22 de set. de 2012

Capítulo 30

A little love will change you



Pov. Hayley

Os dias foram passando e eu continuava suspensa. Meus dias estavam tão tediosos quando o imaginável.
Quanto a Paramore, eu, Josh, Zac, Jerm e Taylor nos reunimos para tocar. Foi incrível.
Jeremy ficou de fazer nossa linha de baixo sempre que precisarmos sem entrar oficialmente na banda (já que ele toca numa outra banda, a The Factory).
Terminei a That’s What You Get já que eu estava com bastante tempo.
No mesmo dia em que bati na vaca loira azeda eu compus uma música especialmente para ela. O nome é Misery Business e, sinceramente, eu gostei. Espero um dia poder cantá-la para a vaca.
Tive mais ou menos umas 25 discussões com Josh sobre qualquer coisa que descordamos. Acontece que nós sempre terminávamos nossas discursões da mesma forma: fazendo as pazes. Se é que me entendem.
Meus dias se resumiam em Josh, minhas irmãs, Paramore, brigar com o Josh, bater no Josh, beijar o Josh, compor com o Josh, ver minha mãe toda boba e... hum, está faltando algo... Ah, sim. Amar o Josh.
Era estranho já estarmos juntos há quase um mês e ele ainda não me pedir em namoro... E toda vez que a gente conversava sobre “amor” ou “namoro” ele mudava de assunto. Confesso que eu mudava também. Isso nos deixa desconfortáveis.
É provável que sejamos eternos ficantes.
Zac logo faria aniversário. E logo nós entraríamos de férias.
Férias... oh, Deus. Amadas férias.
Interrompendo meus pensamentos a campainha toca. É melhor eu ir atender.
Olhei pelo olhinho mágico e Sarah estava lá. Seu sorriso era tão largo que parecia que suas bochechas iam rasgar.
Abri.
— Oi Hayles! — Ela disse animada.
— Ér... Oi, né. Entra aí.
— O que tá fazendo? — Sarah disse entrando.
— Nada especial... to com umas letras, tentando escrever.
— Ahn...
— Ok, o que você tem para contar?
— Como?
— Sarah, eu te conheço. Você tá animada ao extremo. O que houve?
— Ah, você não vai acreditaaaar! — ela disse puxando o “a”.
— No quê?
— Olha! Olha! — ela disse estendendo o dedo e balançando.
— Olhar o quê?
— O meu dedo!
— Para de balançar assim pra eu conseguir ver alguma coisa!
— Ah, tá bom. — Ela disse e parou de balançar o dedo.
Havia um anel de prata com uma pedrinha vermelha em cima.
Lindo.
— Que lindo! — disse.
— Não é? Owwwn, o Jeremy me deu!
— Sério? Que legal.
— Hayles... ele me pediu em namoro. EM NAMORO! Ooooh!!! — Ela começou a pular e gritar. — Namoro. Eu tô namorando! ELE. ME. PEDIU. EM. NAMORO.
— Eu entendi.
— AAAAAAA, Hayles, você sabe o que isso significa?
Estou começando a me arrepender de ter perguntado pra ela o porque de ela estar assim.
— Significa que você está namorando.
— É! EXATAMENTE, ISSO NÃO É ÓTIMO?
— Sim, Sarah, isso é ótimo.
— Oh meu Deus, oh meu Deus, oh...
— Sarah, droga, eu já entendi! Cala a boca.
— ...meu Deus. Calei.
— Obrigada. — rolei os olhos.
— Mas fala sério, se o Josh te pedisse em namoro você ia ficar do mesmo jeito.
Gargalhei.
— Não mesmo.
— Falando nisso, é estranho vocês já estarem juntos a tanto tempo e nada, sabe?
— Vamos mudar de assunto?
— Ahn, eu entendi. Hayley não quer falar sobre seu não-namoro com Josh.
Olhei pra ela de forma irada.
— Tem algo pra comer?
Eu ri.
— Você é péssima em mudar de assunto.
— Estou fazendo o possível.
— Tem algumas bobagens na geladeira.
Acabamos a tarde comendo besteiras e assistindo qualquer coisa. Sarah estava imperativa. Lógico que ela era imperativa de qualquer forma, mas hoje em especial ela estava mais.
Ela me contou de que Jenna foi hoje para a escola. Disse que ela andou me fazendo ameaças de vinganças. Disse também que o rosto dela estava tão roxo que os garotos do fundo começaram a chamá-la de Barney.
Impossível não rir disso.
A noite minha mãe saiu com Scott. Chegou quase 11 da noite, com o sorriso mais bobo que eu já vi. Ela cantava umas musicas antigas, algo como Whitney Houston ou parecido.
Isso é realmente estranho.

