22 de set. de 2012

Capítulo 3

How could that be a logical?



— Hey, o que você queria falar comigo? — Sophie disse, praticamente pulando nas costas de Luke.
Ele tentou sorrir. A verdade é que a dor estava... forte demais.
— Não... não é nada. — Ele tentou ignorar o arrepio que passava pelo seu corpo, que sentia agora as mãos dela em volta do seu ombro.
— Ah, qual é. Me fez esperar esse tanto pra agora me dizer que não é nada?
— Não é mais importante, mas e aí, o Nate conseguiu convencer a garota?
Sophie sorriu de canto.
— Odeio sua mania de mudar de assunto sempre. — Ela bufou. — E não, Jenny saiu da festa xingando-o.
— Eu vou... guardar meu violão em casa. — Luke disse.
Precisava de um tempo para pensar. E olhá-la... não estava ajudando.
— Você volta? — A escutou gritando para ele, que já estava praticamente na porta de sua casa.
— Não sei. — Ele respondeu e saiu daquela casa.
Sophie não sabia o que estava acontecendo com Luke, mas sabia que não era algo bom. Sabia que ele não estava bem.
Enquanto isso, Josh e Hayley estavam conversando com Brad. Eles haviam levado o rapaz para a cozinha, para poderem conversar longe de todo o barulho.
— Quais são as tuas intenções com ela? — Hayley perguntou sem rodeios olhando sério para Brad, que engoliu seco.
— As melhores possíveis, Sra. Farro! — Ele disse, nervoso.
— Williams. — Ela corrigiu. — Meu sobrenome é Williams.
— Williams Farro, Hayley.
— Minha carreira e meu nome estão como Williams, e eu vou continuar sendo Williams.
— Mas no seu documento consta Farro também, meu amor.
— O que não quer dizer que eu deva ser rotulada como apenas Farro.
Brad estava totalmente confuso ali. O alvo era ele. Por que eles estavam discutindo entre si?
Sophie apareceu devagar na cozinha e deparou-se com os pais discutindo sobre algo banal. Novamente.
— Há quanto tempo estão assim? — Sussurrou.
— Pouco.
— Mãe? Pai? — Ela disse mais alto. — Vocês não queriam conversar com ele?
— Ah, é. — Hayley passou uma mão pela franja. — É Sra. Williams, ok? E bem, melhores possíveis em que aspecto?
— Eu... eu a amo. Eu quero fazê-la feliz e não vou medir esforços pra isso.
Hayley bufou.
— Suas notas, como são?
— Média entre C e B, Senhor.
— Nada especial. — Hayley suspirou e Sophie passou uma mão pelo rosto.
— Eu não tenho mais perguntas. Mas tenho algumas regras. — Josh começou. — Não te quero todo dia aqui em casa. E ela só vai te visitar quando eu conversar com os seus pais e tiver certeza que eles estarão na sua casa também. Passou das 20h, você vai embora, ouviu? Não quero marmanjo até altas horas da noite aqui. E um aviso: Se eu pegar, ou menos imaginar que ela chorou ou sofreu por você, ou que você passou dos limites... Bem, eu acabo com você. Não é uma ameaça. É uma promessa. — Josh disse tudo muito calmamente. Brad estava tremendo.
Josh era intimidador. Extremamente intimidador.
— Vou seguir todas as suas regras, Senhor. — Ele engoliu seco. — E... Vou fazê-la feliz. Eu garanto.
— Será bom pra você que isso aconteça. — Josh disse apenas e saiu daquele lugar.
— Ele já disse. — Hayley disse e logo saiu dali também.
— Me desculpe por isso. — Sophie disse num fio de voz, meio envergonhada.
— Não... tudo bem. — Brad tentou sorrir. — Estou feliz. — Ele passou uma mão pela cintura dela e a abraçou.
Com a cabeça pousada em seu ombro, ela disse:
— É... eu também.


