Anna que Henry amava. Era ela que ele queria. Tudo o que ele queria era ela. Mesmo que fosse errado, ele sabia que era, mas a amava! O que podia fazer em relação a isso?
Anna não era apenas sua prima. Era também sua melhor amiga, sua confidente, e a garota mais incrível do mundo. E ele queria que ela fosse dele!
Seria pecado querer amar?



I could follow you to the beginning… and just relive the start.
And maybe then we'll remember to slow down at all of our favorite parts.

All I wanted was you!

Eu poderia te seguir até o começo... e apenas reviver o início.
E talvez depois nós lembraremos de desacelerar todas as nossas partes favoritas.

Tudo que eu queria era você!


Ambos sabiam que houve épocas em que as coisas eram muito mais simples. Épocas em que, na ingenuidade de uma criança, eles podiam fazer o que bem entendiam, e se amar mesmo assim. Henry sabia que amava Anna desde o dia em que saiu de Londres rumo à Nashville e passou o dia brincando com ela. Sabia que a amava, como sua melhor amiga, ou até mesmo como uma namoradinha de infância. Apesar de tudo, invejava essa época, em que preocupações e empecilhos não existiam.
Agora ele crescera e enfrentava uma guerra pessoal por querê-la tanto.
E sabia que a fazia sentir o mesmo. Estava evidente em sua face que Anna sentia medo. Os olhos dela estavam brilhantes e chorosos. Ele sabia que, nesse exato momento, ela deveria estar enfrentando a maior guerra interna de sua vida. Por que, ele sabia, ela o amava também. E apenas por isso ele decidira não deixar isso ir, por mais errado que fosse.
Era certo para ele.


All I wanted was you… All I wanted was you…
All I wanted was you… All I wanted was you.

Tudo que eu queria era você... Tudo que eu queria era você...
Tudo que eu queria era você... Tudo que eu queria era você.



