I don't love you like I did yesterday.
Seus
rebeldes fios de cabelo estavam presos afrouxadamente em um coque malfeito. Seus
olhos castanhos chocolate estavam atentos à tela em sua frente. Seus lábios,
grossos e rosados, estavam levemente moldados em um sorriso leve que sempre se
instalava em sua face quando ela pintava, estava com a filha ou com o futuro
marido. Sua mente estava vazia. Suas mãos, manchadas de tinta, manobravam os
movimentos firmes e precisos que o pincel exercia sobre a tela de linho. Seu
coração, leve e puro, estava em paz.
Danna
decididamente nunca estivera tão maravilhosamente bem. Tudo estava prosperando
em todos os sentidos, desde sua vida pessoal à profissional. Anna crescia
tranquilamente como a criança de três aninhos que era, Hector continuava sendo
o Hector pelo qual ela se apaixonara, sua exposição de arte na Brodaway St atraía
cada vez mais pessoas, iria se casar em breve, levada ao altar pelo seu próprio
pai, e para melhorar, Sophie estava de volta à cidade e trouxera seu pequeno
filho, Henry, pelo qual Anna parecia ter desenvolvido uma paixonite aguda.
A
pequena Anna era mesmo uma bênção. Veio de surpresa para Danna e Hector, mas
tornou-se a melhor coisa que poderia ter acontecido em suas vidas. Mesmo quando
bebê, ela encantava e contagiava a todos, com seu sorrisinho sempre aberto e
seus olhos castanhos brilhantes — mais uma herança da família Farro. Depois que
crescera, sua personalidade forte ficou mais aparente, como sua teimosia
imaculável ou sua sentimentalidade apurada. Podia ser apenas a pouca idade, mas
Anna era a pessoa mais sentimental que Danna já vira na vida. Se entristecia
com a mesma rapidez que se alegrava e não precisava de muito motivo para
começar a chorar. Um arranhão, uma bronca de sua mãe, ou mais recentemente,
quando ela teve o azar de encontrar um pardalzinho morto na frente da casa de
Hayley. Henry ficou tão desesperado com o choro de Anna que chorou também.
Os
movimentos que o pulso de Danna exercia sobre a tela repentinamente pararam e
ela enxugou o suor da testa com o antebraço. Encarou a tela, agora pronta, com
um sorriso no rosto. Provavelmente colocaria-a na exposição ainda esta noite.
Se
é que aquele estabelecimento pode ser chamado de exposição. Danna investira,
com alguns amigos que conhecera enquanto trabalhava com Dakotah, em um lugar
subterrâneo e regado a neons, onde todo e qualquer artista pudesse expor seu
trabalho. O lugar tornou-se um lugar de admiração de quadros, música,
literatura, esculturas, e outras tantas formas artísticas. Quando as pessoas
desciam as escadas, era como se descessem para outro mundo, onde a emoção e a
sensibilidade dominavam o mundo. O lugar era aberto a todas as pessoas de todas
as formas e tamanhos, e essa ascensão e a falta de preconceito fazia com que a
exposição fosse cada vez mais procurada por todos os artistas e amantes de arte
daquela cidade.
De
qualquer forma, talvez as pessoas fossem gostar do que ela acabara de pintar. O
quadro era basicamente simples, mais uma das dezenas de pinturas que ela fizera
pensando na reviravolta que sua vida havia dado nos últimos anos. Uma menina,
cabelos loiros compridos e com um vestido em tons escuros que lhe cobria todo o
corpo, fechava os olhos sentidamente enquanto sentia o cheiro de um jasmim.
Muito simples, mas para Danna, muito significativo. A menina, tão concentrada e
tão triste, era Danna, sete anos atrás. Uma criança perdida em seu próprio
mundo de desgraça, encontrando, pela primeira vez, a beleza do mundo. Sentindo-se
extasiada pela aparência e pelo perfume daquela flor que mudaria sua vida. Sem
saber que a partir do momento em que o cheiro do jasmim adentrasse suas narinas
e inundasse seu coração de uma verdadeira esperança, tudo mudaria a partir
dali, para melhor.
Danna
sorriu. Já tinha um nome para o quadro. Fé.
—
Pequena? — seu sorriso conseguiu se ampliar quando ela virou-se para a porta do
ateliê, encontrando o rosto sereno do homem que amava. Hector adentrou o cômodo
com as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans, os olhos presos à nova pintura
de Danna. — Isso é um jasmim?
Ela
sorriu e assentiu com a cabeça, inspirando o máximo de ar que podia para dentro
dos pulmões.
—
Acabei de terminar.
—
Notei, mas adoro você quando está sujinha de tinta — Hector riu, abraçando-a e
deixando um beijo em sua bochecha. — Qual é o nome dele?
Danna
sentiu-se aquecer pelo corpo de Hector, murmurando, roucamente:
—
O que acha de Faith?
Lentamente,
ela sentiu seu corpo se virar e viu seu noivo encará-la com aquela expressão
completamente abismada e entusiasmada. Como quando eles conversaram sobre a
lua, pouco antes de trocarem o primeiro beijo. Danna simplesmente amava essa
expressão fofa de Hector.
—
Você me surpreende cada vez mais, sabia? — perguntou ele retoricamente,
deixando uma risada nervosa sair de sua garganta em seguida. — É... perfeito!
—
Você é um exagerado — disse ela, encostando seu dedo ainda melado de tinta azul
na ponta do nariz dele. Sorriu, encostando seus lábios posteriormente em um
selinho demorado. Hector envolveu a cintura dela com os braços fortes, dizendo
que iria se vingar quando fosse finalmente consertar seu carro e enchesse suas
mãos de graxa.
Foi
exatamente nesse momento que o choro de Anna, alto e fino, preencheu toda a
casa. Danna e Hector se encararam por meio segundo antes de saírem correndo do
ateliê, seguindo as coordenadas do choro da pequena garotinha. Foram para o
jardim que Hector construíra há dois anos e onde ela brincava com Henry (Sophie
e Julia ainda não haviam voltado de seus respectivos trabalhos). Encontraram
Anna sentada no concreto, com os olhos cheios de lágrimas, e Henry ajoelhado ao
seu lado, segurando sua mão, implorando sentidamente para que ela parasse de
chorar. Estava quase à beira do choro também.
—
Caramba! Eu os deixo sozinhos por um segundo e é isso que acontece — Hector
disse, pegando a filha em seu colo e balançando-a da melhor maneira que podia.
— Vamos, princesinha, pare de chorar. O que aconteceu?
—
Tio! — Henry gritou para Hector, puxando sua calça e coçando os olhos embaixo
dos óculos ao mesmo tempo. — Ela caiu no chão, tio! O joelho dela, tio!
Anna
já começara a soluçar.
—
Eu ‘tava... — ela começou a dizer para Hector, com sua voz superembargada pelo
choro. — Eu ‘tava brincando... papai... e aí eu tropecei... tá sangrando,
papai...
Danna
pegou Henry no colo antes que ele também caísse em prantos, enquanto Hector
repetia para Anna parar de chorar e a levava para dentro de casa. Seu joelho
estava com uma porção de arranhõezinhos vermelhos por conta do pouco sangue que
saía, mas isso já era motivo de desespero para a menina. Seu choro apenas se
acalmou quando Hector prometeu que faria pipoca e assistiria Harry Potter com
ela.
