22 de set. de 2012

Capítulo 27

New dad, old cow and a jealous guy



Hayley pegou uma toalha e foi até o banheiro onde Christie tomava banho. Ela deu duas batidas na porta.
— Mãe, vai demorar muito?
— Não amor! Tô saindo.
Chris desligou o chuveiro e saiu com a toalha enrolada no corpo e o cabelo preso num coque alto. Foi até Hayley e lhe deu um beijo na bochecha. E então o sangue da adolescente de cabelos de fogo ferveu ao ver aquilo.
— Mãe, que merda é essa no seu pescoço?!
Ela arregalou os olhos e engoliu seco.
Oh, meu Deus! De novo não. Não outra vez. Hayley pensava com raiva.
— O-O quê?
— Mãe, eu não sou burra! Me responde, quem fez isso?! Caramba! Isso é o que você faz nas reuniões das amigas de faculdade? Meu Deus!
— Hayley, presta atenção.
— Prestar atenção no quê? Nesse chupão aí no seu pescoço?
— Hayley, calma.
— Por favor me diz que não foi o Andrew. Me diz, por favor que não foi o Andrew. Me diz que não foi o Andrew, por favor, por favor.
— Hayley! Se acalma, ok? Não foi o Andrew! Eu já falei que não quero mais ele nas nossas vidas!
Ela virou o rosto, indignada.
“Será que ela não percebe?! Será que não percebe como isso me afeta?! Será que não consegue ficar dois meses sem a desgraça de um marido?!”
— Então, quem é dessa vez?
Ela suspirou.
— O nome dele é Scott. Scott Gilbert. Reencontrei ele na internet, fomos namorados na adolescência, antes de eu conhecer Joey.
— Que história emocionante! — Ironizou.
— Hayley, pode parar. Você está agindo como uma criança! Quantos anos você tem? Pelo amor de Deus! Não consegue aceitar que eu posso sim, estar me apaixonando de novo?
— Eu tenho 16 anos, droga. E eu fui muito, mais muito madura na época que Andrew vivia com a gente. Acredita mãe, eu sou muito madura pra minha idade; E não! Eu não posso aceitar! Não acha que eu já sofri demais com essa história de segundo pai? Por favor!
— Quando você conhecer ele você vai mudar de idéia.
— Só pra saber, quando é que você ia me contar mesmo? Quando eu achasse cartinhas românticas no correio, ou quando eu encontrasse ele na sua cama?
— Hayley, para com isso já! Você está me ofendendo!
— Só saiba de uma coisa: Se você resolver trazer esse cara pra cá, não conte com sua filha.
Ela virou as costas e entrou no banheiro. As lágrimas caíam de seus olhos. Ela não podia acreditar que estava começando tudo denovo. Não conseguia acreditar.

Flashback on

— Mulher! Pegue a cerveja pra mm. — Andrew disse dando uma tragada em seu cigarro que já estava pelo meio.
Hayley engoliu a ânsia de vômito.
Ele estava fazendo denovo. Falando denovo daquela forma. Isso a deixava enojada. Irada.
Não se agüentou.
— Você não tem pernas? Ou braços? Pegue você e deixa a minha mãe em paz!
Andrew se levantou, chegou bem perto dela e puxou seu cabelo para cima.
— Você mora na minha casa, criança. E você me deve respeito, e obediência. Se não você vai aprender na base da surra, já que é assim que você quer.
Ao dizer isso ele soprou a fumaça do cigarro na cara de Hayley.
Ela fez uma cara de “eu não ligo” e cuspiu nele.
— Vá tomar banho e aí a gente conversa sobre respeito e obediência.
Então ele a agarrou pela orelha e tirou o cinto da calça.
Foram-se 30 minutos de gritos, choros, e machucados.
Tinha apenas 14 anos naquela época.
E vivia muito infeliz. Tudo por causa de seu padrasto.

Flashback off

Com razão, ela simplesmente não queria aquilo denovo.
Finalmente estava feliz em Franklin. Finalmente. E justo agora, que ela começou a ficar feliz, sua mãe vai querer fazê-la infeliz novamente? Logo agora?
Não. Ela não iria agüentar isso outra vez.

[...]

