23 de set. de 2012

Capítulo 47

How many surprises for just one day!



6 anos depois

Pov. Hayley

Olhei o calendário pela milésima vez naquela manhã.
Já era pra ter chegado, droga.
Com uma caneta vermelha marquei mais um dia. Já era o décimo dia de atraso e eu... estava começando a me preocupar, pra ser sincera.
Suspirei e me olhei no espelho. Sorri.
A maquiagem um pouco mais forte nos olhos contrastava com meus cabelos recentemente pintados de vermelho. A aventura de deixá-lo loiro não deu muiro certo.
Dei uma última ajustada no meu vestido e calcei o salto não muito alto que estava no canto do banheiro. Uma última olhada no espelho e saí, tentando inibir a minha preocupação de poder estar grávida para Jason. Ele, mais do que qualquer pessoa, não podia saber que eu não queria uma criança agora.
— Bom dia. — Eu disse chegando a cozinha. Ele preparava algo cheiroso no fogão.
— Bom dia, sweet. — Ele respondeu, dando-me um selinho demorado. Passou uma mão pela minha barriga. — E como vai nossa criança? — Ele perguntou com aquele brilho nos olhos.
— Jas... — Eu disse, suspirando. — ...por favor, não alimente esperanças. Isso já aconteceu antes. As regras atrasam um pouco, você fica feliz, a menstruação chega e você se entristece. Olha pra mim — ele me olhou nos olhos —, quando chegar a hora a gente vai ter um bebê, ok?
— Acho que dessa vez vai dar certo, linda. — Ele disse novamente e eu fiz que não com a cabeça.
— Só não quero que você fique triste de novo. — Sussurrei alto o suficiente para ele escutar bem.
— Mesmo que seja engano, não vou ficar triste, tá? — Ele disse sorrindo e me pegou pela cintura.
— Ok. — Respondi rindo e lhe dando um beijo calmo e finalizando com uns selinhos. — Bem, acho que já vou indo.
— Mas não vai comer primeiro?
— Não... além de eu ter um casamento pra hoje à noite a Alana está tendo problemas com um salão. Tenho que ir com ela conhecer uns novos salões, já que o cliente dela disse que não queria por nada o salão da PP. — Disse enquanto levava uma caneca de café a boca.
— Ahn... tudo bem, então. Quer que eu te leve?
— Não! — Disse rápido, deixando um pouco de café cair da minha boca, com um certo desespero. — Vou com a Katt.
— Hm... — Ele disse, estranhando. — Tudo bem, então. Bom trabalho. Eu amo você. — Ele disse e me deu um beijo.
— Também amo você. — Eu disse, assim que nos afastamos.
Peguei minha pasta e saí de casa, indo em direção a casa vizinha. A casa de Jeremy.
Abri a porta sem bater. Era de casa.
— Tia Hayleeeeey! — O pequeno Luke gritou ao me ver. Sorri e me abaixei para abraçá-lo.
— Luke! — Gritei no mesmo tom em que ele e o levantei do chão.
— LUKE! Você não terminou seu café! — Ouvi a voz de Katt ecoar e levei o garotinho de um ano e oito meses de idade para a mãe dele.
Ele era danado. Muito danado mesmo. Tinha os olhos azuis como o do pai e os cabelos castanhos como a mãe. Tinha também o sorriso mais sapeca do mundo, que abria duas covinhas em suas bochechas quando ele o fazia.
E novamente o medo me atingiu.
Eu poderia ter uma criança dentro de mim agora. Isso é apavorante.
— Oi Hayles. — Ela disse, pegando a criança no colo e a colocando numa cadeirinha azul.
— Oi Katt. — Eu disse, com um meio sorriso no rosto.
— Por quê tá aqui tão cedo? — Ela disse, colocando um colher de mingau na boca do menino, que fazia careta.
— Esqueceu que tenho que ir àquele lugar?
— Ahn... é verdade. Eu tinha esquecido. — Ela disse. — Tá bom, amor. Você já comeu o bastante. Vai lá no papai e pede pra ele escovar os teus dentinhos que a gente já tá indo pra creche. — Ela conversou com o menininho que sorriu.
— Tá bom, mamãe. — Ele jogou os braços pra cima, mostrando que queria ser levantado e ir pro chão.
Katt o abraçou e o colocou no chão, mas não o deixou ir antes de deixar alguns beijos na sua bochecha e dizer “menino lindo da mamãe!”. Então Luke saiu correndo.