Ele
lavou o joelho da filha com água na pia do banheiro e depois levou-a para a
sala, deixando-a sentada no sofá. Henry acompanhara todo o processo, tentando
consolar a pequena Anna sem parar, dizendo que era apenas um arranhão, que ela
era forte, que iria parar de doer, para ela parar de chorar. O pequeno menino
de cinco anos de idade parecia tão angustiado ao ver a dor de Anna que se não
fosse o choro sentido da menina, seria até mesmo cômico.
—
Pronto — Danna disse em tom calmante para a filha que ainda fungava, enquanto
Hector trazia sua maleta de prontos-socorros. Henry as encarava com seus olhos
azuis quase desesperados. — Vou passar o remedinho para sarar, ok?
Anna
fungou novamente.
—
Vai arder! — exclamou ela, voltando a chorar.
—
Não vai — Danna retirou o pote de plástico da maleta, molhando uma gase com o
anti-inflamatório. — Vai fazer o machucado sarar, eu prometo.
Anna
negou veemente com a cabeça, como se não acreditasse na mãe.
—
Vai arder — repetiu ela, coçando os olhos lacrimejantes com as mãozinhas. — Eu sei que vai arder.
—
Não vai arder, princesinha — Hector se pronunciou, sorrindo confiantemente para
a filha. — Isso aí vai te fazer sarar, e esse remédio não arde. Não é verdade,
Henry? O Henry sabe que é verdade.
O
olhar desesperado de Anna se direcionou ao amiguinho, que assentiu com a
cabeça, sem quebrar
o contato visual.
o contato visual.
—
Não vai arder, Anna — disse ele. — Mamãe sempre passa esse remédio em mim e não
arde. Eu prometo que não arde. Para de chorar, por favor...
Anna
engoliu um pouco do choro, fungando, olhando para Henry intensamente.
—
Você promete?
O
garoto assentiu com a cabeça.
—
Prometo de mindinho — ele estendeu sua mãozinha, juntando seu mindinho com o
dela e dando um sorriso nervoso. Coçou os olhos com uma mão e logo depois,
levou-a para a bochecha da amiguinha, secando a lágrima que descia pelo seu
rosto. — Para de chorar...
Danna
levou a gase molhada até o joelho da filha, fazendo-a se encolher, esperando a
dor que não aconteceu. Seus olhos se abriram, mais calmos, sentindo o remédio
gelado fazer o contraste com os arranhões que ainda ardiam levemente. Parou de
chorar, apenas fungando, enquanto Danna terminava de passar o remédio em seu
joelho.
Apenas
Henry estava apreensivo, de pé, em seu cantinho.
—
Posso ajudar, tia? — perguntou ele, chamando a atenção de Danna e apontando para
a gase.
Danna
sorriu e entregou-lhe a gase.
—
Você pode passar isso aqui bem devagarzinho enquanto eu pego o curativo, tá?
—
Tá — ele mordeu o lábio, encarando-a com intensidade, como se tivesse acabado
de receber a tarefa mais importante do mundo. Com muito cuidado, seus dedinhos
curtos seguraram a gase e encostou-a levemente no machucado da prima, devagar.
—
Eu não prometi que não ia arder? — ele olhou pra ela, segurando sua perna com
outra mão.
—
A-aham — respondeu dela, mordendo o lábio e fungando ao mesmo tempo. — De
mindinho.
Henry
continuou a passar o remédio no machucado de Anna até a mãe dela chegar, já com
o esparadrapo e mais uma gase prontos para isolar o machucado. Depois de pouco
protestar com a tia, dizendo que ainda não havia acabado, Danna finalmente
conseguiu fixar o curativo no joelho da filhinha. Seu choro já se acalmara,
sobretudo por que o cheiro de pipoca amanteigada de Hector já preenchia toda a
casa. Após Danna terminar o curativo, Henry se inclinou e deixou um beijo
estalado no joelho da garotinha, sorrindo logo depois.
—
Tia Julia disse que toda vez que a gente se machuca, um beijinho de alguém que
a gente ama ajuda a sarar — explicou-se ele logo depois para Danna, que sorriu,
sem saber o que responder. Beijou a testa do sobrinho e o ajudou a sentar-se no
sofá ao lado da prima, antes de colocar mais um filme da saga Harry Potter no
aparelho de DVD.
Observou
o sobrinho e a filha, juntos, assistindo o filme calmamente até uma hora
depois. Analisou os traços de Henry, sem conseguir deixar de compará-lo cada
vez mais com Luke, seu verdadeiro pai. Céus,
eles se pareciam tanto! Danna havia visto Luke há poucos dias e a
semelhança entre os dois era tremenda, sobretudo em suas pequenas manias e
jeitos. O hábito que Henry tinha de coçar a nuca ou os olhos quando estava
nervoso, ou o sorriso aberto e sincero que também se encontrava nos lábios de
Luke.
Danna
suspirou. Com certeza, muita coisa estava para acontecer. Por mais que Sophie
dissesse que não, um dia a verdade viria à tona — ela sempre vem, Danna sabia
por experiência própria. E quando esse dia chegar, talvez nem Sophie, nem Luke,
nem Henry e nem ninguém esteja suficientemente preparado para suportá-la. Mas,
como Hector costumava dizer, Deus escreve certo por linhas tortas. Ninguém podia
fazer nada, a não ser, esperar.
E forçar Sophie e
Luke a trabalharem juntos, tá, tudo bem. Danna já esperava o surto da irmã quando
chegasse em casa sabendo que Luke era seu chefe. Tudo bem, Danna deveria ter
avisado, mas Sophie viria à Nashville se soubesse? Da maneira que ela vinha
evitando Luke, obviamente não aceitaria. Além disso, Danna ainda defendia seu
argumento. Não se escreve um futuro sem enfrentar um passado, e mais cedo ou
mais tarde, Sophie viria a encontrar Luke de verdade. Querendo ou não, fora
esse o caminho que ela escolhera.
E
agora tinha de segui-lo.
Já
passavam das cinco horas da tarde, e depois de comer pipoca até enjoar, as duas
crianças deixaram-se vencer pelo cansaço e dormiram antes do filme acabar.
Danna decidiu deixá-los dormir — assim era a única maneira das crianças não
darem trabalho. Hayley cuidara deles durante e manhã e quando Danna foi
buscá-los para almoçar, ela já estava exausta. Anna e Henry pareciam sempre ter
uma nova brincadeira, e suas energias nunca acabavam. Ainda bem que
adormeceram.
—
Olá! — Danna escutou a voz da amiga de Sophie ecoar e sorriu para ela, fazendo
um sinal de silêncio. Julia sorriu, desculpando-se em voz baixa e largando sua
bolsa em qualquer lugar. — Sophie já chegou?
Danna
negou com a cabeça.
—
Deve estar para chegar — Danna respondeu, tranquilamente. — Como foi a reunião?
Julia
ficou durante toda a tarde tendo uma reunião com sua equipe de formação do seu
novo site. Desde colunistas até designers e técnicos formados em informática.
—
Foi muito bem — respondeu ela, com um sorriso imbatível pairando no rosto. —
Acho que hoje é o meu dia, sinceramente. A reunião foi ótima e eu consegui uma
equipe incrível que quer muito me apoiar nessa empreitada maluca. O banco
também liberou minha poupança e eu já dei entrada nos papéis do apartamento. Em
breve você e sua família não precisarão mais nos aturar.
Danna
riu alto.