Foi a mesma conclusão que Anna chegou, quando a última palavra saiu da boca de Henry e a última nota do teclado foi arrancada. Ela o viu encará-la, sem nada dizer, como se esperasse uma reação. Uma palavra qualquer. Um sentimento, uma ação, um sorriso, quem sabe algumas lágrimas. Seus olhos azuis a encaravam, nervosos, quase arrependidos por tê-la mostrado a música. Anna sabia que ele estava desesperado por uma demonstração de satisfação ou insatisfação por parte dela. Ele só queria que ela reagisse.
E foi por isso que, esquecendo tudo por um momento, ela aproximou-se dele e acabou com a distância entre seus lábios.
Henry foi pego de surpresa, mas antes que pudesse processar o que estava acontecendo, seus braços já envolviam a cintura dela com força até retirarem-na do chão, e seus lábios já retribuíam o beijo à altura. A boca dela tinha um leve sabor de chocolate, e mesmo que não tivesse, conseguia ter o gosto mais alucinante que ela já havia provado. Embora esse mesmo beijo houvesse acontecido uma semana atrás, ele conseguia sentir a mesma sensação de euforia. Seu coração estava mais do que acelerado, seu corpo era percorrido por uma corrente elétrica, sua emoção dava cambalhotas dentro do seu corpo.
Mesmo que fosse errado, aquele beijo parecia apenas tão certo. Fazia com que ele sentisse que encontrara seu lugar no mundo, e ele era ao lado dela. Fazia com que ele acreditasse que estava no lugar certo, com a pessoa certa, fazendo a coisa certa. Fazia-o acreditar, cada vez mais, no amor por ela que inundava e sangrava seu peito. Fazia-o acreditar que ela sentia o mesmo e que não fugiria. Que amaria. Que lutaria.
O beijo não era calmo, mas nem por isso era urgente. Não era voluptuoso, mas nem por isso era sereno. O beijo que os envolvia tinha seu próprio ritmo, sua própria vontade. Suas línguas se entrelaçavam sem pressa, seus corpos se colavam gradativamente, suas mãos exploravam seus corpos sem nenhuma culpa. O ritmo estava traçado, a melodia era deles. O beijo que Henry e Anna trocavam, apaixonadamente, parecia não existir para mais ninguém. Parecia ter sido inventado para eles.
Anna pegou-se querendo que aquilo não acabasse nunca. Queria ficar nos braços de Henry para sempre. Queria beijar seus lábios e senti-lo tão perto até o fim dos tempos. Queria não acabar com aquele momento perfeito, e mergulhar nele, sem medo, até que ele a engolisse. Queria segurar Henry e mantê-lo para sempre perto de si, para que ela não tivesse medo de enfrentar o mundo, seus pais, seus amigos, por ele. Queria não ser arrastada para a realidade bruta e injusta de que isso não deveria estar acontecendo, quando tudo de errado que ela fazia era amar!
Mas, infelizmente, seus pulmões pediram por ar. Os pés de Anna alcançaram o chão, e suas mãos finas arranharam a nuca de Henry lentamente, antes de apertá-la, como um pedido desesperado para que ele não a deixasse. Seus olhos queriam transbordar, seus lábios pinicavam, ela queria beijá-lo de novo. E de novo, e de novo, e de novo. Sabia que era errado, mas queria errar. Queria errar com ele. Por que ela o amava. Por que tudo o que queria era ele.
A parte racional de sua mente martelava. A parte emocional implorava por mais. Seu corpo estava domado pela guerra interna que Anna queria simplesmente não ter.
— Isso... — ela começou a falar, sem separar suas testas, ainda sentindo suas respirações se misturarem. Céus, ela o amava tanto. As lágrimas ameaçavam sair de seus olhos, enquanto a parte racional de sua mente tomava mais de seus pensamentos. Entretanto, ela apertou a nuca dele novamente, desejando que ele não a soltasse. — Isso é... errado — ela conseguiu proferir, embora não quisesse sair dali.
Henry suspirara. Anna percebeu que ele não levantara os olhos, embora o aperto em sua cintura houvesse ficado mais forte.
— Mas eu te amo — murmurou ele, a voz rouca e cheia de desespero. Anna engoliu em seco, e antes que pudesse se controlar, seus lábios retribuíram a mesma verdade:
— Eu também te amo — sua voz também estava rouca e agoniada, angustiada. O nó já fechava sua garganta gradativamente. Porém ela não queria ir embora. Não queria sair de seus braços. Não querida deixar de senti-lo. — Mas nós somos primos.
Henry sabia que era verdade. Sabia que não podia ignorar isso. Sabia que isso seria um problema. Sabia que seria difícil.
— Eu sei — murmurou ele, suspirando, fazendo de tudo para conter a vontade de esquecer a verdade e a dificuldade. Só queria ficar com ela. Era tudo o que ele queria na vida. Nada mais. Por que tinha de ser tão difícil?
— Ninguém vai nos apoiar — ela murmurou outra vez, e ele percebeu que seus olhos começavam a transbordar, lentamente. Sentia-se mal por fazê-la se sentir mal, mas nada podia fazer contra o que sentia. Amava-a. Precisava dela consigo. Já não conseguia mais viver nessa mentira, nessa farsa. Não era ele.
Henry precisava fazer o que seu coração mandava, errado o quanto fosse. Para ele era certo. Amar era o certo.
— Quero lutar por isso — disse ele, então, decididamente. Segurou o rosto dela com as mãos e olhou no fundo de seus olhos castanhos, profundos, chorosos. — Quero lutar por você. Por nós.
Duas lágrimas escorreram pelas suas bochechas coradas. Ela estava desesperada. Desesperada pelo rumo que sua vida tomaria, desesperada pelo amor que transbordava seu peito, desesperada para se jogar nos braços de Henry novamente, desesperada para fazer o que era certo quando o certo para ela parecia errado para todo mundo.
 — Eu te amo — foi a única coisa que saiu de sua boca, conforme o choro se fazia mais presente dentro dela. Era a única coisa da qual Anna tinha certeza agora. Era a única coisa que ela sabia que era verdade e que era certo, por que seu coração gritava e sangrava por isso desde que ela podia se lembrar. Eu te amo. Era verdade. A mais pura verdade.
Henry passou o polegar por sua bochecha, e olhando dentro de seus olhos profundos, quase suplicou:
— Então lute comigo. Lute por mim — ele juntou suas testas, quase chorando como ela fazia. Aproximou seus lábios em um selinho demorado, provando-os minuciosamente, querendo ter aquilo para toda a sua vida. — Eu vou lutar por você. Lute por mim também.
Anna nada mais pôde fazer do que juntar seus lábios em outro beijo desesperado. Nada mais pôde fazer do que aproveitar o momento, enquanto sabia que não conseguiria viver sem tentar. Sem tentar ser de Henry, e tê-lo para ela. Sem tentar lutar.
E, enquanto ela se entregava de corpo e alma àquele beijo e àquela paixão, ela soube que lutaria. Lutaria não só por eles, mas por ela. Lutaria pela felicidade. Lutaria pelo amor. Lutaria pelo certo, embora para os outros fosse errado. Lutaria pela paixão. Acima de tudo, lutaria por ele.
Por que o amava mais do que podia suportar. E se isso fosse um erro, bem... ela queria errar.  