*****


Luke adentrou o seu quarto com lágrimas nos olhos. Tirou o violão das costas e o pousou no tapete.
Socou a parede, soluçando.
Droga, o que havia com ela?
Por que ela sorriu a música inteira, aceitou o pedido de namoro de Brad e depois chegou agindo como se nada tivesse acontecido? Por que ela estava brincando com ele?
Bem, talvez ela apenas não gostasse dele. Simples assim.
Com esse pensamento na cabeça Luke sentiu a barriga revirar. Ela não gostava dele. Não como ele queria. Isso o machucou. Muito.
Ele se jogou na cama e colocou o travesseiro em sua cabeça.



— Eu não quero que você vá. — Luke sentiu as lágrimas molharem suas bochechas. Estava no aeroporto. Sophie estava a sua frente, e seus pais assinando os cartões de embarque.
— Eu queria que você fosse comigo. — Ela disse também com voz pouco chorosa. Se projetou pra frente e abraçou o amigo, que soluçou, molhando os seus ombros.
— Eu te amo tanto, Soph... Por favor, não vai... fica comigo... — Ela escutou ele implorando para ela, com a voz embargada pelo choro.
Separou-se e o olhou nos olhos.
— Eu também te amo, ok? Mais do que você possa imaginar. Eu vou, mas vou te escrever, Luke... Por favor, não chora, eu vou chorar também... — Ela disse engolindo o nó na garganta.
— Eu te amo.
Ela segurou o rosto dele com as duas mãos e acariciou suas bochechas com o polegar.
Chegou perto e aproximou seus lábios do dele, devagar.
— Isso é pra você não se esquecer de mim. — Ela sussurrou. Luke ainda mantinha a feição de tristeza, agora misturada com o susto. — Eu tenho que ir agora. Mas saiba que eu te amo. Não esquece tá?
Luke a abraçou uma última vez e logo depois, a viu saindo de mãos dadas com sua mãe até o portão de embarque.
Sophie estava indo. E levava com ela o coração dele.