—
Como se eu não gostasse de aturar vocês — deu de ombros, feliz por Julia. Ela
contara para Danna mais cedo que estava investindo todo e qualquer dinheiro que
tinha nesse site, para transformá-lo em algo bom e bem feito. “Se der certo, eu
fico rica. Se não, eu fico pobre. Nas duas opções, eu consigo me virar. Quem
tem medo de investir nunca vai crescer na vida. Você acha que o Bill Gates teve
medo de construir o Windows?”.
De
fato, Julia tinha razão, e Danna sentia que seu jeito maluco de ser conseguiria
fazer com que seu site fosse um sucesso. Já era na Inglaterra, por que não
seria nos Estados Unidos? O investimento era arriscado, mas Julia conseguia
fazer com que ele fosse certo. Oras, se não fosse por isso, não haveria ninguém
apoiando-a.
Nem
tudo é sagacidade. Julia era muito esperta, na realidade, e Danna admirava
muito isso.
Quando
a porta bateu, as duas mulheres olharam para ela, esperando Hector, que havia
saído para comprar algo para o jantar. Mas quem apareceu foi Sophie, o cabelo
levemente embaraçado, o rosto cansado, segurando uma mochila com o que parecia
um esforço tremendo. Seus olhos castanhos, ao contrário de seu corpo, subitamente
pareceram bem vivos e passaram a fulminar Danna intensamente.
—
Você sabia que um dos donos daquela escola é o Luke? — perguntou ela, depois de confirmar que Henry estava
adormecido. Julia mordeu o lábio, impelindo uma risada.
—
Hum — Danna colocou os pés para cima do sofá. — O Luke? Sim, sabia — disse ela tranquilamente,
bocejando em seguida.
Sophie
abriu a boca em pura indignação, encarando Danna, quase discordando de que
aquilo estava acontecendo.
—
Por que não me disse?! — ela aumentou
o tom o máximo que podia, pronunciando cada sílaba da melhor maneira possível.
Caramba! Danna havia perdido o juízo?!
—
Você viria para Nashville se eu dissesse? — Danna encarou-a, despreocupada.
—
Danna, caramba! — ela exclamou outra
vez, bagunçando sua franja, desesperada. — Você não pensa?! O Luke me odeia, droga! Como você acha que eu
fui conseguir trabalhar sendo que o meu
próprio chefe me odeia?! Você se
esqueceu do que aconteceu?
—
Não, não me esqueci — Danna disse, encarando-a. — Mas eu me lembro bem que essa
é uma situação que você causou. Eu queria você aqui, sua mãe queria você
aqui, todo mundo queria você aqui, e
você vai ser a madrinha do meu casamento por que sim — ela deu de ombros
perante a indignação da irmã. — Se esse foi o único jeito de te trazer, que
seja.
Julia
não se aguentou e deixou-se gargalhar, apenas deixando Sophie mais irada com
toda a situação. De repente ela notou que a amiga também sabia e também contribuíra para aquela droga de
situação.
—
Que seja?! — Sophie perguntou, lutando para não falar mais alto. — Danna, por
favor, o Luke está me odiando agora. Ele mal olhou na minha cara e você não
sabe quais são as minhas turmas — ela se sentou, encarando Danna com muita
raiva, uma pitada de cansaço, outra de tristeza. — Eu estou exausta, estou nervosa, estou
estressada, estou mal. Você não podia
ter feito isso! E Julia, droga, eu vou enfiar um murro na sua cara se você não
parar de rir!
Isso
apenas fez com que a risada da amiga se tornasse mais intensa. Sophie suspirou,
passando a mão pelo rosto, lembrando-se penosamente do dia terrível que tivera.
Três
turmas. Duas horas de aula para cada. Em uma delas, as crianças eram muito
pequenas para ler. Na outra,
simplesmente pareciam que não gostavam da aula e ninguém se interessava em
aprender. E a última, a pior de todas, os alunos pareciam ser compostos pelos
piores bagunceiros do mundo inteiro. Sophie mal conseguiu falar, quanto menos
ensinar alguma coisa a eles. Não paravam de rir, e quando ela finalmente os
calou, percebeu que a maioria não sabia tocar nada, mesmo que a turma houvesse sido formada há dois meses.
Foram
as duas horas mais longas da vida de Sophie. Ela tentou começar com o básico,
ensiná-los a importância da harmonia, ritmo e melodia. Mas assim que ela
desenhou a primeira clave de sol no quadro musical, todos começaram a reclamar
e gritar: “isso é muito chato, professora!”.
É
desnecessário dizer que o aproveitamento da aula foi igual à zero. Sua
paciência e paz de espírito também haviam sido reduzidas a esse número.
—
Tá, me desculpe por não ter avisado que o Luke seria o seu chefe — Danna disse,
controlando-se para não rir com Julia.
—
Quer uma notícia boa? — Julia perguntou, acalmando-se. — O apartamento já é
quase nosso, nos mudaremos essa semana. Qual é, Sophie, fica tranquila. Fiquei
sabendo que quem controla aquela escola é o Dan, o Luke só banca. Ele faz umas
outras oitocentas coisas.
Sophie
suspirou.
—
Produtor musical renomeado, compositor, guitarrista de duas bandas,
administrador de metade de uma empresa e diretor de uma escola de música — e isso sem mencionar as mulheres, Sophie
comentou mentalmente. Sentiu seu estômago revirar ao lembrar dos rostos frios
de Luke e Tereza fulminando-a pela manhã. Com certeza, nada a esgotara mais do
que isso. — A assistente pessoal dele fez questão de me explicar.
—
Hum... — Julia franziu o cenho. — Então. Fica tranquila, talvez você nem venha
a vê-lo. E se você conseguiu lidar com três pré-adolescentes apaixonados por
você na Inglaterra, pode lidar com qualquer coisa.
Sophie
suspirou e sentou-se, ainda morrendo de raiva da irmã e da amiga, mas assumindo
para si mesma que Julia tinha razão. Afinal, Sophie passara todo o dia
trabalhando e não vira Luke uma só vez. Talvez ele ficasse ocupado demais para
cuidar do colégio como Dan fazia.
Mesmo
trabalhando para ele, isso não seria nada demais se ela só o encarasse poucas
vezes por semana. O problema mesmo seria uma convivência. Caso isso acontecesse, Sophie sabia que tudo viria à
tona, uma hora. E isso não poderia acontecer.
Para
o bem dela, de Henry, do próprio Luke, e de todo mundo.
[...]
A
mulher naturalmente ruiva abriu uma garrafa de champanhe com a pressão da
garrafa, dando uma gargalhada alta posteriormente. Seus olhos verdes brilhavam
e a maquiagem impecável cobria as sardas em suas bochechas, mas não as covinhas
que se abriram quando ela sorriu. Seus dedos longos, com calinhos nas pontas,
ergueram a taça de espumante.
Era
incrível a forma como mesmo quase um ano depois, ela ainda parecia exatamente
igual.
—
O que estamos brindando? — o rapaz, ao seu lado, ergueu a taça de champanhe que
a amiga havia lhe dado. Seus cabelos acobreados e bagunçados faziam o contraste
com seus olhos azuis, meio dilatados por causa da bebida. Seu corpo esbelto
vestia um suéter claro, que definia perfeitamente seu peito, e uma calça jeans
escura pouco folgada.
A
mulher sorriu.
—
Hum... — ela levou um dos dedos aos lábios. — À tudo, ora! Ao nosso sucesso
profissional! À vida!