[...]

— Tia... posso segurar agora?
— Não, Hayley.
— Ahn... E agora?
— Não, Hayley.
— Por favor?
— Não. Você é muito pequena.
— Mas mãe — Josh interveio —, você pode ajudar! Eu já segurei uma vez com você me ajudando.
— É, tia! Por favor! Ele é tão lindo...
— Certo, Hayley. Sente.
Sorri. Pisquei para Josh que piscou também.
Sentei no sofá e minha tia colocou Zac no meu colo. Ele é um bebezinho muito lindo! Estava com os olhos grandes e castanhos abertos. Quando eu passei minha mão na dele ele sorriu pra mim. Sorri também.
Então ele abriu a boca e vomitou.
— AAh! Que nojo, Zachary! — gritei. Minha mãe estava rindo. — Não tem graça! Ele vomitou em mim, ah! Tira ele daqui. — Minha tia pegou Zachary e levou para o banheiro para trocar de roupa.
Eu estava fedendo.
— Credo, Josh! Acho que seu irmão não gostou de mim.
— Ele faz isso sem querer, mas ele sorriu... acho que gostou sim.
— Eca.
Minha mãe me pegou no colo e me levou para o banheiro.
Essa foi a primeira vez que segurei um bebê... e vai ser a ultima.

Acordei.
Mais um sonho de minha bela infância.
O vômito de Zac, urgh... Não é uma das minhas melhores recordações.
Falando nisso, hoje é aniversário dele. Daqui a pouco Josh está me ligando pra colocarmos em prática o nosso plan...
O celular toca.
— Que lindo dia, não?
— Alguém acordou feliz.
— Hm... Você tem que fazer aquela coisa, minha fofa.
— Eu sei, meu amor.
— Então anda logo, minha linda.
— Já vou, meu bem.
— Então venha rápido, minha deusa.
— Certo, vamos parar de ironia. Chego aí daqui a uns vinte minutos.
Desliguei.

40 minutos depois...