Na casa de Josh, pouco depois que Hayley se foi e ele arrumou a bagunça de seu quarto — escutando a reclamação de sua mãe, é claro —, ele foi obrigado a sair para fazer compras.
“Quem faz compras à noite?” — ele disse para sua mãe. Mas ela simplesmente lhe deu o dinheiro e a lista e o mandou ir.
Ele abriu o papel e tinha coisas para fazer bolo, e brigadeiro, e... chapeuzinhos de cone?
Dã. Era pra ele sair e comprar as coisas para o aniversário do Zac que seria uma semana depois.
Foi até o mercado, comprou tudo o que devia e comprou também alguns produtos de limpeza e pão.
Estacionou o carro na calçada e saiu para abrir o portão. E então uma mão o repreende.
— Desculpa, mas eu só não consigo acreditar que você está com aquela cabelo de cenoura!
— Boa noite para você também, Jenna. — Ele disse e sorriu como se não tivesse ouvido a ultima frase dela.
— Josh, pára de ironia, droga! Aquela ruiva de araque não é nada melhor que eu! Eu sou mais alta, mais esperta, melhor que ela.
— Boa noite, Jenna. — Ele disse novamente apenas abrindo a porta do carro para entrar.
— Pelo menos, quando eu namorava você, eu não saía na garupa das motos dos playboys do colégio.
Opa.
— Ela não faria isso. — Ele se irrita.
— Não?! Pode apostar que sim, Josh. Porque nenhuma pessoa tem aquele cabelo nessa cidade, e ninguém tem uma moto daquela nessa cidade a não ser Jason Bynum. — Ela disse e deu uma pequena risadinha. Josh sentiu seu sangue ferver. — Eu só sei que se eu tivesse você, eu não te trairia com playboy californiano nenhum. — Ela diz acariciando seu braço com os músculos rígidos pela raiva. Então ela vai passando a mão pelo seu peitoral.
— Jenna, você tá mentindo. Sai da minha casa.
— Mentindo?! Mentindo?! — ela diz enfurecida — Pois então liga lá pra sua cenoura, e pergunta. Se ela é tão justa, não vai mentir.
Josh ignorou Jenna enfurecido e dirigiu o carro para dentro de casa. Voltou e fechou o portão com ferocidade.
Jenna deu um risinho agudo e vitorioso.
Josh entrou em casa e guardou o brigadeiro e coisas para bolo no armário de utilidades de limpeza — o único lugar que Zac não olharia procurando biscoitos.
Foi até o quarto e discou o número de Hayley. Mas ela não atendeu.
Foi a mãe dela que atendeu.
— Josh, oi. — Christie disse.
— Oi, tia. Ér... a Hayley tá? — Ele escutou ela suspirar.
— Está no banheiro... só um minuto. — Ele escuta barulhos e uma voz ao fundo. Tinha chuveiro, e duas mulheres gritando. “Hayley, telefone pra você” – “Eu não quero ouvir ninguém!” – “É o Josh!” – “Eu não quero ouvir ninguém, droga!” — Oi, Josh?
— Sim, estou aqui.
— Ela... está ocupada agora.
— Aconteceu alguma coisa? Escutei ela gritando que não queria ouvir ninguém. A voz dela tava chorosa...
— Não, não. É a água do chuveiro. Liga depois, tchau.
E ela desligou na cara dele.
Agora ele estava dividido entre a raiva do ciúme e a preocupação.
Hayley estava chorando, ele tinha certeza.
“Pelo menos, quando eu namorava você, eu não saía na garupa das motos dos playboys do colégio.”
Opa, o ciúme voltou.
Essas palavras de Jenna ecoavam em sua cabeça.
Não, Hayley não poderia ter dado uma volta com Jason. Não depois dessa tarde. Não depois de tudo que eles passaram juntos.
Esperou alguns minutos e ligou novamente. Celular desligado.
Certo, algo estava acontecendo naquela casa. E ele ia descobrir.
Gritou para sua mãe que estava saindo e saiu antes que ela perguntasse pra onde estava indo e quando voltaria. Entrou no carro e seguiu para a casa de Hayley. Chegou rápido. Tocou a campanhinha.
— Ah, oi Josh. — Christie disse ao abrir a porta.
— Oi... a Hayley está?
— Josh, eu sinto muito, mas você vai ter que voltar amanhã. A Hayley não está querendo ver ninguém agora, eu tentei entrar no quarto dela, mas ela não abriu. Disse que não quer mesmo. Eu sinto muito.
— Eu posso tentar?
— Não. Volta pra casa, dorme, descansa. Depois vocês conversam.
Ele se virou e entrou no seu carro. Mas não foi embora, apenas deu a volta no quarteirão.
Parou o carro em outra rua e voltou a pé, pelos quintais até a casa de Christie.
Josh não iria desistir. Simples assim.
Pegou algumas pedrinhas e começou a jogar na janela do quarto que calculou ser o de Hayley.
Logo depois a janela foi aberta, e lá estava ela, com pijamas de lacinhos e olhos inchados. Ela definitivamente estava chorando.
— Que foi? — Ela disse baixo. Ele não escutou sua voz, apenas leu seus lábios.
— Me deixa entrar, a gente tem que conversar!
— Não tem pior hora para você resolver conversar não?
— Hayley, droga, me deixa entrar!
Ela revirou os olhos e abriu a janela. Ele pegou uma escada — que estava convenientemente encostada em outra parede da casa — e subiu. Entrou.
— O que você quer?
— Que história é essa de você sair por aí de carona com o Bynum? Caramba! Você fica aí, falando que não quer ele e não sei o quê, e aí, sai com ele?! Poxa, Hayley!
— Olha, Josh, ele me convidou pra ir comer alguma coisa, e eu fui porque meu pai não estava em casa, como você sabe, e minha mãe também não! Eu não tinha pra onde ir, e precisava comer. Ele me encontrou no caminho e me ofereceu uma carona, e me levou pra jantar. Só isso.
— Porque você não disse não?!
— Você acha que eu não disse? Ele me pressionou, droga! Quem te disse que eu tava com ele?
— A Jenna.
— A JENNA? A desgraça da Jenna? Aposto que ela disse que eu tava me agarrando com ele. Deve ter enchido tua pobre cabeça de mentira. Ah, mas ela me paga!
— Hayley, ela não me disse nada! Só disse que você tava com ele. Pronto. E sinceramente, você podia ter recusado, ter ido pra minha casa, sei lá! Tudo menos aceitar uma carona dele.
— Josh, deixa de ciúme bobo! Eu não tinha como voltar pra sua casa, por que eu passei o dia inteiro lá! Não podia ir pra casa do meu pai porque ele tá no clube, e minha casa tava trancada, porque a minha mãe saiu pra transar com um desses caras quarentões que vai acabar casando com ela, vindo morar aqui e fazendo todo mundo sofrer denovo! Droga, Josh, vai à merda!
Ela disse tudo chorando mais. Josh viu o porque de ela estar chorando.
Então ele a abraçou e ela passou a chorar em seu peito. Hayley soluçava, e suas lágrimas molhavam a camiseta dele.
Hayley não havia ficado com Jason. Finalmente Josh percebeu.
Ela só estava com medo.
Josh a puxou contra seu corpo e beijou sua testa.
— Tá tudo bem... vai ficar tudo bem. — Ele sussurrou.

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