Ele
riu novamente, erguendo sua taça e tocando-a na taça da amiga de tantos anos.
—
À essa noite — disse ele, virando todo o líquido da taça na garganta, assim
como ela, e desatando a rir logo depois.
A
garota encheu sua taça de champanhe novamente, sentando-se em um dos bancos que
davam de frente para o balcão da casa dele. Não parou de rir, de um jeito bobo,
como uma criança.
—
Então — recomeçou ele, acalmando-se e olhando-a nos olhos —, a Srta. Curtis
ainda acha que Nashville é uma cidade chata e caipira?
Megan
parou de rir, recostando sua taça no balcão.
—
Ainda mantenho minha percepção sobre o caipira — disse ela. — Mas até que não é
tão chata. E a comida é bem legal.
—
É um dos melhores lugares do mundo para se morar, fala sério — argumentou ele,
o que fez com que Megan negasse com a cabeça, discordando.
—
Nada supera minha Nova Iorque — disse ela, sorrindo. — Sinceramente, não sei
qual é esse teu amor pelo Tennessee, Luke.
Luke
sorriu, dando mais um gole de champanhe.
—
É o meu lar — disse ele, sem retirar o sorriso do rosto.
Já
passava da meia-noite e Luke teria problemas para acordar na manhã seguinte,
mas não ligava. Estar com Megan e Trevor, que já estava dormindo, era
provavelmente a melhor coisa que lhe acontecera naquele dia. Melissa não se
juntara a eles por que estava cuidando dos preparativos para seu casamento com
o ex-produtor da Feeling of Feeling, mas Luke já se sentia feliz por rever os
dois amigos. Sobretudo Megan, que estava sempre com seu alto astral inabalável
e parecia mais radiante do que nunca. Luke se deu conta do quanto sentiu sua
falta.
A
verdade é que a visita dela e de Trevor veio na melhor hora possível. A simples
presença de Sophie Farro em sua vida já havia virado sua mente de cabeça para
baixo. Tudo que ele precisava era espairecer, e a melhor maneira de fazê-lo é
com os amigos, afinal.
Amigos
esses que não contratam sua ex-namorada como professora de piano.
—
O que aconteceu? — Luke saiu de seus devaneios quando escutou a voz grave de
Megan. Levantou os olhos enquanto ela continuava: — Você tá estranho.
—
Tô? — Luke ergueu as sobrancelhas, sorrindo e negando com a cabeça. — Acho que
deveria cortar meu cabelo, então.
Megan
riu.
—
Não é isso — disse ela, empurrando seu ombro. — Seu cabelo será sempre
esquisito. A questão é que... sei lá, você está estranho por que está pensando
demais. Ficou meio aéreo a noite toda. E, além disso, parece meio abalado.
Luke
encarou a amiga, com o meio sorriso ainda pairando no rosto.
—
Impressão sua — disse ele com um tom de conclusão. — Apenas estava meio
preocupado por que preciso entregar uma música no domingo para um produtor, mas
ando meio sem inspiração.
Megan
desviou seu olhar do de Luke, retirando a taça de champanhe do balcão e olhando
as bolhinhas de gás viajarem até o fim do copo e estourarem ao entrar em
contato com o oxigênio. Aliviou seu sorriso, sabendo de repente o porquê de
Luke estar tão esquisito a noite toda.
—
Você sem inspiração para compor? —
ela deu uma risada, sem encará-lo. — É ela,
não é?
Luke
cortou o gole de champanhe no meio, tossindo momentaneamente por pura surpresa.
Seu sangue gelou repentinamente.
—
Adoro o modo como você nunca sabe mentir — Megan riu, olhando para ele com algo
que só poderia ser interpretado como alegria. — Você está balançado por que a
viu. E recentemente, não é mesmo?
Luke
encarou Megan sem saber o que dizer ou o quê fazer. Sua tosse se cessou e ele
pousou a taça no balcão.
—
Responda, Luke! — insistiu ela, com um sorriso divertido no rosto. — Há quanto
tempo você não me conhece, hein? Pare de agir como se eu não soubesse quem você
é.
—
Não estou agindo assim! — disse ele em contrapartida. Megan revirou os olhos. —
Pare de falar como se ela fosse
importante para mim, ok?
—
Mas Luke, se você insiste tanto em negar que ela é, talvez ela simplesmente
seja! — ela exclamou, levantando a voz assim como ele. Irritada por ele não
olhar em seus olhos, segurou seu queixo com força, fazendo-o encará-la por bem
ou por mal. Luke bufou. Detestava quando Megan fazia aquilo. — Não haja como se ela não fosse
importante para você, por que só para começar, se ela não fosse, você teria me
dito sobre ela. Mas eu não sei nada sobre
ela, Luke, nada que eu própria não deduzi. Então larga de ser idiota e para de
mentir pra si mesmo!
Luke
retirou a mão de Megan de seu rosto, afastando-se. Como suas conversas com Megan conseguiam passar de uma bebida entre amigos
para uma discussão amorosa tão rapidamente? Deixou-se suspirar enquanto a
garota bufava, mais uma vez, sentindo-se falha em relação à dor do amigo. Não
era de hoje que Luke aderia àquela expressão sofrida e suspirava daquela forma,
como se dissesse que queria ficar sozinho e que não iria revelar nada. Megan
perdeu a conta das noites que discutira com ele pelo mesmo motivo. Essa
necessidade que ele tinha de se fechar, mesmo para ela, que era sua melhor
amiga. Megan tentou fazer com que isso acabasse inúmeras vezes, mas Luke...
parecia não querer se abrir. Para mais nada. Quanto menos para o sentimento que
ela nutria por ele.
—
O nome dela é Sophie — ele começou a dizer de repente, pegando-a de surpresa.
Megan levantou os olhos, vendo Luke segurar sua taça com as duas mãos. — Eu a
amava desde criança, e nós ficamos inicialmente separados por quatro anos por
que ela foi para a Inglaterra. Quando ela voltou, milhares de coisas
aconteceram, eu me apaixonei novamente, ela namorou outro cara, eu namorei
outra garota, até o dia em que nós ficamos juntos. Nós nos amávamos demais.
Planejávamos nosso futuro juntos. Ela era uma das pessoas mais importantes para
mim e eu sempre deixei isso muito claro. Mas aí... enquanto eu fui para Nova
Iorque para estudar, ela decidiu ir para a Inglaterra de novo para seguir o futuro dela. Então ela
engravidou de um cara que ela nem conhecia meio ano depois. E eu descobri que
tudo o que nós tínhamos e que era tão maravilhoso, era mentira. — Luke
disparou, sem retirar os olhos de sua taça, e Megan pôde notar que sua
respiração ficara mais pesada. Ficou imóvel, pasma, sem saber o que pensar.
Luke voltou a falar: — Ficamos seis anos sem nos ver, até semana passada,
quando eu a vi por acaso perto da casa do meu pai. E hoje descobri que a professora
de piano que Dan contratou é ela. Sophie. Aquela que eu amei, mas que me fez
sofrer, e que hoje deve ser provavelmente a pessoa que eu mais guardo rancor no
mundo.
Megan
ergueu as sobrancelhas, completamente surpresa, sem acreditar que toda aquela
história que ela sempre quisera escutar estava sendo contada ali, naquela hora,
daquela forma. Então era isso. Todas
as músicas acusatórias. Todas as noites mal dormidas. Todos os beijos frios.