Wow. Eu curti escrever isso, se posso ser sincera com os senhores amigos bebês. Foi muito... intenso, e foi como se eu estivesse escrevendo pra OAV de novo, ou seja: quatro mil e quatrocentas palavras saíram muito facilmente. Isso não acontece com todas as fics que eu escrevo, é necessário um pouco mais de esforço de minha parte para escrever. Com a OAV tudo sempre foi muito simples, muito fácil, os bloqueios não eram muito grandes, eu sempre tinha ideias, e a escrita sempre fluía. Enfim. Amei isso por causa disso. -q 
POASAPOSK eu cheguei a mencionar nas twitcans que há uma possibilidade muito grande de a Odeio Amar Você virar uma trilogia. Sim, OAV3. Porém, isso não acontecerá agora, já aviso à quem não viu minha face na câmera, por que eu não... posso. Não consigo lidar com quatro fanfics ao mesmo tempo, sabem? E além disso, OAV é uma fic que me fez crescer, e eu preciso sair um pouco dela antes de retomar. Morro de saudades da OAV2, mas se eu simplesmente começar a OAV3 agora eu vou... cagar com tudo PAÇOSKÃPOSLA~PSOL eu preciso crescer como escritora, sozinha, com minhas outras histórias. Além do mais, eu preciso estudar demais esse ano. Então....
It's complicated. PAOSKPAOSK mas é provável que até março de 2014, vocês tenham uma OAV3 para ler. Nosso shipper principal?
Oras, Henry e Anna! POAKSPAOSK
O que acharam dessa one? Man, eu amei ela. Amei mesmo. Ela é mais ou menos como se fosse um prólogo, sabe, o início de tudo para uma possível OAV3. A coisa toda do beijo, da culpa, e pela decisão dos dois de lutarem por isso ♥ enfim, eu curti demais. Quero que vocês comentem pra mim e digam o que acharam das personalidades desses meus novos lindos protagonistas <3 Henry e Anna, nhaw, please, morrendo~
ÇOPKASÇÕPASLK~PAOLS~PSOLAS
É ISSO, GALERA. Feliz Natal, ok? Bom ano novo pra todo mundo, e eu amo vocês for real. 
Lots of love, 
Sarita *u*  

3 comentários:

  1. Anw isso foi a coisa mais linda! Sarinha, meu Deus vc me mata com essa historia. Eu sabia, Anna e Henry são a coisa mais linda juntos, e vc ainda fala q vai ter terceira temporada, OMG! Eu nem preciso dizer o quanto vc é perfeita, né? Estou louca pra ler mais OAV! TE AMO SUA LINDA!
    Renally Vasconcelos

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  2. AAAAAAAAAAAAAH AMEEEEEEEEEI MUUUITO ESSA ONE!! Foi tãao... intensa, sei lá fiquei muuito feliz com a possibilidade da OAV virar uma trilogia pena que ainda falta mt pra isso acontecer ne =((
    Ai amei demais essa one, amo demais All i wanted... tá tudo mt perfeito ai meu coração -q HSUAHSUA

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  3. Que lindooo *-* OMG!! Adorei, mais uma vez você me fez derramar lágrimas... Que coisa linda, fofa, surpreendentemente maravilhosa. Um toque de culpa e uma porção de amor... #INPSPIRADOR.... Não ligue sou meio maluca :p. Adorei cada palavrinha que há nesta oneshort. Sarinha minha linda, minha escritora favorita, simplemente ADOREII...

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