Vi o menino correndo até o quarto e senti aquele aperto no peito.
Era realmente lindo de se ver o amor de mãe e filho que Katt e Luke tinham. Mas eu... Eu acho que não sou capaz disso.
Uma criança só traria sofrimento para mim. E principalmente, para o próprio bebê.
— E aí, não chegou? — Katt me perguntou e eu sacudi a cabeça, dizendo que não.
— Estou preocupada. O máximo que já demorou foram 6 dias. E se a injeção não tiver dado certo, Katt?
— Eu sou contra essa história de você se prevenir e mentir pro Jason, você sabe. — Ela disse revirando os olhos. — Mas se você estiver mesmo grávida, Hayles, isso só vai trazer felicidade pra você. Eu digo porque eu sou mãe e o Luke é a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida.
Nessa hora nós escutamos um grande barulho de vidro quebrando e uma voz fininha dizendo “Desculpa Papai!”.
Katt suspirou.
— Mesmo com todos os vidros de perfume disperdiçados, acredita, é maravilhoso.
Sorri.
— Não duvido que seja. Mas... e se der algo errado? Eu sei o que é crescer sem um pai, Katt. Eu não quero colocar um ser no mundo pra sofrer. Eu trabalho como promoter, chego em casa tarde das festas... Teria que contratar uma babá... sabe o medo que me dá?
— Hayley, o Jason ama você.
— Eu sei, mas não se prevê o futuro, Katt. Eu não posso dizer se vou continuar com o Jason daqui a 5 anos. Se eu tiver uma criança e vier a me separar do Jason, ela vai viver como eu vivi. E eu não desejo isso pra ninguém.
— Olha, Hayles, tudo bem. Faz o que você quiser. — Ela disse. — Estou com você pro que der e vier, não é mesmo?
Sorri e peguei na mão dela.
— Obrigada.
Pouco depois ouviu-se passos. Jeremy vinha com um garotinho no braço e uma pequena mochila noutro.
— Ei, Neguinha. — Ele me cumprimentou.
— Oi, Neguinho. — Respondi. — Vem com a tia, Luke? — Estiquei meus braços e Luke largou o pai, vindo me abraçar.
O peguei no colo e ele começou a brincar com as mechas soltas do meu cabelo.
— Jerm, vou indo agora, ok?
— Ok amor. — Ele disse, dando um selinho na esposa e lhe entregando a mochilinha do filho. — Já vou pegar meu baixo e estou indo pra gravadora também. Tem certeza que não quer que eu deixe o Luke na cheche?
— Não, você busca. Hoje não vou ter tempo. — Ela disse e Jerm assentiu.
Logo estávamos no carro de Katt. Luke estava no banco de trás, amarrado na cadeirinha, brincando com um cubo mágico.
O som de New Perspective tocava no rádio local. Era o novo single do Panic! At The Disco. Spencer e Brendon faziam um sucesso muito grande. Sim, apenas Spencer e Brendon, pois Jon e Ryan saíram da banda há dois anos atrás. Foi bem triste para todos. Eles se desentenderam fortemente.
Os fãs da P!ATC ficaram arrasados.
Jon e Ryan hoje estão em um novo projeto de banda, chamado The Young Veins. É triste que eles não estejam mais unidos, mas o que importa é que todos estejam felizes.
Sarah e Brendon, esses continuam apaixonados como no primeiro dia. É incrível como depois de 8 anos eles ainda parecem dois adolescentes aventureiros. Mesmo que Sarah tenha de enfrentar toda a ira das fãs. Isso porque sim, as fãs a odeiam.
É isso que dá namorar o vocalista de uma banda famosa.
— Luke, eu ainda estou te vendo pelo retrovisor. Não desamarre a cadeirinha.
— Mas incomoda, mamãe!
— Faz o que eu mandei, sim? — Ela disse apenas e eu dei um meio sorriso.
— Hayley... E se você estiver mesmo...?
— Sinceramente? Não tenho idéia.

[...]

— E aí, Doutor? — Perguntei.
Estava no consultório do meu ginecologista. Havia feito alguns exames dois dias antes e teria que pegar o resultado hoje.
E, se eu não estivesse... grávida, tomar uma outra dose de anticonsepcional.
— Tranqüilize-se, Hayley. Seus ovários estão em tamanho normal e seu exame de sangue deu negativo para gravidez.
Deixei-me cair na cadeira e suspirei.