Tudo agora parecia claro como a água. Por isso Luke era da maneira que era,
chato, mal humorado, fechado, meio perturbado, na maior parte das vezes. Uma
garota o havia deixado e isso o havia
machucado.
Ela
suspirou e segurou a mão do amigo, apertando-a. Luke havia tomado todo o
champanhe da taça e devia estar chateado pelo efeito do álcool ser tão baixo.
—
Você ainda a ama — murmurou ela, muito baixo, sem saber o porquê de aquelas
palavras terem saído de sua boca. Tinha pelo menos um milhão de frases para
dizer para ele agora, mas a sua franqueza forçou-a a dizer a única coisa que
ela sabia que era verdade.
Mas
isso só fez Luke dar uma risada debochada.
—
Por favor, Megan! — exclamou ele. — Você não ouviu? Eu fiz de tudo para ela, e
ela simplesmente foi embora e engravidou de outro cara! Não era real! — ela o
viu bagunçando os cabelos com mais força, quase irritado.
—
Se não fosse real, não doeria! Foi real pra você! — disse ela, fechando o cenho
e forçando-o a encará-la novamente. — Pare de mentir pra você mesmo, e talvez
um dia você supere.
Luke
bufou, revirando os olhos, desistindo de discutir com Megan. Quando ela enfiava
uma coisa na cabeça, mesmo que não tivesse o menor cabimento, ela defendia seu
ver até o fim.
—
Eu não a amo mais — disse ele, apenas. — Não a amo, Megan.
Ela
suspirou, sem soltar sua mão, e abaixou os olhos. Lentamente, quase
sussurrando, ela disse:
—
Eu estou noiva, Luke.
O
rapaz não acreditou em seus ouvidos. De repente, pareceu que o mundo havia
desabado e sua visão falhara terrivelmente.
—
O quê?! — Luke levantou seus olhos, encontrando o rosto oval de Megan, mordendo
o lábio.
—
Eu conheci um cara há quatro meses atrás — ela começou, sem evitar o olhar
confuso dele. Deixou um pequeno sorriso abobalhado surgir em seu rosto. —
Colin. Ele é tão incrível. E mesmo sabendo que está tão cedo, eu não consegui
dizer não quando ele pediu minha mão. Por que eu o amo, Luke. — As mãos de
Megan começaram a tremer e ela coçou um dos olhos, acabando com qualquer
vestígio de lágrima que quisesse descer. — E eu não pensava que isso poderia
ser possível há dois anos, sabe? Eu era tão... apaixonada por você naquela época. Eu te amava tanto, Luke. Tanto.
De tantas formas. Até os seus defeitos irritantes... Mas você não me amava,
você não estava apaixonado por mim, você estava sempre tão fechado com a sua
guitarra e as suas letras cheias de amargura, e... — Megan deu um sorriso sem
humor, respirando fundo. — Eu te beijava e você me olhava como se visse outra
pessoa no meu lugar. Isso doía, sabe.
Mas eu sempre soube, desde o momento em que te conheci, que me apaixonaria por
você. Eu... quis. E te amei. E me machuquei. — Megan segurou as mãos de Luke
novamente, olhando em seus olhos atordoados. — Mas sua amizade foi muito maior
do que a dor que eu senti, e pra dizer a verdade, ainda sinto. Uma das coisas
que aprendi na vida, Luke, é que mentir pra mim mesma não vai ajudar em nada. Eu
ainda te amo... só que amo o Colin mais — Megan limpou uma lágrima fujona que
descera pela maçã de seu rosto, dando uma risada quase verdadeira logo depois.
Apertou as mãos de Luke. — Arrastei o Trevor para cá por que não aguentaria te
contar sobre isso pelo telefone. Precisava te contar pessoalmente, precisava te
explicar olhando nos teus olhos, mesmo que para isso eu precisasse beber umas —
ela sorriu.
Luke
abriu a boca e a fechou novamente, sem retirar os olhos da amiga, sem saber o
que fazer ou o que dizer ou o que sentir. Megan... iria se casar? Megan iria se casar! Iria se casar com outro cara
que...
Que não seria ele.
Luke
sentiu seu estômago revirar, feliz e triste ao mesmo tempo em relação ao
noivado de Megan. No fundo, lá no fundo, ele ainda mantinha uma pontinha de
esperança para os dois. Megan fora a garota que mais mexera com ele desde as
épocas da faculdade.
Mas
agora ela estava se casando.
—
Eu... — ele tentou dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas as palavras não
saíam de sua boca. Não havia como verbalizar seus sentimentos, seus
pensamentos, sua confusão pessoal. Megan
o amara. Não, Luke não amava Megan, ele tinha certeza disso. Gostava dela,
gostava muito dela. Ela era sua melhor
amiga, e...
Meu
Deus.
—
Eu não conheço essa Sophie — ele assimilou a frase da amiga lentamente,
sentindo-se confuso e desesperado ao mesmo tempo. — Mas a melhor forma de
esquecê-la é assumindo para si mesmo que você ainda não a esqueceu, por
experiência própria. Eu já te falei uma vez, e falo novamente... não desista de procurar. Não desista de
procurar o que você quer, Luke. Se não fizer isso por você... faça por mim.
[...]
Sophie
adentrou a sala confiante, sem se deixar abalar pelos gritos e pela conversa
paralela. Suas últimas turmas, em seu segundo dia de trabalho, já estavam
contidas em um avanço. Para as crianças pequenas, aulas simples e meramente
práticas. Para os desinteressados, aulas contemporâneas e músicas atuais,
focalizando mais na prática do que na teoria.
Para
os bagunceiros...
Bem,
Sophie passara a noite inteira planejando uma aula em que conseguisse um
número, mesmo que pequeno, de aproveitamento. Ora, mesmo que Luke fosse o
diretor da escola, Sophie era uma professora de piano! Havia sido contratada
por Dan para ensinar piano.
E
se ela fosse ensinar, os alunos iriam aprender. De um jeito ou de outro.
—
Turma! — gritou ela, parando em frente à sua mesa. Ao seu lado, o único piano
sem calda da sala, direcionado ao professor. Cada um dos doze alunos — que
faziam o barulho de cinquenta — continha um teclado simples, um tripé e um
pedestal à sua frente, além de um recipiente para escreverem. Felizmente os
teclados só eram ligados à ordem do professor, ou então, ela jamais conseguiria
domar aquelas ferinhas. Passara a noite analisando a ficha de cada aluno e
descobriu que a média de idade era treze, quando
a puberdade realmente acontece. Por isso eles davam tanto trabalho. Como
sua antiga turma do oitavo ano. — Pessoal!
Eles
não pararam de conversar. Sophie ainda chamou a atenção da turma por mais duas
vezes, sendo completamente ignorada. Um grupinho de meninas impecavelmente
maquiadas conversava gritando em um canto, outros simplesmente conversavam
paralelamente, outro grupo de garotos discutia sobre algo que parecia beisebol
ou videogames.
Certo, nada de
entrar em pânico. Sophie
respirou fundo, contou até dez, e sentou-se ao seu piano. Com um sorriso quase
calmo no rosto, martelou as dez teclas mais graves de uma vez, com força,
produzindo um som alto que fez os alunos pularem de susto. Mesmo com seus
ouvidos ressoando, ela sorriu ao ver todos os alunos quietinhos.