Com a lembrança em sua cabeça, ele apertou o travesseiro em seu rosto, abafando o forte grito que deu.
Ela havia o beijado. Ela havia pedido para ele não se esquecer.
Então por que ela havia se esquecido?
Luke cumpriu a promessa! Ele nunca se esqueceu! Nunca a tirou da cabeça. A amava, e não havia se esquecido do amor. Droga, ela havia se esquecido! Por que não cumpriu a sua própria promessa?
Luke sentia todo o corpo doer e a cabeça latejar. Seus olhos estavam doendo também. Nele havia toda a dor de um amor não correspondido.
Ouviu batidas na porta.
— Luke?
— Vai embora! — Ele gritou.
— Luke, abre essa porta, filho.
— Vai embora, droga! — Luke gritou novamente, secando as lágrimas com o pano do travesseiro.
— Eu não vou sair daqui e você não vai se isolar. Abre, senão eu vou buscar a sua mãe. — Jeremy disse sério e Luke viu que ele faria isso se necessário.
Apressou-se para secar as lágrimas do rosto — o que foi completamente inútil, levando em consideração que seu rosto estava vermelho —, e caminhou até a porta, abrindo-a.
Virou-se antes que pudesse olhar no rosto do pai e se sentou na cama, de costas para Jeremy.
Ele colocou a mão no seu ombro.
— Eu sei o que você tá passando, filho. — Jeremy disse.
— Sabe. — Luke repetiu, sorrindo. É, aquela velha mania. — Você sabe o que é passar a sua infância inteira jurando amor pra uma garota e com ela fazendo o mesmo. Você sabe o que é passar anos sofrendo por ela estar a milhares de quilômetros de distância de você. Sabe o que é vê-la voltar totalmente diferente e ainda a amar, simplesmente por ela ser ela. Sabe o que é colocar toda a porcaria do seu coração numa merda de uma música pra ela. Sabe o que é ver ela aceitando o pedido de namoro de um idiota qualquer, mesmo com tudo o que vocês dois viveram juntos. Sabe o que é descobrir que ela não sente mais merda nenhuma por você, a não ser a droga da amizade. Você sabe, pai. — Ele disse tudo de uma vez, engolindo um soluço e sentindo as lágrimas molharem o seu rosto.
— Todo mundo já passou por um amor não correspondido, Luke. Mesmo que eu não tenha passado por tudo o que você passou, eu sei o que é gostar de alguém que não gosta de você. Já aconteceu comigo, filho.
Luke se virou para o pai, que o olhava daquele jeito que ele odiava.
— Então me conta. — Luke disse e Jeremy suspirou.
— Eu tinha pouco menos da sua idade quando entrei pra escola. Logo que cheguei eu fiz amizade com a garota mais engraçada e legal que eu já havia conhecido. Não demorou muito pra eu me apaixonar, mas... Eu não tinha coragem de falar com ela. Foram dois anos de amizade. Dois anos, e eu escondendo. Até quando nós dois fizemos outra amiga. Hayley havia entrado naquela época na escola e nós ficamos amigos. Até um dia em que a própria Hayley, praticamente, nos juntou. Eu disse que a amava e nós ficamos juntos por alguns meses. Mas... uns tempos depois apareceu outro cara e... Ela acabou se apaixonando por ele. Mais do que por mim mesmo. O término foi inevitável e, nossa, como eu sofri. Durante anos foi difícil vê-la com o outro cara, mas... Eu encontrei a sua mãe e a minha vida... se resumiu à ela. E aí eu descobri que o que eu sentia pela outra garota não era um amor de verdade... Não o verdadeiro. Entende, Luke. Vai ser difícil, mas no fim... você supera. E acha alguém melhor.
— Pai... — Ele começou, olhando para o alto e tentando impedir mais lágrimas de cair. — ...as nossas histórias são muito diferentes. Eu já fiquei com várias garotas e nenhuma delas me fez sentir um terço do que eu sinto pela Sophie... desde pequeno, pai, eu amo ela... E não é um amor de amigo!
— Você nunca gostou de outra garota de verdade para poder comparar, Luke... Acredita em mim. Se ela não gosta de você, ela não vai te merecer.
Sem se conter, Luke soluçou. Jeremy se aproximou, abraçando forte o filho.
— Essa dor vai passar... acredita. — Ele murmurou. E Luke desejou sinceramente que o pai estivesse falando a verdade.
Jeremy tinha seu coração nas mãos ao ver o filho naquele estado que ele mesmo já ficara. Deus! Como aquele garoto agüentaria tanta dor sem ter experiência alguma nessa vida? Luke era um rapaz tão bom e... Todos notavam isso, ele não merecia sofrer de tal forma.
Sophie não... Não precisava fazer tudo aquilo. Não que Jeremy a culpasse da mesma forma que Luke a culpava, mas... Estava mais que óbvio que a culpa era, sim, toda e completamente dela. Luke deixara explícita sua intenção com aquela música e Jeremy sabia bem que Sophie notara isso, a garota era tão esperta quanto a mãe.
— Me deixa sozinho, pai. — Luke pediu num fio de voz e correndo os olhos pelo quarto.

— Você vai ter que encará-la uma hora, Luke. Não adianta ficar se escondendo. — Jeremy murmurou segurando o rosto do filho em sua direção. — Pare de se esconder de mim só porque está chorando, também.

O garoto engoliu seco e deixou as lágrimas continuarem rolando. Não tinha porquê sequer tentar se esconder do pai. Ele sentia a maldita dor de um amor não correspondido e isso estava óbvio para todos. A quem Luke queria enganar, afinal? Seu coração doía como nunca doera antes.
Suas lágrimas imploravam, suplicavam para serem despachadas para assim tentarem levar sua dor junto, mas pelo jeito nem isso estava resolvendo. Luke continuava sentindo sua cabeça latejar, seus olhos arderem e sua garganta se fechar.
Deus, por que isso tem que ser tão complicado?

— Se cuida. — foi o que Jeremy sussurrou antes de sair do quarto e deixar seu filho perdido num mar de pensamentos e arrependimentos, talvez.