Que alívio!
O Dr. Parker sorriu.
— É uma pena, eu amaria ser seu obstetra. — Ele disse, bem-humorado.
— Sem brincadeiras, Dr. — Eu disse, suspirando mais uma vez. — Dessa vez achei que eu realmente estivesse grávida.
— Pois não está. O que houve é que o anticonsepcional que aplicamos mês passado foi um pouco mais forte do que o convencional, por isso, interferiu no seu ciclo menstrual. Não se preocupe. Suas regras já vão chegar.
Depois de me entregar meus exames e agradecer ao Doutor eu fui levada para uma sala onde aplicariam o anticosepcional na veia.
Eu não podia tomar pílulas.
Se Jason descobrisse que eu estava me previnindo é bem capaz que saísse de casa. E isso é tudo o que eu menos quero na vida.
Jason é minha salvação. Sem ele eu não estou segura. Sem ele eu não sou forte. Eu preciso dele.
Mas manter uma criança é uma responsabilidade que eu não posso assumir. Se eu trazer uma vida a esse mundo, ela está sujeita a sofrer o mesmo que eu. Eu não posso deixar nada acontecer de mal pra um filho... Eu não aguentaria.
Infelizmente Jason pensa diferente de mim. Começamos a morar juntos há 5 anos atrás, mas não nos casamos. Apenas moramos juntos. Nos consideramos casados, é claro, mas não somos oficialmente. O que não quer dizer nada.
Já tem um tempo que ele quer ter um filho. Eu tentei dizer para ele que eu não podia. Tentei explicar meus pontos de vista pra ele. Mas ele não entendia... e eu percebi que o estava magoando.
Percebi que o estava perdendo.
E isso não pode acontecer.
Por isso comecei a me prevenir por mim mesma e dizer para ele que eu quero uma criança.
Mas eu não posso deixar nenhum filho meu conhecer o “amor” dessa vida. Eu sei o que é o amor real, e sei que ele só leva ao sofrimento. Foi assim com os meus pais e foi assim comigo. O que garante que não será assim com Jason? O que garante que eu não venha a me separar dele e deixar uma criança sem um pai, assim como eu fui? Eu não posso deixar isso acontecer.
Por isso não me sinto tão culpada por estar mentindo para Jason. Eu o amo mais do que tudo hoje, e se não quero ter um filho com ele, é porque não quero que essa criança sofra. Não é egoísmo.
Saí do consultório e joguei o algodão com álcool que estava retendo o sangue no meu braço fora. Katt me esperava.
— E aí? — Ela perguntou aflita.
— Alarme falso. Graças a Deus. — Eu respondi suspirando novamente. Ela também suspirou.
— Vamos trabalhar então, mamãe? — Ela disse e eu ri.
— A mamãe daqui é você. Vamos. Nicky já deve estar arrancando seus belos cabelos louros.
Pouco tempo depois estávamos na empresa. Subimos de elevador e chegamos até o 5º andar, onde trabalhávamos.
— Ora, se não são as Senhoras Williams e Davis! — Nicky disse, jogando um beijo no ar para eu e Katt.
Sim, ela havia mudado o nome dela. Coisa que eu jamais faria.
— Ora, se não é o Sr. Mitchell! — Eu disse, imitando seu tom de voz afeminado.
— Brevemente Sr. Nicky Pitt, minha filha. Angelina, se cuida, gata. — Ele disse jogando uma mão para o ar. Eu e Katt gargalhamos.
O sonho maior de Nicky era namorar o Brad Pitt.
Sonhar é bom, né.
— Tá, minhas lindas, falando sério agora. Hayley, como vai o casamento dos McCarter?
— Alguns problemas com dois garsons para a festa no salão aqui da PP, mas já foram substituídos. E contratei um barman assim como a noiva pediu. Quando a cerimônia, já está tudo arrumado. O problemas da festa foram resolvidos e hoje, às nove, vai acontecer.
— E quanto foi gasto?
— Ao todo, 4 mil, quinhentos e vinte e três dóllares de custo. Eles pagaram oito mil.
— Ótimo, gata! — Ele disse, orgulhoso. — Eu sabia que você daria conta de produzir impecavelmente essa festa.
Sorri.
— Inclusive — Ele continuou —, quero falar com você na minha sala, ok? Assunto sério. — Ele disse pra mim e enquanto eu me sentava na minha mesa, que ficava a frente da de Katt e do lado esquerdo da Alana.