—
Caladinhos, é isso o que eu quero — murmurou ela, levantando-se da cadeira que
dava ao seu piano e sorrindo para os alunos que a encaravam atônitos. — Boa
tarde, galera! Como vocês sabem, eu sou a nova professora de piano, Sophie
Farro. Me desculpem pelo susto. — Ela sorriu novamente, enquanto alguns alunos
reviravam os olhos ou simplesmente bocejavam por puro tédio. Já tinha lidado
com isso na turma passada. — Bom... eu estava pensando, que ao invés de nós
darmos continuidade à aula passada... que tal fazermos uma brincadeira?
—
Brincadeira? — o garoto, com um boné muito maior do que sua cabeça e que se
sentava na primeira fileira de teclados, perguntou.
—
Yep — Sophie concordou, sentando-se
em sua mesa. — Uma dinâmica, para que eu conheça vocês e vocês me conheçam. Por
que, sei lá, eu acho que já foi o tempo em que para se dar uma aula, o aluno
tinha que ser completamente submisso ao professor. Eu sou a professora de
vocês, mas acima disso, quero que vocês me vejam como uma amiga que vai
ensiná-los a tocar esse instrumento tão legal. — O sorriso simpático não sumira
de seu rosto, e ela se contentou ao ver que todos os doze alunos a encaravam
perplexos e calados. Ótimo. — Até
mesmo por que eu já fui jovenzinha que nem vocês. Ora, eu ainda sou! Eu só tenho vinte e três anos,
apenas dez a mais do que muitos de vocês.
—
A Sra. é da idade do meu irmão — uma das garotinhas maquiadas disse, fazendo-a
sorrir.
—
Pelo amor de Deus, não me chame de Sra. ou Srta. — ela levantou as mãos,
provocando algumas risadas nos alunos. — Gente! Eu acabei de dizer que sou
jovem também, não? Eu ainda tenho uma mentalidade de criança, é sério. Passo o
dia brincando de esconder com o meu filho, se me deixarem.
Novamente,
algumas risadinhas. Isso.
—
A Srta... você... tem um filho? — a mesma garotinha perguntou, erguendo as
sobrancelhas e abrindo a boca em surpresa.
—
Tenho — Sophie sorriu para ela. — Ele tem só cinco aninhos, mas é a coisa mais
linda do mundo, vocês precisam ver.
—
Mas... se você tem vinte e três, e o seu filho cinco... então você engravidou
com... dezessete? — perguntou outra menina do mesmo grupinho. Ainda sorrindo,
Sophie assentiu com a cabeça.
—
Por isso é tão importante usar preservativo, principalmente para vocês que
estão entrando na adolescência agora — disse ela, calmamente, como se não
estivesse entrando em um assunto que fosse considerado um tabu. Mas Sophie já
trabalhara com essa espécie de adolescentes antes e sabia muito bem o que se
passava na cabeça da maioria deles. — Enfim, que tal fazermos nossa
brincadeira?
As
expressões dos alunos já estavam calmas e até divertidas. Parecia realmente que
eles não queriam mais conversar, gritar, ou fazer bagunça. E o aluno
engraçadinho que Sophie esperava que houvesse nem aparecera!
Quem
diria que seria tão fácil.
—
Beleza — disse ela, sorrindo. — Vamos de fileira por fileira. O primeiro vai
dizer o nome, o signo, a idade, o que ama e o que não ama, e aí vai dizer qual
é a música que ele mais quer aprender a tocar no piano. Então, nossa meta vai
ser conseguir com que cada um toque sua respectiva música até o fim do
semestre. Tudo bem? — ela recebeu alguns “sim” como resposta. — Certo, eu começo,
e depois o primeiro da fila à esquerda, você — ela apontou para a garota. — Eu
me chamo Sophie Farro, sou de virgem, tenho vinte e três anos. Eu amo minha
família, meus amigos, minha música e meu filho com tudo o que eu sou. Eu não
amo musica country, olhares tortos, pessoas falsas e falta de dinheiro. E...
bem, eu já sei tocar a música que queria, mas com certeza a minha música
favorita no piano é a We Are Broken, de uma banda bem antiga e pouco conhecida
— ela finalizou, fazendo os alunos darem outra risada. — Certo, agora é com
você.
A
garota da primeira fila, com cabelos curtos e negros, deu um sorriso tímido.
—
Meu nome é Janet, eu tenho 13 anos, e meu signo é libra. Eu amo animais, all
star, meus irmãos e meus pais, meus amigos, música, chocolate, internet e
chuva. Eu não amo calor e nem praias, futilidade, salto alto, brócolis e outros
vegetais, e o Nicholas — Janet revirou os olhos, fazendo o garoto que estava
atrás dela bufar e xingá-la de irritante. Sophie pediu silêncio e ameaçou
acabar com a brincadeira se a conversa paralela não cessasse. Pediu para Janet
dizer sua música. — Meu sonho é tocar When I Look At You, da Miley.
—
Urgh — o garoto que Sophie julgava ser Nicholas resmungou, fingindo que estava
vomitando. Os garotos, seus amigos, começaram a rir e Sophie revirou os olhos.
—
Garotos, pela última vez — ela os encarou. — Eu estou tentando levar uma aula
tranquila, mas se vocês continuarem com as gracinhas, nós podemos voltar a
copiar no quadro branco. Tudo bem pra vocês?
—
Não, calma, professora — um dos meninos levantou as mãos. — Pode continuar a
aula, eu não fiz nada.
E
lá estava o aluno engraçadinho. Bem que estava demorando.
—
Certo, Janet — Sophie tentou sorrir. — Vamos lá, Nicholas, você é o próximo.
Nicholas,
que parecia grande demais para ter treze anos, ajeitou o boné na cabeça.
Sinceramente, Luke e Dan podiam aderir àquela regra sobre nada de chapéus na
escola de música.
—
Eu sou o NJ, pra começar. Tenho treze anos e sou de escorpião. Eu amo carros,
garotas e hiphop. Odeio shoppings, música clássica e essa guria chata aí — ele
apontou para Janet, que revirou os olhos.
Sophie
torceu os lábios, vendo que aquele garoto iria ser um grande problema dentro da
sala.
—
E quanto à sua música? — perguntou ela, notando que o garoto não concluíra.
—
Não gosto de piano. Estou aqui por que minha mãe me obriga — disse ele, largado
em sua carteira, tranquilamente.
Definitivamente ele
seria um grande problema dentro daquela sala.
Os
outros três garotos amigos de Nicholas — ou NJ, como ele gosta de ser chamado
—, eram praticamente cópias dele. Matt, Kellan e Mitchel, com bonés enormes e
procurando ser o máximo. Sophie percebeu que apenas eles, na verdade, eram
realmente bagunceiros e estragavam a turma. Teria de separá-los para conseguir
um pouco de paz.
As
três meninas que se vestiam e se maquiavam como adultas, Britany, Lila e
Madison, realmente queriam aprender a tocar piano, mas Sophie teria um pequeno
problema com elas, por que elas queriam tudo agora. O aprendizado de um instrumento é algo que exige paciência e
dedicação, e esses dois fatores nenhuma delas parecia ter.
Por
fim, existiam os alunos que Sophie considerava destaques. Paul e Riley, que
queriam aprender a tocar música gospel para entrarem na banda da igreja; Kayla,
que já tocava alguma coisinha, apesar de ser a mais nova da turma; Janet, que
parecia ser extremamente inteligente e sua amiga, Nathalie, que compartilhava
de quase todos os ideais de Janet e queria aprender a tocar algumas músicas pop
que gostava.