Luke deixou seu corpo cair sobre a cama e voltou a se perguntar por que ela fizera aquilo, por que ela sorrira daquela forma para simplesmente ignorá-lo e dizer sim à um jogador de basquete de merda.
Remoer tais coisas fazia o coração de Luke se apertar cada vez mais, fazia-o sentir como se estivessem cortando todo seu coração lentamente. Ele sabia que precisava sair de tal estado, mas simplesmente não conseguia. Não naquele momento. Não sabendo que Sophie estava nos braços de um brutamontes qualquer ao invés dos seus.
Simplesmente não podia lidar com toda aquela dor, com todo aquele medo que começava a consumí-lo ao imaginar as coisas terríveis que Brad poderia fazer com sua pequena Sophie.
Ele não podia e não conseguia lidar com aquilo. Mas teria de engolir tudo aquilo e seguir em frente, teria, ao menos, que esconder tudo o que sentia mais uma vez se quisesse manter pelo menos a amizade de Sophie.


[...]


Quatro dias se passaram rapidamente. Luke ainda lidava com sua dor, mas conseguia escondê-la.
Claro que ver Sophie andando de mãos dadas com Brad no intervalo não ajudava. Vê-lo quase sempre em sua rua também não.
Propositalmente, ele se afastou um pouco da amiga. Sophie o conhecia bem e saberia que ele não estava bem.
Dan fazia de tudo para animar o amigo e conseguia quase sempre. Continuara saindo com Jess. Nate continuava sendo Nate. No seu íntimo ele sabia que o amigo sofria, mas não tinha coragem para perguntar. E se soubesse que Luke gostava de sua irmã, ele não gostaria também (levando em consideração que ninguém foi mais ameaçado do que Brad por ele).
Sophie notou que ele estava afastado e não entendeu o porquê. Mesmo gostando de Brad, as regras de seu pai eram rígidas e ela mantinha seu espaço. Ela ficava no intervalo e conversava com Brad pelo computador, fazendo o que fazia desde que voltara da Inglaterra. Vez ou outra ele aparecia lá depois do trabalho (Brad trabalhava em uma loja de peças de computador e jogos para videogames o dia inteiro), mas sempre as 20h em ponto, Josh ou Nate o tiravam da casa. A vida dela estava normal e ela não entendeu por que não passava mais as tardes com Luke. Ele estava afastado, sempre tinha algo para fazer ou um lugar para ir. Ela simplesmente não entendia.
O sinal da escola tocou, interrompendo seus pensamentos. Sophie se levantou, pegando sua mochila e a colocando nas costas.
Saiu da sala e foi em direção a outra, onde aconteceria sua aula de geografia. Quando adentrou a sala, foi em direção ao seu lugar no mapa da sala. Porém, as pernas de alguém a impediam de chegar a sua cadeira. A garota estava sentada na cadeira com as pernas tomando todo o espaço do chão, enquanto conversava com o garoto da outra fileira.
— Com licença? — Ela pediu, educadamente, olhando para a garota.
Stephany olhou para ela e logo após, abaixou o olhar e voltou a conversar com o garoto, ignorando-a totalmente.
Sophie sentiu o sangue ferver. Respirou fundo, tentando controlar-se.
— Ei, eu te pedi licença.
Novamente, Stephany a ignorou.
Sophie respirou fundo novamente, segurando a vontade de meter-lhe um tapa no meio da cara.
Invés disso, ela pisou nas pernas da garota com todo o seu peso. Stephy gritou de dor e Sophie sorriu de canto.
— TÁ DOIDA MENINA? — Ela gritou.
— Não. — Ela respondeu calmamente, ainda com o sorriso no rosto. — Eu te pedi licença duas vezes. Você queria que isso acontecesse, não é querida? — Sophie deu de ombros e foi se sentar no seu lugar.
Stephany a seguiu e quando Sophie se sentou, ela agarrou seu braço com força.
— Olha aqui, se você acha que pode chegar nessa escola fazendo o que quer e quando quer, você está muito enganada, ouviu?
— Solta o meu braço, vadia, ou eu acabo com a tua raça agora mesmo. — Sophie disse entre os dentes e Stephany largou o braço dela de uma vez, sem perder a pose. — Eu faço o que eu quiser e quando eu quiser sim, e quero ver quem é que vai me impedir.
— Eu impeço.
— Ah, você? — Ela riu debochadamente e se levantou. — Do mesmo jeito que me impediu de passar? Awn, que medo de você.
— Alunos, todos nos seus lugares. — A professora adentrou a sala.
— Salva pelo gongo. — Sophie novamente riu de canto e Stephy bufou, enquanto se virava para ir para o seu lugar.
— Fica esperta, Farro.
Sophie fez que não com a cabeça e bufou. Era só o que lhe faltava! Uma idiota para ela brigar.
Os restos das aulas naquele dia passaram normais. Sophie não precisou bater ou discutir com Stephy novamente. Só viu que ela estava andando com Jenny e fez que não com a cabeça. Jenny era uma garota legal e inteligente. O que estava fazendo andando com alguém como Stephany?
E novamente, ela não viu Luke na hora de voltar para casa. Estava realmente começando a ficar preocupada com essa situação.