— Certo. — Eu sorri e sentei. Nicky foi para a sua sala no 6º andar.
— Sentiu esse cheiro, Katt? — Alana.
— Sim, sim... estou sentindo.
— Pois é... Cheiro de promoção no ar. Que bom, não? — Alana disse e eu ri.
— Nicky não vai me promover, meninas.
— Não? — Katt. — Ele elogiou o seu trabalho, te chamou pra conversar na sala dele, brincou e ainda falou novamente da fantasia dele com o Brad Pitt. Ally tem razão. Cheirinho de promoção no ar, hm...
Gargalhei gostosamente.
Essas garotas são loucas.
Depois de iniciar meu computador e checar os últimos preparativos da festa dos McCarter, Nicky me interfonou. Subi o andar até seu escritório particular.
Encontrei ele passando a mão pelas suas madeixas loiras.
— Hayley, Hayley, Hayley...
— Nicky, Nicky, Nicky...? — Eu disse e ele riu.
— Gosto do seu senso de humor, garota. Mas, bem, estamos aqui para falar de negócios, certo?
— Certo. — Eu disse rindo e ele ofereceu a cadeira para eu sentar.
Nos sentamos.
— Estou com um problema, Hayley. — Ele começou. — Tenho uma festa para fazer. É simplesmente uma super festa, sem restrições. Nada de horário restrito, e principalmente, nada de dinheiro restrito. Estão dispostos a pagar o quanto for preciso e eles só tem uma exigência: Que a festa seja perfeita.
— E isso é um problema? — Perguntei, confusa.
— Sim, isso é um problema. É um problema porque tenho uma linda festa e preciso de uma linda promoter. Só que eu não sei onde achar... — Nicky estava sendo sarcástico.
— Hum. — Entrei no jogo.
— Poderia... resolver o meu problema, Hayley? — Ele disse e sorriu. — Garanto que se você resolver o meu problema, pode ter seus problemas resolvidos. Gosta da idéia de uma promoção?
— Me agrada. — Respondi, sorrindo.
As loucas estavam certas, afinal.
— Então... aceita? — Perguntou.
— Claro que sim! — Eu disse, rápido. — Uma festa sem restrição, onde eu posso soltar minha criatividade sem medo de ficar caro, e ainda ser promovida por isso? É lógico que eu aceito! — Respondi com animação.
Nicky sorriu.
Era isso que ele queria ouvir.
— Ótimo! — Ele disse. — Sabia que você não me desapontaria! Ainda hoje vamos conhecer os donos da festa. Três em ponto, esteja arrumada.
— Ok, e será uma festa de 16 anos? Casamento? Despedida de solteiro? Ou... um evento de gala?
— Ah, é simples. Apenas uma cerimônia militar.
Como é de se esperar, meu sorriso sumiu.
Estava perfeito demais para ser verdade.
— Não vou fazer. — Disse apenas e me levantei da cadeira, indo em direção à porta.
— Pois é, querida Hayley. — Ele disse, me vendo sair. — Mas é com pesar que digo que, se você recusar essa festa, vai ter de dar adeus a essa companhia.
Olhei pra trás e ele mantinha o olhar ereto.
— Está me dizendo que mesmo que eu tenha trabalhado fielmente pra você durante 6 anos, por causa de uma festa que eu recuso, você vai me despedir?
— Não é a primeira cerimônia militar que você recusa, Hayley!
— Você sabe que eu não faço festas assim pelos meus motivos. Você não pode me despedir!
— Sim, eu posso, e vou caso você não aceite. Hayley, amor, eu estou te propondo uma festa perfeita. Todas as garotas que trabalham aqui dariam um braço pra ter essa oportunidade que você tá tendo. Não tem restrição de dinheiro, certo? Pense no que você pode fazer como buffet, pode ter bailarinos profissionais, banda ao vivo... Pense no que você pode fazer na decoração... Pense, querida.
— Nicky, olha, dê essa festa pra outra pessoa! A Alana sempre promove as festas militares. Vai adorar pegar a festa.
— Ela promove as pequenas, gata. Essa é a promoção de um coronel para um general. E não é só isso, esse coronel vai ser o mais novo general dos Estados Unidos, provavelmente. Eu não posso falhar. Por isso escolhi você, que é alguém que não falha. E... se você não quiser a festa, eu sinto muito, mas não vai mais trabalhar aqui. E será demissão por justa causa.
Engoli seco.