Ao
fim das apresentações, Sophie já tinha um método de aprendizado para cada um
dos alunos, e já tinha separado os que queriam aprender dos que não queriam
nada. Falaria com Dan ou Luke posteriormente para fragmentar a trupe de
Nicholas, de modo que eles ficassem inibidos demais para fazer suas palhaçadas.
Sophie acreditava na capacidade de cada um dos meninos, mas eles jamais
aprenderiam nada se continuassem juntos, um sobre a má influência do outro.
Isso é algo que ela tinha que mudar para ensiná-los a tocar piano.
A
dinâmica durou trinta minutos e deixou parte dos alunos animados. Sophie
tentou, então, fazê-los tocar a primeira música, com a primeira partitura.
Pouco ligava se Luke reclamaria por ela não estar seguindo o conteúdo
programático, ora, a outra professora que o fez não ensinou nada aos alunos!
Sophie faria do seu jeito e os ensinaria a tocar, por que era por isso que eles
estavam ali.
O
mais difícil foi ensiná-los a distinguir as figuras musicais — mas ela
conseguiu, fazendo uma analogia a chicletes, como fez com os alunos pequenos. Além
disso, ainda conseguiu trabalhar compasso, fazendo-os entender os quatro tempos
musicais com palmas e músicas inventadas na hora.
A
aula foi barulhenta, bem do jeito que eles gostavam, e mais voltada para a
teoria do que para a prática. Mas ainda assim, foi divertida, e Sophie tinha a
impressão de que eles captaram alguma coisa. Aprenderam o básico. E podiam
aprender mais.
Faltavam
vinte minutos para o fim da aula quando Sophie os fez copiar um exercício de
fixação no quadro branco que não era musical, e depois de duas batidas, a porta
de sua sala foi entreaberta. O rosto de Luke se deu forma, fazendo seu coração
pular. Mas seu rosto continuava frio e rancoroso como sempre.
(PlayNOW: I don't love you - My Chemical Romance)
—
Srta. Farro — disse ele, evidentemente solicitando a sua presença fora da sala,
mas com uma ponta de surpresa na voz ao ver a pior turma de todas... quieta enquanto copiava um exercício.
Sophie
bufou e assentiu levemente com a cabeça.
—
Fiquem quietos enquanto eu sair, ok? Eu volto já — disse ela aos alunos, que
continuaram concentrados em copiar o que ela havia escrito. Saiu da sala e
fechou a porta atrás dela, obedecendo à ordem de Luke para segui-lo. Foi até a
sua sala, no último andar, onde ele se sentou e disse-a para se sentar também.
—
Aqui está a sua lista de chamada — disse ele, entregando a ela uma pasta. —
Desculpe a demora, houve alguns problemas relativos a algumas matrículas.
—
Tudo bem — disse ela, formal demais. — Escrevi o nome dos alunos presentes em
um papel, depois passarei para cá.
—
Ótimo — disse ele. — Como vão as aulas?
Sophie
deu um meio sorriso, sabendo que ele se referia ao bom comportamento da turma.
—
Boas — disse ela. — São alunos muito complicados, mas cada aluno tem um método
de aprendizagem. Só precisei distingui-los. — Luke não olhou para ela,
concentrado demais em seus papéis, e apenas ergueu uma sobrancelha. Sophie
respirou fundo. — Apenas quero separar Nicholas, Mitchell, Matthew e Kellan.
Eles são aquela espécie de alunos que são terríveis, desde que estejam juntos.
Em turmas diferentes eu poderia lidar com cada um deles, separadamente.
Luke
negou com a cabeça.
—
Não posso retirar um aluno de uma sala e colocá-lo em outra — disse ele, ainda
sem olhá-la. — Não no meio do bimestre.
Sophie
sorriu sem vontade.
—
Sim, Luke, você pode — ela disse, tentando manter a calma. — Você é o diretor e tem autonomia para isso. Além
do mais, as turmas às quais eles serão inseridos também são minha
responsabilidade.
—
Um aluno bagunceiro será bagunceiro em qualquer turma.
—
Não se eu puder evitar — Sophie já estava sentindo seu sangue esquentar. Detestava esse jeito frio de Luke,
sobretudo quando ele dava um sorriso debochado como fizera agora.
—
Não vou mudar ninguém de sala — disse ele, por fim, ainda com o sorriso
debochado no rosto. — Pelo que vi, você é completamente
capaz de controlar a turma da maneira que está, não, Srta. Farro?
—
Pare de me chamar assim! — exclamou ela, exaltada. Respirou fundo, fechando os
olhos por um segundo, tentando controlar a si mesma. — Pare de agir assim! Você
não é assim!
Luke
deu um sorriso debochado novamente.
—
E quem é a Srta. para dizer quem eu sou ou deixei de ser? — finalmente, seus
olhos se levantaram para encontrar os dela, frios, doídos.
Sentindo
seu coração ser estraçalhado, Sophie murmurou:
—
Eu sou a mulher que um dia você disse que amava.
Well, when you go... So never think I'll make you try
to stay. And maybe when you get back, I'll be off to find another way.
(Bom,
quando você partir... Não pense que vou tentar fazê-la ficar. E talvez quando
você voltar, eu terei saído para encontrar outro caminho.)
And after all this time that you still owe, you're
still the good-for-nothing and I don't know. So take your gloves and get out.
Better get out. While
you can.
(Afinal,
depois de todo esse tempo que me tomou, você ainda é essa inútil que eu nem
conheço. Então pegue suas luvas e vá embora.
É
melhor ir embora. Enquanto você pode.)
Luke riu, bagunçando seu cabelo com as
mãos, e novamente direcionou seu olhar a ela.
—
Tem razão — disse ele, sem retirar o sorriso do rosto. — Amava. Até o momento em que você
decidiu ir embora e, posteriormente, resolveu aparecer na minha empresa.
Sophie
suspirou.
—
Eu jamais teria vindo trabalhar aqui
se soubesse que você trabalhava aqui também — disse ela, olhando no fundo de
seus olhos. — Mesmo se não fosse meu chefe! Podia... sei lá, fazer faxina aqui,
eu jamais viria. Por que eu sei que isso não te faria bem.
—
Ah, por favor! — Luke riu outra vez. — Pare de agir como se você se importasse
com o meu bem estar! Se você realmente se importasse, teria ao menos ligado
antes de pegar suas coisas e se mudar! Ou teria sequer pensado antes de engravidar de outro cara qualquer!
Sophie sentiu sua garganta se fechar,
mediante todas aquelas acusações e palavras que tanto doíam nela. Não, não era
a primeira vez que ela escutava-as, e Sophie sabia que um dia, elas seriam
proferidas pela boca de Luke. Mesmo assim... doía tanto. Ela queria gritar para ele que ele estava errado e que
não houvera um só dia que ela não pensara em tudo o que havia feito. Que, na
verdade, ela nunca conseguira dormir
com nenhum outro homem a não ser ele próprio. E que tudo nela que não era amor
por Henry, era remorso, culpa, por fazê-lo se sentir daquele jeito.
Mas Luke não sabia. Nem nunca saberia,
se continuasse mergulhado em seu ódio, seu rancor, sua própria dor. Nunca
entenderia se continuasse a julgar Sophie por tudo.
Não entenderia por que ele não a amava
mais.
When you go… Would you even turn to say: “I don't love
you, like I did yesterday”.
(Quando
você partir... Você sequer olharia para trás para me dizer: “Eu não te amo,
como amava ontem".)