Certo, eu sei que disse que chegaria lá daqui a uns vinte minutos. Mas eu não disse quantos vinte minutos demorariam, sacou? Poderia ser um, dois, três...
Estava saindo correndo de casa quando Josh me liga denovo. Ele começou a brigar e discutir, dizer que eu já deveria estar lá, blábláblá.
O plano era o seguinte: Todo mundo ia fingir que não lembrava do aniversário do Zac. Eu iria lá, ficaria um pouco e chamaria Zac para ver Velozes e Furiosos 4 no cinema, já que ninguém gosta, além dele (e eu). Eu enrolaria o máximo possível e quando voltarmos vai estar tudo pronto.
Até Emily ia fingir que esqueceu. Pobre Zachary.
Cheguei na casa do Josh. Ele me deu um selinho e uma bronca sussurrada.
Eu, ele e Zac ensaiamos um pouco na garagem. Zac estava estranho. Ele não queria falar que era aniversário dele.
Cantamos um monte, até a mãe de Josh nos chamarem para almoçar.
Comemos e depois fomos jogar videogame.
Tentava ganhar de Zac no Guitar Hero, mas, entenda, é impossível. Então pedi para jogarmos Need For Speed. Sei que com carros sou melhorzinha.
Mas eu perdi.
— Vocês viram que saiu Velozes e Furiosos 4? — eu disse com os olhos grudados na TV.
— Vi...
— Dude, eu vi. Estou doido pra ver esse filme. — Zac.
— Josh, vamos comigo? Minha mãe me deu um dinheiro... acho que vou ver.
— Ahn, desculpa Hayles. Não gosto muito.
— Ahn. — fingi uma cara de triste. A corrida acabou com Zac vencedor.
— Year! Ganhei denovo.
— Pois é né.
— Hayles, posso ir com você? Ver o filme?
— Sim, você pode. Já que ALGUEM é muito CHATO para fazer isso. — disse e Josh riu. — Vamos?
— Uhum, só vou me arrumar e já desço.
Zac subiu correndo e Josh me olhou sorrindo.
Passamos da Fase 1.
Agora vou com Zac a Nashville (o cinema de Franklin foi desativado tem séculos) e isso vai dar mais tempo para as pessoas chegarem e arrumarem tudo.
Em poucos minutos Zac desceu.
— Josh, me empresta seu carro? — eu disse.
— Hm... você já pode dirigir?
— Lógico que sim. — rolei os olhos.
— Tá certo.
Me deu as chaves e eu segui com Zac. Ele colocou sua playlist pra tocar no som do carro. Fomos cantando e gritando.
Meia hora depois chegamos ao centro da cidade de Nashville. Fui rodando a cidade até acharmos um shopping.
Eu e Zac entramos.
Passamos por uma loja de brinquedos e eu vi um lindo boneco do Bob Esponja. Não resisti.
Entrei na loja puxando Zac pelo braço.
— Quanto é? — perguntei a vendedora.
— 15 dollares. — respondeu simpaticamente.
Peguei o bonequinho que sorria simpaticamente para mim.
— É a sua cara. — Zac. Dei um soquinho no seu ombro.
— Vou comprar um para nós dois.
Comprei e pedi para a mulher empacotar o do Zac em papel de presente.
Entreguei pra ele.
— Isso é pra você não se esquecer de mim.
— Valeu cunhadinha. — ele disse rindo. — Brigado pelo presente de aniversário.
— Aniversário?
— É... ninguém lembrou, eu sei. Mas pelo menos eu ganhei um presente.
— OH MEU DEUS, ZAC! — eu o abracei — Desculpa cara, eu não sabia!
— Tudo bem...
— Então... vamos? Quero ver o Vin.
— Vamos.

[...]