[...]


— Mamãe! — Escutou-se o grito de Joseph ecoar pela casa. — Olha que carta bonita que tava na caixa do correio!
Era início de noite. Hayley estava na cozinha quando o garoto apareceu com uma carta vermelha na mão.
— O que é? — Josh disse se aproximando, enquanto Hayley abria o envelope vermelho.
Eles leram juntos e arregalaram os olhos.
— Não. Isso só pode ser uma pegadinha! — Josh disse, olhando.
— Com certeza é uma pegadinha.
— “Josh, Hayley e família convidados para o casamento de ISABELLE Farro? — Josh repetiu uma frase do cartão dando ênfase em algumas palavras.
— Tia Belle? Casando? Impossível. — Sophie disse, secando um prato que havia acabado de usar.
— É totalmente impossível. — Josh concordou e Sophie se aproximou dos pais, olhando o cartão.
— Vou ligar pra ela. — Hayley disse, pegando o celular e discando o número da cunhada.
— Isso.
— Ei, HayHay. — Belle atendeu sorrindo.
— Oi Belle.
— O que te faz me ligar?
— Eu recebi uma coisa aqui... mas acho que não é verdade, não pode ser.
— Meu casamento? — Ela gargalhou. — É verdade sim. E quero todos os pirralhinhos aqui.
— COMO ASSIM VOCÊ VAI SE CASAR?



Belle estava na lanchonete, esperando seu suco de laranja chegar. Já estava incrivelmente impaciente com a demora.
Olhou para o lado e viu dois rapazes. Um forte e o outro era um pouco mais gordinho. Logo o pedido deles chegaram.
O mais gordinho mordeu seu salgado e algo negro escorreu pela boca dele. Ele soltou e começou a gritar, enquanto o líquido escorria de sua boca.
— Eita cara! O demônio tá no corpo do meu irmão, cara! Sai capeta! — O mais forte disse e o outro garoto saiu correndo para o banheiro, resmungando algo.
O outro menino riu. Riu tanto que não conseguia respirar.
— Seu suco.
— Obrigada. — Belle agradeceu e levantou do banco onde estava sentada, indo em direção ao garoto que agora, suspirava.
— Meu Deus! Você fez isso?
— Sim, ele é meu irmão. Isso foi só uma pequena vingança.
Ela sorriu.
— Oi, eu sou Isabelle, prazer, qual é o seu nome?