Sometimes I cry so hard from pleading, so sick and
tired of all the needless beating. But, baby, when they knock you.
Down and out. It's where you oughta stay.
(Às
vezes eu choro tanto por implorar, tão doente e cansado dessa violência
desnecessária. Mas, meu amor, quando te derrubarem.
No
chão e te jogarem pra fora. É lá que você deve ficar.)
—
Olha, Luke — Sophie recomeçou, segurando-se ao máximo para não desabar, olhando
em seus olhos azuis e rancorosos. — Se você quer me odiar, tudo bem. Me odeie.
Você tem todo o direito de me detestar por tudo o que eu fiz. Mas... não deixe
de ser quem você é — disse ela, continuando a encará-lo. — Pare de agir como
esse cara idiota, frio e fechado, por que esse não é você. Esse não é o Luke
que eu conheci e amei durante tanto tempo.
Luke
a encarou de volta, deixando seu lábio se curvar em um sorriso debochado, frio,
e quase imperceptível.
—
Você matou esse Luke — disse ele,
quase cuspindo. — Ele morreu. Não existe mais. Essa pessoa, fria, idiota, fechada, é quem eu sou
agora. Gostando você ou não.
Sophie
respirou fundo, lutando com todas as forças contra as lágrimas que queriam
sair. Não chore. Não na frente dele.
—
Ele não morreu — murmurou ela muito baixo. — Em algum lugar, inibido por esse
teu ódio e esse teu rancor, o verdadeiro Luke está guardado. Então... — ela
mordeu o lábio inferior, sentindo a garganta se fechar mais veementemente, os
olhos arderem, as lágrimas quererem descer. — Não o deixe morrer. Por que quem está matando esse Luke não sou eu. É
você.
Sem
conseguir mais falar nada, Sophie se levantou, com as pastas em mãos, e saiu
porta afora, deixando as lágrimas descerem pelo seu rosto.
When you go… Would you have the guts to say: “I don't
love you, like I loved you, yesterday”.
I don’t love you like I loved you yesterday…
I don’t love you, like I loved you yesterday.
(Quando você
partir... Você deveria ter coragem para dizer: “Eu não te amo, como te amei,
ontem"
Eu não te amo como
te amei ontem.
Eu não te amo, como
eu te amei, ontem.)
Notas Finais
OLÁ, BEBÊS! AAÓKASPAOKSASWell, well, well... como vão vocês, amores? OKSPASK Eu to bem, tranks. Na verdade não tão bem por que acabei de queimar minha mão. NÃO SEI POR QUE AINDA INSISTEM QUE EU TENHO QUE FAZER COMIDA NESSA CASA, UM DIA EU IREI MORRER-ME NISTO. mimimimi tá doendoooooCara, tá doendo mesmo ._.Enfim... VEJAM SÓ, A SARAH POR AQUI ANTES DO TEMPO PROMETIDO! OH, AINDA É DIA 6! E EU DISSE DIA 7! YEEEEEEES! A~PSOKALSÃPOSLKA~PLKASMas deixem-me explicar o que aconteceu.Tipo, como vocês sabem, amanhã é dia de eleições (isso se você mora no Brasil. Tem visitantes deste blog, tipo, da Russia. Então... BEM, SE VOCÊ NÃO MORA NO BRASIL, DEVE SABER FALAR PORTUGUES, E SE SABE FALAR PORTUGUES, DEVE SABER QUE O BRASIL É UM PAÍS REPUBLICANO DEMOCRÁTICO. Portanto, estamos elegendo representantes para as nossas cidades), e a minha escola é um ponto de voto.THIS MEANS: ESCOLA FECHADA NA SEGUNDA E NA SEXTA FEIRA PARA A INSTALAÇÃO E DESINSTALAÇÃO DE URNAS ELETRÔNICAS!!!~PASKÃPSKÕPASÕPSKS~PAOSLKA~SOLKASEntão, eu tive aula ontem, mas adiantei o chap um bocado durante a semana, e terminei hoje :3E amanhã irei começar outro e terminar na segunda, e aí, postar :3ISSO MESMO! DOIS CAPÍTULOS EM TRÊS DIAS! VOCÊS NÃO QUEREM DANÇAR? PASLAS´LAPOALKSTá, tudo bem.Eu sei que não respondi parte dos comentários passados, E EU ME DESCULPO POR ISSO, mas irei responder. É que tô passando todo o meu tempo livre escrevendo. NÃO VEREI NEM AHS E NEM TVD QUANDO ESTREAREM EM OUTUBRO )))))):pera, já estamos em outubro. OH.Minha queimadura tá latejando.Mas enfim.EU TENHO QUE DIZER QUE FIQUEI BOQUEABERTA COM OS COMENTÁRIOS PASSADOS. EXISTEM PESSOAS, NÉ, QUE TIPO, DÃO APENAS TIROS CERTEIROS. ôSLA~PAS~POASLK~PASÃSLKVejo também que vocês estão ansiosinhos demais para Henry encontrar Luke, e Nate agarrar Julia, e tá....Digo uma coisa: cada capítulo postado é um capítulo a menos para o que vocês tanto querem.BEM BEM BEM, vamos falar sobre esse chap. O QUE ACHARAM? Eu até que gostei, tipo, nhw. QUERO ME CASAR COMIGO MESMA PELA CENA DE HENRY E ANNA E HECTOR E DANNA E E E E S2S2S2S2S2 Me esqueci do quanto gostava da Danna, pfv, ela é tão minha. E ESSE HENRY S2 tão meu tb.<3E.... a sala de aula problemática de Soph. ~ÇPASLÃÇPSLK~SOPL VEJAM Q ELA É A BEST TEACHER EVER. nhw.E Luke.E Gerard Way.E Sophie.FEEEEELLLLLLLLLLLLLLLLLLIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNNNGGGGGGGSSSSSSSSSS!Na cara de vocês.ENFIM, ainda estou muito feliz com as visualizações que são coisas escabrosas, na boa, não entendo como sobem tanto. PEÇO, ENTRETANTO, ENCARECIDAMENTE, para que você deixe um comentáriozinho para a autora. Ela deixa de estudar e passa oito horas da vida dela escrevendo um capítulo (quando ele é pequeno). Não custa nada, hã? :3É ISSO, AMORES. ATÉ SEGUNDA! APSLÃLA~POKAS E.....Aguardem notícias na segunda. Pretendo dar muitos presentes pra vocês quando a OAV2 fizer aniversário, dia 15. ^^BEIJOSHUAS ;* <3
Giovanna aqui.
ResponderExcluirWHEEEEEN YOU GO WOULD YOU HAVE THE GUTS TO SAY "I DON'T LOVE YOU, LIKE I DID, YESTERDAAAAAAAAAY"
~Aplaude a Sarinha~
A autora da melhor fic de Paramore. Que inclui o P!ATD. Onde ela ainda usa Avenged e MCR nos caps. Coisa mais perfeita que a OAV não existe mesmo...
Gente... Estou apaixonada pelo Henry e pela Anna. Me dá eles? *---*
E Soph e Luke.... Kakdjdksoaosjd Esses dois me matam de rir. Sério.
Eu rindo aqui E todos me olhando com a maior cara de WTF?. Kkkkkkkkkkk Essas pessoas não me conhecem...
Eu surtir quando vi o nome do cap. a musica dele... E em todas às cenas fofomeigas que só você consegue. <3
Bom... até mais tarde então. ^^