Saímos do cinema. Eu estava com um copo de milk-shake e Zac com metade de um chocolate.
— Ah, cara! Que filme massa!
— Pois é. Que manobras!
— Né. Valeu Hayles, por ter feito o meu aniversário divertido.
— Que isso.
Voltamos para o carro e seguimos rumo a Franklin. Estava escurecendo.
Quando chegamos já estava escuro. Eram oito da noite.
A casa estava sem luzes acesas. Zac estranhou.
— Agora que você já tem 16 anos, quer colocar o carro pra dentro?
Os olhos dele brilharam.
— Mas é claro que sim!
Abri o portão e entrei novamente no carro.
— Ok. Engate a primeira marcha e aperte a embreagem, então...
— Hayles, eu sei. Pode deixar.
— Ahn, ok.
Ele pegou o carro e manobrou certinho, enfiando-o dentro da garagem.
— Nossa! Parabéns.
— Valeu.
— Fecha lá o portão.
— Ok.
Peguei os Bob’s e fechei o carro. Zac já estava voltando.
— Por que as luzes estão apagadas?
— Vai ver acabou a energia na rua.
Fomos conversando e caminhando.
— Mas os postes estão acesos!
— Problemas no relógio de força, ué. Acontece.
Ele abriu a porta e acendeu a luz.
E todos gritaram.
Emily foi até ele e o beijou.
Ele olhou para mim e sorriu.
Corri para o canto esquerdo da sala onde a bateria (Taylor estava sentado nela) o baixo de Jeremy e Josh com a guitarra estavam. Peguei o microfone e começamos a tocar o “Happy Birthday To You” em rock.
Ao final todos gritaram e Zac apagou as velinhas.
Deu tudo certo.
Bolos foram distribuídos, Zac cumprimentou os parentes deles os amigos da escola dele. Depois nós 7 (Eu, Josh, Zac, Taylor, Jeremy, Sarah e Emily) ficamos conversando no canto da sala.
— Caraca, Hayles, então foi tudo combinado?
— Foi, seu bobão. Exceto a parte do Bob Esponja. O meu presente tá guardado no armário do Josh.
Josh correu e pegou.
— Caramba!
— Baquetas profissionais. Foram caras. Tenha cuidado.
— Valeu, Hayley!
Sorri.
Josh olhou para Zac, que olhou para Jeremy, que olhou para Taylor. E os quatro se levantaram.
Certo, eu perdi alguma coisa.
Sarah agarrou meu braço e me arrastou para a cozinha, dizendo que queria mais refri.
Hum... eles querem conversar.
Peguei refri com a Sarah até que eu escuto a voz do Zac.
Ele estava falando no microfone.
— Todas as pessoas presentes, venham para a sala. Meu brotherzinho quer falar, ou melhor, fazer uma coisa muito importante.
Sarah sorriu e agarrou meu braço me puxando.
Tenho que me lembrar de dizer para ela o quanto eu odeio isso.
Cheguei à sala com Sarah. Os meninos estavam todos posicionados em seus instrumentos.
Zac foi para a bateria e Josh tomou o microfone.
— Decidi que hoje vou fazer uma coisa que eu já devia ter feito há muito tempo atrás. Mas antes... eu compus antes de ontem uma pequena musica pra uma pessoa que amo muito. Então, Eu Tenho uma Revelação a fazer...
Zac começou a fazer um solo na bateria, enquanto Josh e Taylor começavam a tocar. Jeremy entrou logo em seguida.

Josh Farro – I had a revelation
Quem sabe o que um pouco...
Um pouco de amor pode mudar?
Eu sei que um pouco...
Um pouco de amor mudará você.
Encontre-me no meio...
No meio nós podemos estar novamente.
Se nós nos encontrarmos no meio...
Você sabe que me amará até o fim.

Todos aplaudiram.
Não pode ser...
— Obrigado, obrigado. — ele agradeceu aos aplausos — Como eu ia dizendo, eu compus essa musica para alguém que eu amo muito. Esse alguém me ensinou que sim, um pouco de amor pode mudar uma pessoa. O estranho amor que ela me deu me mudou. E eu quero que isso dure para sempre. — Ele parou de falar no microfone e colocou a guitarra para trás. Tirou do bolso uma pequena caixinha e foi andando até mim. As pessoas abriram espaço.
— Outro dia você disse que achava que me amava. Bem, eu descobri que tenho a certeza, de que de um jeito muito mais do que estranho eu amo você mais do que tudo. — ele abriu a caixinha, onde haviam dois colares de prata com pingentes com meio coração — Hayley, namora comigo?
Senti uma grande felicidade me invadir. Parecia que eu ia explodir. As lágrimas de felicidade caiam pelo meu rosto. Eu não conseguia falar...
Josh estava com aquele sorriso. Um sorriso esperançoso e cheio de vida.
Foi aí que eu percebi que ele tinha que ser meu. Agora.
— Sim. — respondi num fio de voz e todos gritaram. Ele pegou a correntinha. Juntando os dois pingentes se formava um coração. Ele separou e colocou em meu pescoço. Na minha metade de coração estava gravado um J.
Ele me pegou pela cintura e me beijou.
Eu nunca me senti tão feliz como agora.
Bem... eu acho que Sarah estava certa.

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