— Vamos, Williams! Eu sei que tem bofe nessa história dessa sua história de odiar militares e afins. Mas você sabe, Nicky Mitchell não dá segundas chances.
Respirei fundo.
Seria incrível produzir uma festa dessa maneira, quer dizer, é o sonho de qualquer promoter...
Mas droga, tinha que ser uma festa militar?
— Vai mesmo deixar a minha humilde companhia? — Ele disse.
Respirei fundo novamente e fiz que não com a cabeça.
— Essa é a minha garota! — Ele disse, feliz. — Hoje, às três, vamos conhecer o dono. Faça seus projetinhos que eu sei que você tem e leve.
— Ok... ok. — Eu disse, ainda cabisbaixo.
— E hein, te quero feliz, viu? Nada de cara feia na PP.
— Pode deixar, Mister Pitt. — Eu disse, rindo. Nicky sorriu também.
Baixei o olhar e entrei no elevador, de volta ao meu andar mais baixo.
Caramba, não podia ser qualquer outro tipo de festa? Qualquer, cara. Qualquer uma.
Mas só de pensar em militar eu sinto um arrepio ruim. Eu vejo ele sangrando, matando, com aquela farda suja de terra.
Ai, Hayley. Você tem que esquecer essa história. A guerra já acabou tem muito tempo e hoje ele deve estar com a vida dele formada, e é provável que você nunca mais o veja.
É isso. Eu vou fazer essa festa e provar de uma vez por todas que eu... Eu esqueci Josh Farro.
Saí do elevador um pouco mais confiante. De fato, meus pensamentos contraditórios e positivos me ajudam.
— Katt, olha, o cheiro de promoção aumentando... — Ally.
— Ah, sim. Olha a promoção em pessoa chegando ali. — Katt disse eu sorri sarcasticamente, desfazendo meu sorriso em seguida.
— Foi promovida?
— Não. Pelo menos, não ainda. Nicky me ofereceu uma festa perfeita.
— Como assim? — As duas perguntaram em uníssono.
— Tipo assim: posso gastar o quanto eu quiser.
— Ah, meu sonho. — Alana disse enquanto teclava no computador.
— É, eu sei. Eu tava super animada até descobrir que era uma festa de cerimônia militar importantíssima e blábláblá. Parece que um cara novinho conseguiu virar general.
— Se você tiver recusado eu juro que meto esse teclado na sua cara. — Alana disse gentilmente.
— Recusei a princípio. Mas ele disse que se eu recusasse perderia meu lindo emprego.
— Olha, Hayles, eu acho que você deve deixar o seu passado no passado. Se o presente te quer feliz, rica e promovida, aceite. — Katt disse.
— É, eu sei. Você tem razão. Vou produzir a festa do generalzinho. Então... acho melhor eu estudar um pouco sobre o assunto, pesquisar alguns projetos de decoração e deixar minha imaginação fluir.
— É isso aí, amiga.
Pesquisei sobre tudo que precisava e separei alguns modelos de decoração e de salão que pudessem agradar ao Coronel/General. Foi tudo o que eu consegui fazer a tempo.
Parando apenas para almoçar, eu trabalhei bastante no projeto de festa. Imprimi alguns papeis, retoquei a maquiagem e as 2h45, Nicky e eu já estávamos saindo no carro dele, em direção a um salão de festa que ficava há poucos quilômetros dali.
Chegamos em menos de 10 minutos e entramos.
Haviam algumas pessoas espelhadas pelo salão. Umas 15, no mínimo. Boa parte eram homens fardados.
Então eu vi uma garota.
Ela era alta, tinha o cabelo liso e castanho até as costas, corpo bonito. Virou o rosto e me fitou. Sorriu.
Ela tinha um olhar penetrante e esperto. O sorriso me pareceu sarcástico. Tinha 16 anos no máximo. Era uma bela adolescente, mas, por que me pareceu tão familiar?
Arrumei a postura e continuei a andar ao lado de Nicky.
— Olha, Hayley, lá tá o bofe que vai virar General. Aquele de costas. — Ele disse referindo-se a um homem.
Era grande. Tinha costas fortes e postura muito bem desenhada. Os braços eram largos e as pernas... nem preciso dizer.
Chegamos perto do rapaz e fiz meu melhor sorriso.
Ele se virou.
Meu sorriso se desfez.
Só. Pode. Ser. Brincadeira.
— Hayley? É... É você mesmo?

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