— É, faz sentido que o seu noivo seja exatamente igual a você. — Hayley gargalhou, ainda falando ao telefone.
— Pois é. — Ela deu um risinho. — Mas o Aaron é a pessoa mais incrível que existe! Enfim, vocês vem, né?
— Claro. Nos espere aí... daqui a dois meses, né?
— Aham.
— Ah, o Josh quer falar contigo...
— Beijo, HayHay.
Hayley entregou o telefone para o marido que saiu da cozinha.
— Acredita que ela encontrou um cara que é exatamente igual a ela? — Ela se virou para a filha.
— É a única explicação lógica. — Sophie sorriu.
— É. — Hayley sorriu também. — Você pegou as roupas na lavanderia, que eu pedi?
— Aham... estão em cima da sua cama.
— Obrigada amor. — Hayley disse. — Me ajuda a dobrar?
— Claro. — Sophie sorriu.
Hayley não era responsável pelas tarefas de casa. Mas quando Rosa —, a “empregada” da casa. Na verdade ela só ia arrumar a casa quatro vezes por semana, e era justamente nesses quatro dias em que eles comiam algo que não era congelado, levando em consideração que Josh não sabia cozinhar e Hayley é perigosa quando se trata de assuntos de cozinha. — não podia pegar as roupas na lavanderia, Sophie ou Nate o faziam.
As duas garotas subiram para o quarto de Hayley e começaram a desempacotar as roupas do plástico, dobrando-as.
— Ei, mãe...
— O que foi?
— Sabe o que tem com o Luke? Ele está tão estranho ultimamente... Mal fala comigo, sabe... E sempre tem alguma coisa pra fazer ou algum lugar pra ir quando eu chamo ele pra passar a tarde comigo. Eu... sei lá, não sei se o Nate fez alguma coisa...
— Nate, filha? — Hayley sorriu de canto.
— Você sabe por que ele tá estranho?
— Talvez... ele não queira dar de cara com o Brad.
— É, eu sei... — Sophie suspirou. — Eu sei que ele e o Brad não são amigos e tudo, mas o Brad trabalha à tarde, sabe? Não entendo por que o Luke tá me evitando.
— Quem sabe para não sofrer mais. — Ela murmurou.
— Como assim? — Sophie levantou o olhar e parou o que estava fazendo.
— Eu acho que ele ainda gosta de você.
Ela sorriu.
— Não, mãe. Sem chance. — Ela fez que não. — Isso já faz muito tempo. Ele agora é um rapaz grande e formado, não tem nem como...
— Me explica a música que ele compôs pra você, então.
— Não foi pra mim, foi só uma música... Ele é um artista.
— Todo artista compõe por uma razão. É necessária uma inspiração, filha. Eu acho que a inspiração do Luke para escrever Adore foi você. E... ele não ficou feliz quando aquele garoto te pediu em namoro.
Sophie parou para pensar, por um segundo, na possibilidade de o seu melhor amigo estar apaixonado por ela.
E... fazia sentido.
A verdade é que ela não queria pensar nisso, por mais que estivesse na cara. Demoraram anos para ela conseguir conviver sem a dor de não ter Luke perto dela. Ela não queria isso outra vez.
— Você acha que ele está sofrendo por minha causa e por isso vem me evitando?
— Acho. — Hayley respondeu dobrando uma roupa.
— E o que eu devo fazer?
— Você gosta dele?
Sophie se calou por um momento enquanto procurava palavras e analisava seus sentimentos para responder a pergunta da mãe.
— Não sei. — Respondeu por fim. — Desse jeito... eu não sei.
— E o Brad?
— O que tem ele?
— Você gosta dele? Desse jeito?
— Sim... eu acho.
— Gostava dele quando ele te pediu em namoro?
— Ai mãe, que pergunta é essa? — Ela disse rápido, nervosa.
Hayley a olhou como se quisesse dizer “gostava ou não?”.
— Não sei! Ele me pediu, e foi tão lindo, e ele colocou minha música favorita pra tocar e... eu não sei! Não tinha como negar, mas... Ele é legal e fofo... Eu gosto dele, mais do que antes.
— Acho que você está confusa com os teus sentimentos, Soph. E... você mesma tem que se analisar e descobrir o que fazer. É uma escolha sua.
— Ai, falar com você não me ajudou nada. Só fiquei mais confusa. — Ela disse bufando e Hayley sorriu.
— Você ainda vai ver que ajudou sim.


*****


Na casa ao lado, Luke assistia a algum filme na TV. Estava sozinho em casa.
Seu pai estava enrolado na gravadora e Katt estava produzindo uma festa de gala que provavelmente duraria metade da noite.
Luke, em geral, gostava de ficar sozinho. Mas não naquelas circunstâncias.
Isso por que quando ele não tinha nada para fazer, seu pensamento se direcionava a ela. Com todos os deveres de casa prontos e tarefas feitas, ele tentava se prender a história daquele filme ruim.
Viu seu celular vibrar em cima da mesa de centro e a música começou a ecoar. Levantou-se.
O número era desconhecido. Sem saber, ele atendeu.
— Alô?
— Oi, Luke.
— Oi... quem tá falando?
— É a Stephy, lembra? Da festa da Sophie...
— Ah sim. — Ele se lembrou de que havia dado seu telefone para a loira. — Tudo bem?
— É, mais ou menos. — A ouviu sorrir. — Estou sem nada pra fazer... a Jenny saiu com a mãe dela e a Jess tá com o Dan... Estava pensando em dar uma volta no shopping, assistir um filme... Aí eu pensei em te ligar, sabe...
— Sei.
— Então, topa? Tem uns filmes legais em cartaz... A gente pode passar numa pizzaria, sei lá. Só quero sair de casa. — Ela riu de novo e Luke sorriu.
— Certo, também não tenho nada pra fazer.
— Ok! Então... eu passo aí na sua casa sete e meia, ok? Só o tempo de eu tomar um banho.
— Aham. Vou estar esperando.
— Beijo, até mais.
— Até. — Ele desligou o telefone e o encarou a sua frente.
Salvou o número de Stephy na lista de contatos e foi tomar banho.
A verdade é que ele tinha de levar a vida adiante. Sophie estava feliz namorando Brad e ele também precisava estar feliz. A companhia de Stephy era boa e ele sentiu que se divertiria.
Rapidamente ele tomou um banho e vestiu-se. Antes de sair de casa ligou para o pai e avisou que ia sair com uma garota.
Jeremy ficou feliz em ouvir que Luke iria ao cinema com uma garota. Não era sempre que ele fazia isso e além do mais, era bom para ele um pouco de diversão.
Pegou alguns dólares e saiu de casa, trancando tudo. Sentou-se na calçada e esperou Stephy chegar pacientemente.
Até que ele viu alguém sentar-se ao seu lado.
— Oi. — Ela disse.
— Oi. — Respondeu.
— O que está fazendo aqui? — Sophie estava mais acanhada para falar com Luke. Normalmente ela chegaria pulando em cima dele e dando algum jeito de fazê-lo ficar envergonhado. Mas agora... tudo parecia diferente.
— Você tá bem? — Luke perguntou a olhando sério. Ele havia notado a diferença.
— Me responde primeiro. — Ela riu.
— Estou esperando uma garota. Vamos ao cinema. — Ele respondeu sem sorrir ou olhá-la.
Sophie sentiu o corpo gelar.
— Como assim uma garota? — Ela mesma não acreditou que aquela frase tinha saído de sua boca. Aquilo havia soado muito possessivo. Mas... saiu sem querer. — Desculpa. — Ela não esperou ele responder e respirou fundo.
“O que tá acontecendo com você, menina? Essa conversa com a minha mãe só atrapalhou a minha vida, viu.”

Luke a olhou estranho.

— Bem... — Ele disse devagar, tentando entender o que fora aquilo. — ...ela tá chegando, tenho que ir. — Ele disse, olhando para a esquerda e vendo Stephy caminhar em sua direção.
Sophie rapidamente virou o rosto e viu a loira se aproximando.
— Tchau. — Luke disse, levantando-se e indo em direção à ela.
Sophie continuou a encarar aquela loira e tentando saber quem era ela.
Até que a ficha caiu.
Ela sentiu a cabeça rodar de raiva.
Como assim Luke estava saindo com Stephy?! Ele não podia sair com aquela whore!
Ela quase se levantou para ir falar com ela. Quase. Mas decidiu esperar Luke voltar e falar pessoalmente com ele do que aquela garota é capaz. E bronqueá-lo por sair com ela, afinal, ele não podia sair com outra garota!
Espere.
Sim, ele podia.
Mas Sophie não queria que isso acontecesse.
Sentiu sua cabeça girar. O que é que estava acontecendo com ela, afinal?
Ela não deu atenção para os pensamentos que questionavam o que estava acontecendo dentro dela. Só sabia que Luke estava saindo com Stephy e isso a encheu de ódio.
Esperaria Luke chegar para conversar com ele.

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